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  • sex. nov 22nd, 2024

Autista precisa do empenho de toda sociedade para sua inclusão, além de projetos sociais

Autista precisa do empenho de toda sociedade para sua inclusão, além de projetos sociais

Projeto desenvolvido pelo grupo Adapte Educação em conjunto com a Poli trabalha em prol da diversidade no ambiente de trabalho. Neste sábado, 18, é celebrado do Dia do Orgulho Autista

CooTEA (Programa de Cooperação para Treinamento e Emprego de Autistas) colabora para promover a inclusão e a diversidade nas empresas. Iniciativa gratuita de formação profissional para autistas no mercado de trabalho, conta com a participação da Escola Politécnica da USP na gestão e qualificação profissional.

O professor Eduardo Mancebo, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e especialista em tecnologias inclusivas há 20 anos, e Emanuel Santana, da Adapte Educação, plataforma de formação especializada para terapia, ensino e inclusão de autistas, discutiramm sobre o projeto em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição

O projeto começou a partir de uma parceria da Escola Politécnica da USP com a Prefeitura da cidade de Cajamar, interior de São Paulo. O trabalho visava à qualificação dos profissionais envolvidos no atendimento do autismo nas áreas de saúde e educação. Um dos pontos de sucesso do programa foi a atuação da empresa Adapte e como desdobramento dessa ação surgiu o convite de uma nova iniciativa relacionada ao empreendedorismo social, o CooTEA.

O representante da Adapte, Emanuel Santana, falou sobre a importância do novo projeto e comenta que a empresa já tinha programas de treinamento para profissionais da área da saúde e educação, além de atividades para pais e professores, mas nunca tinha falado diretamente com o autista. “Nós tínhamos uma dor na Adapte de nunca ter se comunicado diretamente com eles”, relata.

Santana detalha as três bandeiras da empresa: “A primeira bandeira é a antecipação de diagnóstico, porque o diagnóstico precoce do autismo aproveita uma janela de oportunidade importante por conta da neuroplasticidade do cérebro. [A segunda é] a popularização de terapia de qualidade, que é treinar e popularizar essa terapia baseada em evidência para intervenção, e a nossa terceira bandeira é a inclusão do autista no ambiente escolar e no mercado de trabalho”.

Inclusão e acompanhamento

Junho é o mês do orgulho autista. “Dia 18 de junho, vai ser o Dia do Orgulho Autista e precisamos dar voz para eles. Não é um dia que precisamos falar pelos autistas, nós temos que dar voz para que eles falem sobre o transtorno do espectro autista”, afirma o membro da Adapte.

Além dos projetos sociais, é necessário o empenho de toda a sociedade para assegurar a inclusão dessas pessoas. Santana atesta: “Isso não depende somente da oferta de intervenções terapêuticas baseadas em evidência, mas também no esforço da sociedade para aceitar, incluir e conviver com esses indivíduos com respeito e dignidade”.

Um aspecto importante sobre o CooTEA é o acompanhamento. “Nós treinamos e já colocamos nas empresas, acompanhamos essa parte de estágio supervisionando, ou seja, uma espécie de emprego apoiado. As empresas também são treinadas para receber esse público e eles são supervisionados durante esse período. Iremos acompanhá-los durante seis meses em ambiente de trabalho, simultaneamente com treinamento e capacitação”, comenta o representante do projeto.

A pandemia foi um divisor de águas. Mancebo descreve: “Isso trouxe luz à questão do atendimento presencial versus o atendimento on-line. Temos uma demanda grande reprimida, com muito potencial dos meninos nessa possibilidade de trabalho. Mas, assim como qualquer outra vaga de trabalho, o mundo corporativo tem regras, tem códigos e, para os autistas, tipicamente é muito mais difícil de compreender. É necessário todo um trabalho prévio de inclusão, tanto na parceria com a empresa quanto na preparação dos próprios autistas para compreender o melhor possível as regras, porque, na maior parte das vezes, eles têm um potencial muito grande no desenvolvimento do trabalho”.

O projeto começou a partir de uma parceria da Escola Politécnica da USP com a Prefeitura da cidade de Cajamar – Ilustração – Freepick – Fotomontagem: Jornal da USP

Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP com a Escola Politécnica, a Faculdade de Medicina e o Instituto de Estudos Avançados. No ar, pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 10h45, 14h, 15h e às 16h45. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 

FONTE: https://jornal.usp.br

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