Muitas vezes, os videntes (termo usado para identificar as pessoas que enxergam), não sabem como ajudar um deficiente visual na rua ou mesmo recebê-lo em casa. Na rua, por exemplo, não são todas as
pessoas que precisam de ajuda.
Por isso, a dica é perguntar.
Caso o deficiente visual não aceite a sua colaboração aja com naturalidade e não insista. Mas se o seu apoio for aceito, existem algumas regrinhas. Para conduzi-lo, peça que segure o seu braço acima do cotovelo, posicione-se ao seu lado, caminhe em um ritmo que seja adequado para vocês dois, mas fique sempre um passo à frente.
Para receber uma pessoa cega ou com baixa visão em casa também existem algumas orientações para evitar acidentes e constrangimentos. “O ideal é que não só o ambiente esteja preparado, mas também as pessoas que estarão no local, como demais convidados e moradores”, explica o deficiente visual Júlio César Alves Mendonça, de Juiz de Fora, Minas Gerais. Ele é formado em fisioterapia, tem 46 anos e é aluno do projeto Enxergando o Futuro, que ensina braile gratuitamente e a distância.
De acordo com Júlio, o anfitrião deve avisar previamente todos os convidados que um deles é deficiente visual ou tem baixa visão. “As pessoas devem ser avisadas para quando perceberem que o deficiente visual está com alguma dificuldade possam ajudá-lo de maneira discreta e natural”.
A seguir, o fisioterapeuta dá algumas dicas sobre como agir durante uma reunião social:
- Não estenda a mão para cumprimentar o deficiente visual. “Evite
que ele fique no vácuo, já que não estará vendo. O correto e pegar
na mão da pessoa, mas avisá-la antes. Os videntes devem tomar a
iniciativa”; - Não deixe objetos e mobílias, como cadeiras e mesinhas, no meio
do caminho. “Retire objetos decorativos que possam quebrar caso o
deficiente esbarre neles”;
- As portas devem estar sempre bem abertas. “O deficiente visual
deve ser avisado sobre a existência de degraus, desníveis no chão e
tetos rebaixados”; - “Na hora de servir uma bebida, por exemplo, não estenda o copo.
Avise que levará o copo até às mãos dele. O anfitrião deve servir o
convidado para que ele se sinta parte da reunião social e não fique
apenas ouvindo as outras pessoas comerem e beberem”, orienta; - Quando pedir, o deficiente visual deve ser levado até o banheiro.
“Ao anfitrião cabe descrever a disposição das coisas, como pia e vaso
sanitário. Também deve aguardar o convidado sair do banheiro para
levá-lo ao seu local de assento”.
Sobre o projeto
O projeto social Enxergando o Futuro foi criado pela empresária Daniela Reis Frontera que, aos 23 anos, foi diagnosticada com retinose pigmentar. Com dificuldade em encontrar um profissional ou uma instituição para aprender braile, ela criou o projeto para levar a alfabetização ao alcance de todas as pessoas com deficiência visual ou baixa visão. Atualmente, Daniela tem 10% da visão.
As aulas do projeto começaram em novembro de 2019, na cidade de Duartina (SP), com 10 alunos. Devido à pandemia e ao isolamento social para conter o novo coronavírus, o ensino migrou para uma
plataforma on-line, o que gerou muita procura. Atualmente, mais de 240 alunos de 24 estados brasileiros, além do Distrito Federal, têm acesso ao projeto, além de alunos de Portugal, África do Sul e Inglaterra, Suíça, Guiné-Bissau, Moçambique e Cabo Verde.
Para saber mais sobre o projeto visite:
https://enxergandoofuturo.com.br/
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