Dormir bem é essencial para a saúde física, o desempenho cognitivo e o funcionamento diurno. No entanto, ao longo dos anos, essa tem sido uma tarefa cada vez mais difícil para a população mundial. Aqui no Brasil, cerca de 65% das pessoas relatam dificuldades para dormir, segundo um estudo publicado na Sleep Epidemiology. Quem mais sofre são as mulheres, abaixo de 55 anos, residentes no Centro-Oeste do país.
De acordo com o pneumologista do Serviço de Medicina do Sono do Hcor, Dr. Pedro Genta, a má qualidade do sono aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. “O sono é o momento de repouso cardiovascular. Dormir menos de seis ou mais de oito horas ou ter um sono de má qualidade favorece o surgimento de hipertensão, diabetes e obesidade, que culminam em infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs)”, alerta.
Para evitar essas complicações é fundamental saber reconhecer os sinais. “Sono leve e/ou insuficiente, ronco, movimento excessivo, insônia e sonolência diurna indicam que a pessoa não está dormindo bem. Ao perceber esses sintomas, é preciso procurar um médico, que irá avaliar o caso individualmente. Os diagnósticos são baseados nas queixas e hábitos do sono. Para alguns, a polissonografia deve ser usada, como na apneia do sono e distúrbios comportamentais durante o sono”, explica.
O tratamento varia de acordo com a causa do problema. “Se for apenas comportamental, mudanças simples na rotina costumam resolver. Já para apneia, há indicação de perda de peso, prática de exercício físico e uso de aparelho CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) ou intraoral. Já para insônia, eventualmente, pode ser necessária medicação por curto período”, esclarece o especialista.
Durma bem:
– Estabeleça horários regulares para dormir e acordar;
– Tenha um bom ambiente para as noites de sono;
– Evite trabalho, televisão ou dispositivos móveis no quarto;
– Não permaneça na cama se não estiver conseguindo dormir;
– Mantenha hábitos saudáveis (alimentação, exercício físico, exposição diurna ao sol).