Voltado aos mais de 400 mil agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate às endemias (ACE) atuantes nos 5570 municípios brasileiros, o curso Saúde da Pessoa com Deficiência é oferecido, gratuitamente, pelo projeto A CASA – espaço de conexão do ACS e ACE. São cinco videoaulas, que abordam deficiência física, auditiva, visual, intelectual e deficiências múltiplas, com coordenação da fonoaudióloga e psicanalista Mirna Tedesco, coordenadora da A CASA. Os agentes, ao assistir às cinco aulas, têm acesso ao material suplementar e podem fazer um teste de conhecimento, além de emitir certificação de participação.
Idealizado e executado pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Social (IPADS), com parceria da Confederação Nacional de Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias (CONACS), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Fundação Johnson&Johnson, o projeto A CASA é uma plataforma que reúne conteúdos científicos, acessíveis na palma da mão. Além do curso Saúde da Pessoa com Deficiência, A CASA lançou também este ano os Cursos “Direitos e Deveres do ACS e ACE”, “Saúde Mental’ e “Uso Racional de Medicamentos”.
Com isso, os profissionais têm acesso a cursos e oficinas com materiais de qualidade, com diversidade de especialistas e temas de interesse para os agentes, além de ser um espaço de acolhimento dos agentes e entre eles, incluindo ações como os vídeos “Histórias que Inspiram” e a Live mensal Papo de Agentes. A intenção do projeto é integrar as experiências dos agentes pela troca de informações e acolhimento de boas práticas. Mais informações em www.acasadosagentes.org.br.
A IMPORTÂNCIA DE CAPACITAR OS AGENTES SOBRE CUIDADO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EXPLICADA NOS NÚMEROS
Cerca de 1 entre 6 pessoas no mundo vivem com algum tipo de deficiência, afirma a Organização Mundial da Saúde. As principais causas são o envelhecimento da população, aumento de doenças crônicas, fatores ambientais e a identificação de pessoas nessa condição, que muitas vezes ficavam escondidas ou não tinham qualquer participação na sociedade. No Brasil, o CENSO realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 23,9% da população do país possui alguma deficiência, ou seja, aproximadamente 45,6 milhões de pessoas.
Esse número significa que quase um quarto da população brasileira precisa de algum tipo de melhoria das condições ambientais e da atitude positiva da sociedade diante dessas desvantagens. “As pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”, afirma Mirna Tedesco, fonoaudióloga, psicanalista e coordenador do projeto A CASA.
TIPOS DE DEFICIÊNCIA
A classificação das deficiências abordada nos cursos inclui:
– DEFICIÊNCIA FÍSICA: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física.
– DEFICIÊNCIA AUDITIVA: perda auditiva bilateral, parcial ou total da capacidade de detectar sons acima de 40 decibéis (dB) aferida na audiometria nas frequências de 500, 1000, 2000 a 3000dB. “A inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades.”
– DEFICIÊNCIA VISUAL: perda ou redução da capacidade visual de um ou ambos os olhos em caráter definitivo, que não pode ser corrigida com o uso de lentes, tratamento clínico ou cirúrgico.
– DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: funcionamento intelectual significativamente inferior à média com manifestação antes dos 18 anos de idade e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização de recursos da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.
– DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA: Associação entre duas ou mais deficiências.
DICAS PARA QUEM CONVIVE, ESTUDA, TRABALHA, OU ATENDE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
– Nem todas as pessoas com deficiência têm características ou comportamentos iguais, mesmo que tenha a mesma condição física, auditiva, visual ou intelectual de alguém que você já conheceu. Não existe alguém superior nessa relação porque cada pessoa é singular e, respeitar a dignidade humana é condição essencial em qualquer relação, prezando pela autonomia individual, pela plena e efetiva participação e inclusão na sociedade e pela igualdade de oportunidades;
– Nunca diga “pessoas normais” quando se referir às pessoas sem deficiência. Temos pessoas com deficiência e pessoas sem deficiências evidentes;
– Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior. Provavelmente, por causa da deficiência, uma pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades, mas, por outro lado, pode ter grandes habilidades para outras;
– Quando se relacionar com uma pessoa com deficiência, não faça de conta que a deficiência não existe. Para ela é importante que você perceba suas desvantagens para que suas atitudes facilitem essa relação, mas também, não subestime suas possibilidades e habilidades;
– Mesmo que a pessoa com deficiência tenha um cuidador ou um intérprete, sempre se dirija diretamente a ela quando conversarem;
– Quando quiser ajudar uma pessoa com deficiência, antes de mais nada pergunte se ela quer ajuda e como você deve fazer isso. Às vezes ela tem autonomia para fazer sozinha a atividade que você propôs ajuda ou existe uma forma melhor para ajudá-la que você não está habituado. Não se ofenda se ela recusar ajuda;
– Se a pessoa com deficiência, por outro lado, solicitar sua ajuda, mas você não se sentir capaz de ajudá-la, diga isso a ela e, se possível, procure alguém que possa fazer isso;
– Ninguém sabe tudo sobre as questões que envolvem as pessoas com deficiência, por isso não tenha medo de perguntar coisas que podem facilitar a relação entre vocês, mas sempre com naturalidade. Se você perceber que cometeu alguma indelicadeza, peça desculpas usando de sinceridade e bom humor;
– Nunca infantilize a fala ao interagir com pessoas com deficiência principalmente se for um adolescente ou adulto;
– No que diz respeito à saúde, pessoas com deficiência nem sempre precisam de tratamento com especialista. A promoção e a prevenção em saúde (puericultura, saúde nos ciclos de vida, medicina generalista) deve ser feita na atenção básica. A ida até a unidade básica de saúde para questões de prevenção primária deve ser encorajada pois promove a inclusão da pessoa com deficiência dando visibilidade à sua condição frente aos demais pacientes e aos profissionais.
