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  • qui. nov 21st, 2024

Menopausa aumenta risco de problemas na visão e nas pálpebras

Menopausa aumenta risco de problemas na visão e nas pálpebras

Embora o estrogênio e a progesterona sejam mais conhecidos por seu papel na saúde sexual das mulheres, você sabia que eles também podem afetar o sistema visual?

“As mudanças hormonais que ocorrem na menopausa podem afetar as pálpebras e a visão. Um dos principais fatores de risco é a reposição hormonal. Isso porque esses hormônios alteram o funcionamento das glândulas sebáceas das pálpebras, chamadas de glândulas de Meibômio”, explica Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular.

Veja agora os principais problemas que afetam o sistema visual na menopausa.

1- Olho Seco – Meibomite – Blefarite

O olho seco, a blefarite e a meibomite são problemas oculares muito comuns na menopausa. Essas três patologias ocorrem devido a alterações nas glândulas sebáceas que se localizam nas pálpebras.

“Essas glândulas produzem e secretam o meibum, parte gordurosa do filme lacrimal. O meibum é essencial para manter a superfície ocular lubrificada e nutrida. A menopausa, a terapia de reposição hormonal e o uso de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos alteram a produção e a secreção do meibum”, comenta Dra. Tatiana

As consequências das alterações nas glândulas palpebrais são o olho seco, a blefarite e meibomite. Estima-se que a prevalência do olho seco em mulheres com mais de 50 anos é o dobro daquela encontrada nos homens.

Chip da beleza aumenta risco de problemas na visão na menopausa

“Hoje, é muito comum o implante do chamado “chip da beleza”, à base de testosterona. Muitas mulheres acabam desenvolvendo blefarite e meibomite devido ao fato de que a testosterona altera a produção e a secreção do sebo. Portanto, é importante que as mulheres busquem informações sobre a reposição hormonal e estejam cientes dos riscos e dos benefícios desse tipo de tratamento”, alerta Dra. Tatiana.

2- Menopausa e glaucoma

Ao longo dos anos, estudos apontaram que a menopausa precoce leva ao envelhecimento prematuro do nervo óptico, que fica mais suscetível a sofrer danos e lesões que podem provocar o glaucoma.

“Portanto, a partir dos 40 anos, o ideal é que as mulheres façam um check up oftalmológico anual. Durante a consulta, o oftalmologista irá avaliar a saúde do nervo óptico, bem como aferir a pressão intraocular (PIO). O aumento da PIO é o principal fator de risco para desenvolver o glaucoma”, reforça a oftalmologista.

O glaucoma é uma doença crônica e pode levar à perda definitiva da visão. Portanto, é muito importante consultar o oftalmologista para iniciar o tratamento o quanto antes, prevenindo danos irreversíveis no nervo óptico.

3- Menopausa e catarata

A catarata é a opacificação do cristalino, lente natural dos olhos. Embora a idade seja o principal fator de risco para mulheres e homens, estudos apontaram que a menopausa aumenta a chance de a mulher desenvolver a catarata de forma mais precoce do que o homem.

A razão, segundo as evidências cientificas, é que a camada externa do cristalino têm receptores de estrogênio cuja função é protegê-lo de proteínas indutoras da catarata. Como na menopausa a produção do estrogênio cai, o risco de alterações no cristalino aumenta.

A catarata é um doença tratável, por meio de uma cirurgia que irá remover o cristalino e substituí-lo por uma lente intraocular.

4- Vista cansada

Outra condição comum após os 50 anos, época da menopausa, é a presbiopia, mais conhecida por vista cansada.

“Entretanto, nesse caso o fator de risco é o envelhecimento natural, ou seja, não tem relação com as alterações hormonais da menopausa. A vista cansada pode ser corrigida com óculos ou com cirurgia refrativa”, conta Dra. Tatiana.

Independente da menopausa, o ideal é que as mulheres façam um check oftalmológico anual a partir dos 40 anos. Além disso, é importante obter informações confiáveis sobre os riscos e benefícios da reposição hormonal, que jamais deve ser feita sem acompanhamento e prescrição de um médico.

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