Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2021 mostram que mais de 17 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. Destes, cerca de 68% possuem o fundamental incompleto. Alfredo Freitas, que tem 20 anos de experiência nas áreas de educação e tecnologia, comenta o quanto a falta de acessibilidade prejudica o aprendizado e freia oportunidades de empregos para deficientes.
A modalidade de educação online, que ganhou maior respeitabilidade durante a pandemia, já representava uma solução eficaz para formação de pessoas com deficiência no Brasil mesmo antes do coronavírus. O ensino a distância no Brasil, que foi regulamentado há 15 anos, superou pela primeira vez a oferta de vagas da educação presencial no país. De acordo com o Censo mais recente da Educação Superior, entre 2011 e 2021 o número de ingressantes em Ensino a Distância (EaD), aumentou em 474%.
“É importantíssimo e urgente pensarmos a educação da forma mais abrangente possível. É preciso alcançar todos. Sem dúvida a formação online auxilia, e muito, as pessoas com deficiência, inclusive a buscar posição no mercado de trabalho. A pandemia escancarou as distinções na oferta de cursos via internet, que assim como na modalidade presencial, não são iguais e têm diferentes níveis de qualidade”, orienta Alfredo Freitas.
Ainda entre os anos de 2020 e 2021 os números de ingressantes no EaD teriam aumentado devido à oferta nas instituições privadas. O censo de 2021 registrou a oferta de 96% de vagas de ensino remoto na rede privada. O impulso na modalidade de ensino via internet no Brasil, expôs o quão útil e eficaz é a metodologia e obrigou o fim imediato do preconceito com o ensino online. Essa nova modalidade de ensino também vem se mostrando muito eficiente quando o assunto é acessibilidade. É o que afirma o especialista em educação e tecnologia Alfredo Freitas, que dirige a Universidade Americana — Ambra.
“O ensino via internet está cada vez mais ganhando espaço no mercado e no mundo acadêmico por conta da flexibilidade e mobilidade o que, com certeza, está contribuindo para aumentar o acesso das pessoas com deficiência ao ensino superior no Brasil. Em razão do ambiente virtual que colabora com a acessibilidade, principalmente na graduação”, explica Freitas.
Freitas explica que detectaram, na Ambra University — que forma mestres e doutores nos EUA em português e com diploma americano, aumento da procura por pessoas com deficiência em busca de formação no exterior no conforto de seus lares no Brasil. Segundo ele, é uma forma inteligente de investir no estudo sem enfrentar as dificuldades do ensino presencial como locomoção, adequação dos ambientes físicos das universidades, entre outros fatores.
Atualmente, um dos maiores desafios do modelo do ensino a distância é a inclusão. Freitas explica que já existem muitas tecnologias da educação desenvolvidas para as pessoas com deficiência, de maior capacidade inclusiva e facilitação da aprendizagem. Algumas instituições de ensino superior vêm trabalhando para tornar mais acessível e diversificada as possibilidades do ensino de maneira remota.
De acordo com dados divulgados pelo mapeamento do Censo EAD de 2020, sobre graduação, 84,4% das provas são adaptadas; 71,9% dispõe de computadores com recursos de acessibilidade; 43,8% proporcionam lupas e lentes de aumento; 83,3% oferecem recurso leitor de tela; 66,7% em recursos em libras; 40% descritor de imagens e 56,7% recurso de contraste de cores.