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  • sex. nov 1st, 2024

Mais de 85% dos autistas estão fora do mercado de trabalho

* OPINIÃO - Dia Mundial da Conscientização do Autismo

A inclusão de autistas no mercado de trabalho é garantida por lei, mas na prática, ainda é um grande desafio.

De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 85% dos indivíduos com a condição não trabalham formalmente. Na missão de promover a inclusão da pessoa com qualquer tipo de deficiência no mercado de trabalho e na educação, o Instituto Ester Assumpção trabalha em prol da conscientização dos gestores das organizações para que percebam o potencial produtivo dos indivíduos com a condição.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhecido como autismo, é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado pelo desenvolvimento atípico das capacidades comunicação e interação social, que podem, ou não, estar associados a déficits intelectuais. Entretanto, pessoas com a condição podem exercer diversas atividades profissionais, como cita Cíntia Santos, psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção. Para ela, a falta de informação e o preconceito levam empregadores a acreditarem que pessoas no espectro do autismo não têm capacidade de realizar tarefas sob pressão e que não conseguem criar relacionamentos benéficos às atividades das empresas.

De acordo com Cíntia Santos, um dos problemas está exatamente na falta de conhecimento dos gestores quanto as habilidades reais dessas pessoas. Por isso, ela acredita que o Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo, celebrado em 02 de abril, é muito importante. “Vejo que a principal motivação para termos um número tão baixo de contratações no mercado de autistas pode estar atrelado a questão da imprevisibilidade que os responsáveis do RH acreditam existir nessas pessoas. O fato é que o empregador, pela falta de informação, não sabe como lidar e o que esperar dessas pessoas em termos de resultados e comportamentos. Por isso, vejo que a data é necessária, também, para mostrar à sociedade e às organizações os potenciais das pessoas como autismo, e, também, a urgência de quebrar o preconceito que infelizmente ainda existe no mercado de trabalho”, comenta.

Segundo a especialista, se as organizações enxergarem o potencial produtivo das pessoas com autismo, todos ganham. “Para isso funcionar de verdade, a companhia também deve ter em mente que toda a sua equipe deve estar preparada para recebê-los. Não é só contratar, mas entender as especificidades e realizar as adaptações que minimizem as dificuldades naturais da condição. Por isso, preparar a equipe para receber o novo profissional e ao mesmo tempo levar informações úteis sobre o TEA é fundamental”, recomenda.

Para as empresas que não sabem qual tipo de caminho traçar para ter a colaboração dessas pessoas, Cíntia Santos complementa: “É comum que alguns gestores não saibam como lidar com determinados comportamentos, Ao contrário do que muitos pensam, cada pessoa com TEA é única, por isso faz toda a diferença conhecer o perfil desse trabalhador, para assim, encontrar as atividades laborativas nas quais essa pessoa poderá explorar o máximo de seu potencial. Assim, o funcionário ganha com mais reconhecimento e as empresas podem alcançar resultados muito melhores”, conclui.

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