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Poliomelite se espalha novamente após décadas

ByJornalismo Diário PcD

maio 22, 2023
Poliomelite se espalha novamente após décadas

O reaparecimento de doenças até então controladas devido à falta de imunização é um fantasma que assombra os países que registram constante queda na cobertura vacinal. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que a cobertura global de imunização, incluindo a poliomielite, caiu de 86% em 2019 para 81% em 2021.

Apesar de evitável, essa doença mortal, que costumava paralisar dezenas de milhares de crianças todos os anos, voltou a se espalhar novamente após décadas. Das três cepas de poliovírus selvagem (tipo 1, 2 e 3), o poliovírus selvagem tipo 2 foi erradicado em 1999 e nenhum caso do tipo 3 foi encontrado desde o último relato na Nigéria em novembro de 2012. Entretanto, a manutenção da circulação do tipo 1 em 2020, em dois países, Paquistão e Afeganistão, voltou a causar preocupação. Apesar das enormes dificuldades, os países têm avançado nos seus programas de vacinação e alcançado significativa redução.

O número de casos e a transmissão do poliovírus selvagem nestes países está atualmente em seu nível mais baixo da história, mas, apesar disto, revela a iminência de reintrodução do poliovírus em países onde a doença já foi erradicada. Cerca de uma em cada 200 infecções leva à paralisia irreversível e, entre esses pacientes, até 10% morrem.

As baixas coberturas vacinais no Brasil são preocupantes. Segundo dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), apenas 47% das crianças com um ano de idade recebeu as três doses da vacina inativada contra a poliomielite. O percentual não atinge os 95% desejados pelo Ministério da Saúde desde 2015. N

A propagação do poliovírus representa um risco às pessoas não imunizadas e para tirar essa ameaça, que aterrorizou os pais de todo o mundo durante a primeira metade do século XX, o caminho é a vacinação. A vacina confere quase 100% de proteção às pessoas totalmente imunizadas.

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença viral infecciosa que afeta principalmente crianças pequenas. A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar).

Falta de saneamento, más condições habitacionais e higiene pessoal precária favorecem a transmissão. O poliovírus se multiplica no intestino e depois pode atingir o sistema nervoso central levando a quadros de meningite, meningoencefalite, encefalomielite. Cerca de 60% das pessoas infectadas desenvolvem a forma paralítica com diversos graus de comprometimento. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

Os sintomas mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves se instala a flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores. Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas, de acordo com o quadro clínico do paciente.

As sequelas estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente são motoras e não tem cura. As principais incluem problemas e dores nas articulações; pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão; crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta; dificuldade de falar; atrofia muscular; hipersensibilidade ao toque.

O combate à poliomielite é considerado uma emergência internacional de saúde pela OMS e  a vacinação é a única forma de prevenção contra a doença.


Fonte:

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

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