TIPOS DE DEFICIÊNCIA FÍSICA
Paraplegia: Perda total das funções motoras dos membros inferiores. Monoplegia: perda parcial das funções motoras de um só membro (podendo ser superior ou inferior).
Tetraplegia: perda total das funções motoras dos membros superiores e inferiores;
Hemiplegia: perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo);
Amputação: Perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de membro; Paralisia cerebral: Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, é caracterizada por alterações neurológicas permanentes que afetam o desenvolvimento motor e cognitivo, envolvendo o movimento e a postura do corpo.
Ostomia: é uma intervenção cirúrgica que permite criar uma comunicação entre o corpo e o meio externo, com a finalidade de eliminar fezes ou urina do organismo. Os ostomizados são pessoas que utilizam uma bolsa, que permite recolher o conteúdo a ser eliminado através do estoma.
DICAS DE COMO SE RELACIONAR COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA
– Quando conversar com uma pessoa em cadeira de rodas, dê preferência a sentar-se na frente dela para que fiquem na mesma altura e ela esteja mais confortável em não precisar ficar olhando para cima;
– Não retire as muletas ou bengalas de perto da pessoa com deficiência física quando esta estiver sentada; Todos os meios auxiliares de locomoção (bengalas, muletas, cadeira de rodas) funcionam como uma extensão do corpo da pessoa com deficiência física. No caso de estarem em uso, mantenha a distância necessária para possibilitar a mobilidade da pessoa. Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para o cadeirante;
– Pessoas com dificuldades motoras da fala tem um ritmo mais lento e às vezes distorcem os sons. Respeite esse ritmo e não interrompa ou complete palavras ou frases. Se não entender algo, não tenha receio de pedir para que repita
PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL OU PESSOA CEGA
A Classificação Internacional de Doenças – versão 10 (CID 10)1 estabelece quatro níveis de função visual: Visão normal Deficiência visual moderada Deficiência visual grave Cegueira
Cegueira: perda total ou parcial da visão, quando a pessoa consegue enxergar no máximo alguns vultos ou projeções luminosas.
Baixa Visão: também chamada de visão subnormal, é uma perda de visão que não pode ser corrigida por lentes convencionais, medicação ou cirurgia. De maneira popular podemos dizer que na baixa visão a pessoa tem no máximo 20% da visão.
Segundo a OMS, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados com medidas preventivas. “Por isso é muito importante que os agentes de saúde e endemias, atuantes na educação em saúde e prevenção primária na atenção básica intensifiquem as ações específicas de promoção e prevenção da deficiência visual em crianças”, ressalta Mirna Tedesco.
DICAS PARA RELACIONAR-SE COM PESSOAS CEGAS OU COM DEFICIÊNCIA VISUAL
– Ao encontrar ou falar com pessoas com deficiência visual, sempre se identifique e fale de frente para que a pessoa saiba que você está falando com ela;
– Se por acaso for guiar uma pessoa com deficiência visual, peça licença e coloque a mão da pessoa ou no seu braço ou no seu ombro, conforme a preferência da pessoa a ser guiada. Nunca segure o braço da pessoa puxando para algum lugar. É importante antecipar por meio da fala os obstáculos do caminho ou presença de degraus, buracos e escadas por exemplo. Se estiver guiando a pessoa em lugares estreitos ou em passagens pequenas, como portas por exemplo, coloque seu antebraço para trás para que a pessoa fique exatamente atrás de você;
– Não fique tocando a pessoa com deficiência visual enquanto fala com ela;
– Coloque a mão da pessoa cega no encosto da cadeira para que ela saiba onde se sentar e deixe que se sente sozinha;
– Não é necessário falar em volume mais alto com a pessoa com deficiência visual;
– Se a pessoa cega está acompanhada por um cão guia, procure não abordar o animal. Brincadeiras, afagos ou alimentos podem distrair o cão que está cumprindo seu trabalho.
