fbpx
  • sex. nov 22nd, 2024
Acessibilidade na Indústria

Acessibilidade na Indústria: conheça a trajetória de um desenvolvedor que tem uma sala escura especial para trabalhar.  João Vitor Granzotti Machado, Head de Dados da Tractian, empresa desenvolvedora de tecnologia para manutenção industrial, trabalha em uma sala construída especialmente para a deficiência visual 

A história de João Vitor Granzotti Machado, 25 anos, é uma daquelas que você conhece, se emociona e utiliza como inspiração para a sua vida. Pessoa com uma combinação de anomalias genéticas muito raras, todas relacionadas a visão, ele enxerga tudo somente em preto e branco, tendo sensibilidade alta à luminosidade, acuidade visual reduzida, entre outros detalhes, o que o classificam como pessoa com deficiência visual, especificamente com visão subnormal. “Tenho cerca de 15%-30% da visão, sendo 100% a visão de um pessoa normal”, explica.

Granzotti precisa utilizar óculos com lentes filtrantes escuras e com grau o tempo todo. Para fazer atividades do dia, ele precisa, por exemplo, de tela e equipamentos especiais no seu trabalho diário e em sua vida normal, como também necessita de uma bengala verde para se locomover “É raro, mas acontece”, comenta João Vitor. 

A história de João Vitor e da Tractian, empresa que oferece um dos mais modernos sistemas de monitoramento industrial do mercado, começou em 2020. “A Tractian foi minha primeira experiência de mercado. Anteriormente eu estava envolvido no meio acadêmico, trabalhando com pesquisa na área de inteligência computacional e inteligência artificial”, analisa o profissional.

Seu primeiro cargo na empresa foi como Líder de Ciência de Dados e Especialista em Manutenção, em setembro de 2020. “Entrei na empresa muito no início. Eu já conhecia os founders, que tinham conhecimento prévio da minha deficiência. Em momento algum minha deficiência foi pauta de preocupação ou medo. Basicamente quando eu mencionei minhas necessidades a resposta foi “a gente resolve”. Com o passar do tempo, as responsabilidades foram aumentando e seu cargo também. Hoje, Granzotti é Head de Dados na empresa. No entanto, a trajetória do profissional dentro da companhia tem algo diferenciado. 

Pela sua necessidade, trabalhar em locais mais escuros acaba sendo mais confortável e indicado. Foi então que a própria empresa decidiu construir um Dark Mode, uma sala especial completamente escura, para que João pudesse trabalhar. “Isso partiu do Igor e do Gabriel, co-CEO’s da Tractian. Eles me disseram que teriam uma surpresa no novo layout do escritório e era um espaço totalmente dedicado à minha necessidade. Fiquei, além de surpreso, muito feliz, pois eu realmente nunca tinha pedido por isso”, explica. 

O cantinho Dark Mode é um local onde ele tem espaço suficiente para usar sua tela especial, em um ambiente com luminosidade reduzida e paleta de cores escuras, já que tem alta sensibilidade à luz. Lá, todas as paredes foram pintadas de preto para que a luz não o atrapalhasse, além de possuir um monitor especial, uma TV de 29 polegadas para que ele pudesse se programar no dia a dia. Além disso, o espaço fica em uma posição estratégica na empresa, onde consegue ter contato com várias equipes.

“As mudanças necessárias e adaptações nunca foram tratadas como big deal. Isso sempre foi parte do processo de abordagem de qualquer profissional. Sinto que não recebi nenhum aporte diferente, pois é exatamente assim que acontece com qualquer um que entra na empresa, tendo necessidade ou não, todos recebem um fit dedicado”, analisa Granzotti.

A política de inclusão na Tractian é vista como algo fundamental. De acordo com o CEO da empresa, Igor Marinelli, trabalhar com diversidade na Tractian é natural. “Nós queremos ser um modelo para outras empresas. Por isso, oferecemos vagas voltadas para diversidade tanto remoto quanto presencial. Aqui, há uma preocupação da empresa com o ambiente e a pessoa. Um exemplo bem claro disso é a construção do ‘Dark Mode’, um local todo equipado com tela especial e luminosidade reduzida, tudo para que o João pudesse ter as melhores condições de trabalho no dia a dia”, finaliza Marinelli.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *