O design tem como papel fundamental desenvolver produtos, tanto físicos quanto digitais, para solucionar problemas da sociedade. Mas como o design pode ampliar sua contribuição e influenciar também a abordagem de questões como inclusão social, acessibilidade, sustentabilidade e justiça social em seus projetos?
Neste contexto, entra o design social, expressão que vem ganhando destaque nos últimos anos, pois é uma área que busca aplicar os princípios do design para solucionar problemas sociais e melhorar a qualidade de vida das pessoas. “Por meio do design social, designers e profissionais de áreas afins conseguem criar soluções baseadas na empatia, que levem em conta as necessidades e os desejos das comunidades mais vulneráveis e ajudem a promover a inclusão e a equidade social”, diz Cláudia Alquezar Facca, professora doutora do curso de Design no Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).
É possível observar a aplicação do design social em diversas situações. No campo da Saúde, é possível realizar a criação de próteses e equipamentos médicos acessíveis e adaptados às necessidades dos pacientes. Na Educação, por exemplo, o desenvolvimento de materiais didáticos mais eficientes e acessíveis para alunos com deficiência visual ou auditiva.
Na acessibilidade, o design social pode criar soluções que tornem o ambiente urbano mais inclusivo e acessível para pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência visual, como rampas de acesso, semáforos sonoros, elevadores e sinalizações em braile. Na sustentabilidade, pode contribuir para a criação de produtos e soluções que reduzam o impacto ambiental, como o uso de materiais recicláveis, processos de produção menos poluentes e produtos que possam ser recuperados e reutilizados.
“No nosso dia a dia, o design social pode trazer muitas soluções para problemas reais, facilitando a realização de tarefas domésticas, por exemplo. Muitos idosos ou com mobilidade reduzida têm dificuldade para segurar objetos pesados ou que exigem força, como panelas e frigideiras, ou para abrir tampas de potes de vidro. Nesse caso, os designers podem desenvolver soluções que tornem esses utensílios mais acessíveis, ergonômicos, seguros e fáceis de usar, como a adição de alças e tampas mais largas e emborrachadas, que oferecem maior conforto e aderência, ou por meio de dispositivos que auxiliem nessas tarefas, como abridores, pegadores e luvas”, detalha a professora doutora Claudia.
Outro exemplo de design social aplicado a objetos de uso cotidiano é a garrafa de água com filtro integrado. Essa solução permite ter acesso a água potável em regiões onde o abastecimento é precário ou inexistente, como em comunidades rurais ou em países em desenvolvimento. Essas garrafas têm filtros de carvão ativado, que purificam a água e tornam seu consumo mais seguro. A máquina de lavar roupas GiraDora — portátil e que funciona a pedal — é outro exemplo de design social que auxilia no dia a dia. Foi desenvolvida no Brasil, para atender às necessidades de comunidades sem acesso à energia elétrica confiável.
Sobre o Instituto Mauá de Tecnologia
O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) promove o ensino científico-tecnológico há 61 anos, visando formar profissionais altamente qualificados. Com dois campi, localizados em São Paulo e São Caetano do Sul, o IMT conta com um Centro Universitário e um Centro de Pesquisas. O Centro Universitário oferece cursos de graduação em Administração, Design e Engenharia, e recentemente abriu dois cursos: TI — Ciência da Computação e Sistemas de Informação. Na pós-graduação, são oferecidos cursos de atualização, aperfeiçoamento e especialização (MBA), nas áreas de Gestão, Design, Engenharia e Tecnologia da Informação. O Centro de Pesquisas desenvolve tecnologias para atender às necessidades da indústria e atua como um importante elemento de ligação entre as empresas e a academia.