DICAS PARA RELACIONAR-SE COM PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
– O termo surdo-mudo é incorreto. A pessoa surda não é muda, às vezes ela só não aprendeu a falar;
– Os termos corretos são: pessoas com perdas de audição ou surdas e pessoas ouvintes; Sempre converse de frente para a pessoa surda, mantendo contato visual e procurando deixar seu rosto visível, mesmo que ela esteja acompanhada de um intérprete;
– Não aumente a intensidade da voz para falar com uma pessoa com deficiência auditiva.
– Quando falamos alto ou gritamos a voz fica mais aguda tornando-se mais difícil de ser ouvida por pessoas surdas;
– A maior parte das pessoas com deficiência auditiva usa a associação de vários recursos para entender a fala de um ouvinte: audição amplificada por aparelho ou implante, observação das expressões corporais e faciais e leitura labial. Por isso quando conversar com um surdo fale de maneira clara, mas sem exagerar na articulação, abrindo muito a boca, e sem articular sílaba por sílaba, porque isso só dificulta a percepção da fala;
– Muitos surdos usam a língua brasileira de sinais (LIBRAS) para se comunicarem com outras pessoas surdas das comunidades que frequentam. O termo certo é língua de sinais e não linguagem, porque são realmente línguas estruturadas;
– A escolha entre usar fala, sinais ou LIBRAS é do surdo e de sua família. Tudo depende do caminho que foi percorrido para o desenvolvimento de cada uma dessas pessoas;
– Não é porque a pessoa é surda que sabe LIBRAS. Do mesmo jeito que as crianças ouvintes precisam ser estimuladas para aprenderem a falar, a criança com perda de audição só saberá LIBRAS se tiverem ensinado a ela;
– Não se acanhe em usar sinais naturais durante a conversa: eles facilitam a compreensão;
– Se souber LIBRAS e o surdo também, sinta-se à vontade para se comunicar dessa forma;
– Se a pessoa surda fala algo que você não entende, não tenha medo de pedir que repita.
ACOLHIMENTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Entende-se por deficiência o funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos 18 anos de idade e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização de recursos da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho. Várias são as causas da deficiência intelectual, porém algumas alterações genéticas cromossômicas se destacam, sendo que a mais frequentes são as alterações do desenvolvimento e capacidade funcional do cérebro: Síndrome de Down (trissomia do 21) e Síndrome do X-Frágil. Geralmente essas pessoas, além da deficiência intelectual, apresentam características físicas e/ou faciais bastante típicas.
CONTRIBUIÇÃO DOS AGENTES PARA PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS INTELECTUAIS:
– Conscientizar as mulheres em idade reprodutiva (adolescentes e adultas) para vacinação contra doenças infecciosas na gestação (rubéola congênita, sarampo). Estas vacinas devem ser tomadas antes da gestação, nunca durante;
– Orientar a gestante para não faltar às consultas de rotina e cuidados de pré-natal: acompanhamento do estado geral de saúde da mãe, crescimento e desenvolvimento do bebê. As infecções urinárias, o sangramento vaginal, o diabetes gestacional, a obesidade, a hipertensão e a gravidez de gêmeos são causas frequentes para o parto prematuro. Ensinar a gestante para prevenir a toxoplasmose: beber água filtrada, comer carnes bem passadas, lavar muito bem as frutas e verduras, preferir verduras cozidas e higienizar muito bem as mãos várias vezes ao dia.
– Aconselhar as mulheres em idade fértil e principalmente as gestantes para prevenir a sífilis e a herpes, e demais doenças sexualmente transmissíveis, fazendo uso de preservativos nas relações sexuais;
– Instruir as gestantes sobre o uso de álcool, tabaco ou drogas: provocam baixo peso e prematuridade que podem levar a lesões no sistema nervoso. Especificamente, a síndrome alcoólica fetal causa problemas no cérebro, visão e audição do bebê;
– Verificar a realização e resultados do Teste do Pezinho (triagem neonatal) no recém-nascido: esse exame é obrigatório na rede pública e detecta erros inatos do metabolismo, sendo que alguns deles, se detectados e tratados em tempo previnem e evitam a deficiência intelectual (fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito);
– Orientar os pais e cuidadores das crianças na prevenção de acidentes com eletricidade (tampando as tomadas), produtos químicos e medicamentos (produtos de limpeza, inseticidas e medicamentos): orientação para que esses produtos e medicamentos sejam guardados em locais fechados que a criança não alcance ou não tenha acesso.
