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  • ter. dez 3rd, 2024

Asperger, autismo e mielomeningocele: PCDs contam principais desafios no emprego

Asperger, autismo e mielomeningocele: PCDs contam principais desafios no emprego

Em um país onde sete em cada dez pessoas com deficiência estão fora do mercado de trabalho, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Giovanna, Rodrigo e Rafaella são exceções.

Com histórias de vidas distintas, os três conseguiram ingressar, no segundo semestre de 2022, em uma das 150 maiores empresas de tecnologia do país, a CTC.

Rodrigo Arce, 28 anos, atua como auxiliar jurídico desde julho, em uma vaga que não era destinada exclusivamente para PCDs. Diagnosticado com autismo desde que tinha um ano de idade, entrou no mercado de trabalho com apenas 16 anos, como jovem aprendiz na Secretaria de Administração Penitenciária. Desde então, já se formou em Relações Internacionais e em Direito. 

Para ele, entre os desafios diários não está apenas fazer seu trabalho com propriedade, mas também o relacionamento com os colegas. “Procurei emprego por um ano. Estou me adaptando muito bem ao trabalho híbrido e conseguindo conhecer melhor meus colegas, aperfeiçoando-me também no relacionamento pessoal”, contou o auxiliar jurídico.

A auxiliar de marketing Giovanna Agnelli, 29 anos, diz que também tem dificuldades cognitivas e sociais: ela soube que tem síndrome de asperger e altas habilidades há menos de quatro anos, em 2019. “A vida muda completamente após o diagnóstico. Era muito difícil entender onde deveria melhorar no trabalho, então foi muito complicado me manter em um local por muito tempo”, contou Giovanna, formada em biomedicina.

Ela conta que um de seus principais desafios no mercado de trabalho é se adaptar a situações comuns do dia a dia. “Por exemplo, eu costumo ser muito honesta, falo o que estou pensando para as pessoas, mas aprendi que nem sempre isso é recomendado. Tenho que me policiar constantemente, pois sei que nem sempre as pessoas estão prontas para ouvir determinadas coisas. Também tenho TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), então, às vezes, faço uma atividade, e depois parto para outra e outra, e também preciso ficar atenta para não deixar nada para trás”, exemplifica.

Empregos em TI

O setor de TI, do qual faz parte a empresa para a qual Rodrigo e Giovanna trabalham, enfrenta atualmente no Brasil dificuldade de contratar mão de obra qualificada. Um mapeamento da startup Revelo, por exemplo, mostrou que menos de 2% dos processos seletivos no segmento incluíram PCDs.

“Precisamos enxergar a área da tecnologia como um grande instrumento de inclusão, que buscará inovações para possibilitar a união de pessoas com suas diferenças e habilidades únicas”, afirma Meire Fezzi, gerente de Recrutamento & Seleção da CTC. “Fazemos o possível para derrubar qualquer barreira no momento do recrutamento, desafio que tem gerado grandes recompensas: profissionais competentíssimos e dedicados.”

É justamente para a área de recrutamento e seleção que Rafaella Stallone, 50 anos, foi contratada, em novembro do ano passado. Ela nasceu com mielomeningocele, também chamada de espinha bífida, malformação da medula espinhal e das estruturas que a protegem.

Diferentemente dos outros dois colegas, que estão em São Paulo, ela atua por home office do Rio de Janeiro. “Sempre quis trabalhar de casa. Isso é algo que me ajuda demais, pois tenho dificuldade de locomoção. O que posso garantir é que, hoje em dia, não há desafio profissional para PCDs que uma boa gestão e que a tecnologia não resolvam”, diz a analista. 

Sobre a CTC

A CTC, uma das 150 maiores empresas de tecnologia do Brasil, desenvolve soluções e produtos de tecnologia que transformam a rotina de seus clientes nas áreas de desenvolvimento de sistemas, serviços e negócios digitais. São mais de 1.300 colaboradores voltados para transformação digital, inovação e aceleração de negócios.  

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