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  • sex. nov 22nd, 2024
Pacientes com Parkinson enfrentam falta de medicamentos

#PRATODOSVEREM: Foto colorida. No centro da foto, a imagem de duas mãos – aparentemente de pessoa idosa. A mão esquerda está sobre a mão direita. FIM DA DESCRIÇÃO

O Diário PcD entrevistou na noite da quarta-feira, 13, pelo Canal no YouTube, Erica Tardeli, fisioterapeuta e presidente da Associação Brasil Parkinson. Durante a entrevista, ela relatou o ‘drama’ e ‘desespero’ de familiares e pacientes com a doença.

“Recebemos relatos de pessoas que estão tomando ‘meio comprimido’, para que tenha condições de ter o medicamento por mais tempo. O que estão vivendo nos últimos dois anos – pelo menos, é algo desumano. As pacientes ficam indo de posto em posto em busca de medicamentos. E muitas vezes voltam para casa sem conseguir um sequer”, afirmou Érica.

Eliane Carreira Cavalcante,  paciente da Associação Brasil Parkinson produziu uma CARTA para relatar essa difícil realidade. O documento vem sendo entregues às Autoridades.

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 200 mil pessoas sofrem com a doença de Parkinson no país, uma doença neurodegenerativa, progressiva e que não tem cura, mas que é tratada utilizando fármacos que visam atenuar os sintomas e melhorar a qualidade de vida desses pacientes, minimizando os transtornos causados pela doença.

De acordo com Eliane , “a falta desses medicamentos para esse tipo de doença, considerada grave, coloca em risco os pacientes, que dependem do tratamento contínuo. O impacto que essa falta pode causar na vida do paciente de Parkinson é subjetivo, mas pode ocorrer desde uma piora da qualidade de vida, até mesmo ao aparecimento de sequelas temporárias ou mesmo sequelas definitivas que podem mudar a vida da pessoa, como a perda dos movimentos, parar de andar e até parar de comer”.

A falta de medicamentos não ocorre apenas em um município. “Isso vem ocorrendo em diferentes cidades. Nós acompanhamos o testemunho de pessoas que saem desesperadamente de cidade em cidade, na procura de algum lugar que possa fornecer ao menos uma parte do que é necessário para o tratamento”, disse a presidente da Associação.

“Ficamos sem combustível gerando um aumento significativo no quadro de dependência motora. Importante destacar, que além do Levodopa, principal medicamento do Parkinsoniano, são também necessários outros medicamentos que precisam ser associados a este para que possam intensificar os efeitos no organismo, ou seja, todos são imprescindíveis para nossa vida, quais sejam: Pramipexol; Amantadina; Bromocriptina; Entacapona; Selegilina; Tolcapona e Triexifenidil, entre outros”, consta no documento que está sendo entregue às autoridades.

A paciente Eiliane desabafa “é preciso dar atenção a esta necessidade. Portanto, nobres senhores, essas poucas linhas são na verdade, um pedido de socorro às autoridades competentes para que não permitam que nos tirem o mínimo que necessitamos para mantermos nosso quadro de saúde com alguma qualidade de vida, já que só nos resta esperar com fé para que surja a cura para essa doença que, só enquanto escrevo essas linhas, já matou dezenas dos meus neurônios”.

Essa matéria do Diário PcD está sendo encaminhada para as Assessorias do Ministério da Saúde – responsável pelo SUS e para a Secretária Estadual de Saúde de São Paulo, assim como para o Ministério Público e Defensoria Pública Estadual.

“Estão condenando essas pessoas a morte. Já relatamos outras situações que pessoas com deficiência estão sem medicamentos. O difícil é imaginar que deem uma resposta padrão: estamos em processo de licitação para a aquisição dos medicamentos. Isso é muito desumano”, afirmou Abrão Dib, editor do Diário PcD!

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