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Moda inclusiva: como o setor pode transformar a experiência das pessoas com nanismo

ByJornalismo Diário PcD

nov 18, 2022
Moda inclusiva: como o setor pode transformar a experiência das pessoas com nanismo

Transformar um problema pessoal em oportunidade de negócio com impacto social. Essa foi a proposta de Josi Zurdo, de 35 anos, ao criar a Via Voice For Fashion, uma marca de roupas, pensadas e produzidas exclusivamente para pessoas com acondroplasia, a forma mais comum de nanismo. Mesmo não sendo portadora da doença, a baixa estatura da empreendedora sempre foi um desafio social. Medindo 1,49m de altura e trabalhando no mundo corporativo, na área de Recursos Humanos, Josi sentia na pele a dificuldade de encontrar peças adequadas ao seu tamanho. “Absolutamente todas as minhas roupas tinham de ser ajustadas. Dessa forma, meu custo era sempre mais alto, porque era preciso arcar com o valor da compra somado ao da reforma, o que encarecia muito as peças”, relata.

Ao longo da sua trajetória profissional antes da moda, ela teve a oportunidade de conhecer pessoas com nanismo. Foi através da troca de experiências com a comunidade que ela percebeu uma oportunidade de negócio que poderia ser uma solução para a vida desses indivíduos. “Entendi que aquela dificuldade não era só minha ou de quem tem baixa estatura. Havia realmente um gap, uma lacuna que precisava ser preenchida”, lembra. A partir disso, em parceria com movimentos de apoio a pessoas com nanismo, a agora diretora criativa da marca conseguiu desenvolver um estudo e definir uma tabela de medidas exclusiva para esse público.
 
Com objetivo de dar visibilidade à acondroplasia através da moda, a Via Voice For Fashion já promove desfiles da marca protagonizados por pessoas com nanismo. O próximo evento acontecerá em 19 de novembro, na Biblioteca do Parque Villa Lobos, em São Paulo. Na ocasião, a nova coleção assinada pela estilista Ana Paula Bernardino será apresentada ao público.

“Nossa missão como marca é entregar design e inovação em peças pensadas para elas, de forma a melhorar a experiência e a relação dessa população com a moda. A diversidade de corpos tem que estar representada em todas as esferas para criar uma relação de identificação e pertencimento”, vislumbra Josi Zurdo.

A acondroplasia é uma doença rara, genética e que além da baixa estatura, acarreta diversos outros problemas de saúde ao portador que impactam na sua qualidade de vida. Entre as principais queixas dessas pessoas estão: a redução de funcionalidade no dia a dia causada pela constante dor em repouso e ao caminhar, dificuldade de mobilidade e para alcançar objetos, rápida perda de energia, fadiga, dificuldade de ficar em pé por longos períodos, ansiedade e depressão[1].

“Proporcionar uma solução para pelo menos um dos desafios das pessoas com acondroplasia, é muito significativo para que elas possam ser empoderadas”, finaliza.


[1] Llerena Jr J, Fano V, Rosselli P, del Pino M, Valenzuela C, Méndez J, Cavalcanti N, Thomazinho PA, Aragão A, Thomaz J, Butt T, Rowell R, Pimenta J, Cohen S, Shediac, Magalhães T, Bertola D, Kim CA. Health-related quality of life (HRQoL) in achondroplasia: findings from LISA (Life Impact Study on Achondroplasia), a multinational and observational study in Latin America. Annals of the 15th International Skeletal Dysplasia Society Meeting, August 24th to 28th, Santiago, Chile. Oral presentation. O-28, page 65.

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