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  • sex. nov 22nd, 2024

Atletas devem fazer check up nos olhos, para melhor desempenho nas competições

Atletas devem fazer check up nos olhos, para melhor desempenho nas competições

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta: a prática de atividade física está atrelada à saúde dos olhos, pois habilidades visuais são necessárias em diferentes modalidades, agregando segurança e eficiência ao exercício. Por isso, a entidade lança campanha para sensibilizar atletas (amadores e profissionais, treinadores, professores e gestores) sobre a importância de exames preventivos na visão.
 

A iniciativa inclui a distribuição de material informativo em diferentes plataformas e a realização de uma maratona educativa, no canal do CBO no YouTube. O evento online acontece no dia 11 de fevereiro (sábado), a partir das 10 horas. Durante a programação, serão exibidos depoimentos, palestras, debates, entrevistas e reportagens que ajudarão o interessado a compreender melhor a relação entre esporte e saúde ocular.
 

Acesse aqui e confira mais detalhes no site oficial da campanha.
 

Para Cristiano Caixeta Umbelino, presidente do CBO, “as habilidades visuais devem ser avaliadas com a ajuda do oftalmologista. Esse é o profissional mais capacitado para lidar com a complexidade dos olhos, preparado para promover melhorias em capacidades visuais úteis ao esporte, além de prever os riscos à visão durante a prática das atividades físicas”, afirmou.
 

Habilidades visuais – A oftalmologia aplicada ao esporte é uma abordagem ligada à medicina esportiva que surgiu para estimular as práticas por meio do aperfeiçoamento das habilidades visuais. Para tanto, o conhecimento de processos visuais, motores e neurológicos fazem do oftalmologista o profissional capacitado ao acompanhamento de atletas de alta performance e de todos que se interessem por exercícios.
 

“A visão não está isolada do restante do corpo. É preciso saber interpretá-la como algo complexo que nos informa sobre o que nos cerca. Além da perspectiva refrativa, ela permite descobertas cognitivas que otimizarão as qualidades daqueles que buscam melhores desempenhos”, disse o oftalmologista José Westphalen, responsável pelo projeto “Oftalmologia Aplicada ao Esporte — Excelência em Medicina Esportiva”.
 

Westphalen destaca, ainda, que em avaliações direcionadas à prática esportiva é importante conhecer bem as regras de cada modalidade e as demandas visuais de cada uma. Por exemplo, em esportes de precisão visual para distância (tiro e arco e flecha), a acuidade visual é fundamental, sendo necessária corrigir erros refrativos mínimos.
 

Outras capacidades visuais que também podem interferir na prática desportiva são sensibilidade ao contraste; concentração visual; percepção de profundidade; movimentos oculares; tempo de reação visual; visão periférica; visualização, coordenação olho-mão-corpo; e memória visual. “Como um aluno que vai mal nas provas, o atleta que não evolui pode estar repercutindo problemas visuais que desconhece e são detectáveis em exames oftalmológicos”, alerta o especialista.
 

Movimento — A velocidade dita o desempenho em muitas modalidades esportivas, onde milésimos de segundo definem um vencedor. Nesse cenário, a acuidade visual dinâmica garante ações motoras rápidas e com resultados que acompanham o ritmo da partida. Diferente da acuidade visual estática, comumente medida pelo teste de Snellen, a visão dinâmica auxilia na tomada de decisões e aumenta a capacidade de resolver exigências, como a necessidade de rastrear um objeto ou uma pessoa quando seu próprio corpo também está em movimento.
 

Já a função oculomotora (habilidade visual relacionada aos movimentos oculares) permite ao atleta em posição estática iniciar um movimento de perseguição preciso, como na prática de tiro ao voo. Nessa e em diversas outras modalidades, a capacidade de memória visual também se mostra fundamental para o bom desempenho.
 

Campo visual — Por sua vez, a extensãoangular (amplitude) da visão humana recebe estímulos que, muitas vezes, estão atrelados de forma indireta aos objetivos de determinadas modalidades. Nesse sentido, algumas capacidades visuais assumem papel importante para o desempenho do atleta.
 

Em esportes com bola, por exemplo, é comum que o jogador não olhe constantemente para ela, mas se aproprie dos estímulos visuais no entorno para fazer o próximo passe. O mesmo acontece com boxeadores, acostumados a não olhar para os punhos dos adversários. Nesses casos, o oftalmologista pode ajudar a melhorar a capacidade de estar ciente dos movimentos que acontecem na visão periférica do atleta.
 

“Quando a imagem chega aos olhos do esportista de forma incompleta, turva, com deficiências, o cérebro ao processá-la demorará mais tempo para a tomada de decisão, o que prejudica os movimentos de ação e reação”, explica Westphalen. Por exemplo, o cuidado com a visão periférica pode, ainda, promover melhorias a outras habilidades visuais, como o afinar o tempo de reação visual, aptidão muito utilizada por atletas que precisam ter reações rápidas: goleiros, tenistas, boxeadores e muitos outros.
 

A sensibilidade do olho ao contraste e às cores é outra importante condição a ser analisada pelos oftalmologistas dos atletas. Diferenças sutis em cores podem sofrer influências da iluminação do espaço, como sombras e variações de tonalidades. Segundo Westphalen, a deficiência no reconhecimento de cores pode, também, prejudicar o reconhecimento dos uniformes e as bandeiras de sinalização.
 

“Durante nossa maratona online, vamos discutir esses e outros temas. Quem nos acompanhar entenderá as habilidades treináveis ou aperfeiçoadas no CFM. Nesse sentido, todo o esportista que busca a excelência na modalidade na qual está inserido, bem como atletas amadores, vai entender que não deve negligenciar o exame oftalmológico. Essa conscientização já faz muitos atletas, clubes e federações procurarem pela realização de um check up oftalmológico em períodos pré-temporada, ou mesmo antes de competições importantes”, finalizou o presidente Cristiano Caixeta Umbelino.

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