E O AUTISMO? É OU NÃO DEFICIÊNCIA?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode ser acompanhado de deficiência intelectual ou não. Apresenta causas diversas e muitas vezes não identificáveis e o diagnóstico desses transtornos nem sempre é fácil devido a variedade de sintomas no espectro, que variam de leves a graves. Entretanto, algumas características estão sempre presentes: dificuldade de interação social e de comunicação.
COMO SER UM FACILITADOR PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
– Não subestime as pessoas com deficiência intelectual. Elas podem levar mais tempo, mas adquirem habilidades intelectuais e sociais e por vezes aprendem muito sobre determinado tema e se destacam nele;
– Paralelamente, não superproteja a pessoa com deficiência intelectual fazendo as coisas por ela; ajude quando for realmente necessário; A maior parte das pessoas com deficiência intelectual é muito afetiva. Não é por isso que devemos usar fala infantilizada com elas. Comunique-se mostrando interesse na conversa e a tratando com respeito.
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
As deficiências múltiplas são a associação entre quaisquer das deficiências citadas. Cabe ressaltar que a maior parte das deficiências múltiplas são causadas por malformações das crianças ainda no útero e que quanto mais cedo na gestação ocorrem, maiores e em maior número serão as lesões causadas nos órgãos desses bebês que estão em formação. Por isso todas as medidas preventivas apontadas anteriormente na descrição das deficiências físicas, visuais, auditivas e intelectuais, são fundamentais na ação dos ACS e ACE.
A CONTRIBUIÇÃO DOS AGENTES NA PREVENÇÃO DE ARBOVIROSES. QUAL É A RELAÇÃO COM DEFICIÊNCIAS NA POPULAÇÃO?
Arbovírus são vírus transmitidos ao homem pela picada de mosquitos artrópodes hematófagos. Existem mais de 500 espécies de arbovírus e em torno de 150 podem causar doenças no homem. São comuns em países tropicais, principalmente no verão onde aumentam as águas paradas que são criadouros dos mosquitos. A falta de saneamento básico e desmatamentos aumentam a proliferação dos vetores de transmissão desses vírus: Aedes aegypti e Aedes albopictus. Durante a gestação, as arboviroses representam um grupo de doenças que podem causar efeitos muito nocivos principalmente pelo Zika vírus, Chikungunya vírus e dengue. A infecção pelo Zika vírus (ZIKV), foi relacionada a diversos casos de microcefalia e calcificações cerebrais em crianças de mulheres infectadas durante a gestação.
A infecção pelo Chikungunya vírus (CHIKV) pode provocar a Chikungunya neonatal, que causa dor, febre, prostração e redução de plaquetas em recém-nascidos, podendo também causar danos cerebrais e hemorragia intracraniana. Por sua vez, a dengue pode causar sofrimento fetal, trabalho de parto prematuro e até óbito fetal intrauterino. As consequências dessas infecções podem ser as deficiências sensoriais, físicas, intelectuais e principalmente as múltiplas.
Os sintomas da infecção pelo Zika vírus, Chikungunya e Dengue são semelhantes: exantemática agudo (erupção avermelhada da pele), e todas possuem o mesmo vetor. Por isso, os profissionais de saúde que realizam o acompanhamento pré-natal devem investigar os vetores para arboviroses de toda gestante, com exantema agudo independentemente da idade gestacional. Ainda não existem vacinas para essas infecções e as medidas preventivas das arboviroses devem ser intensificadas por meio de educação em saúde, principalmente na gestação.
AS POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES DOS AGENTES:
– Encaminhar os casos suspeitos de dengue à UBS responsável pelo território;
– Informar os moradores dos domicílios sobre a doença: agente transmissor, sintomas, riscos e medidas de prevenção;
Informar o responsável pelo imóvel não residencial, sobre a importância da verificação da existência de larvas ou mosquitos;
– Vistoriar imóveis não residenciais, acompanhado pelo responsável, para identificar locais de existência de objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros de mosquito;
– Vistoriar e tratar com aplicação de larvicida os pontos estratégicos;
– Elaborar e/ou executar estratégias para o encaminhamento das pendências (casas fechadas e/ou recusas do morador em receber a visita);
– Orientar a população sobre a forma de evitar e eliminar locais que possam oferecer risco para a formação de criadouros.