A alienação parental é um fenômeno que ocorre quando um dos pais, intencionalmente ou não, manipula a mente de uma criança para afastá-la do outro genitor. Especialistas apontam que essa prática é prejudicial e tem consequências profundas e duradouras para o desenvolvimento emocional e psicológico da criança, além de impactar negativamente o relacionamento entre os pais e todo o convívio familiar.
De acordo com Luiz Fernando Gevaerd, especialista na área de Direito da Família com mais de 40 anos de carreira, mais de 10 mil casos atendidos e diretor do escritório Gevaerd Consultoria Jurídica, o distanciamento afetivo entre a criança e o genitor alvo é um dos principais problemas desse tipo de situação. “Com o uso de diversos artifícios, como difamação, desvalorização e restrição do contato, pais ou mães influenciam negativamente a percepção da criança, resultando em sentimentos de raiva, medo e rejeição. Esse movimento, comumente, causa uma ruptura na relação que antes era saudável e afetuosa. Além disso, a alienação parental pode interferir no desenvolvimento psicológico da criança, levando a problemas como ansiedade, depressão e baixa autoestima”, relata.
O advogado aponta, ainda, que a alienação parental dificulta o estabelecimento de relações saudáveis no futuro. “A criança alienada pode internalizar os comportamentos manipuladores e replicá-los em seus próprios relacionamentos, perpetuando um ciclo extremamente destrutivo. Além disso, a ausência de uma troca significativa com um dos genitores pode deixar lacunas emocionais que afetarão sua capacidade de construir vínculos seguros e estáveis ao longo da vida”, lamenta.
Vale lembrar que esses casos não afetam apenas a criança e o genitor alvo, mas também tem um impacto negativo no genitor alienador. “Embora possa parecer que o alienador está exercendo controle sobre a situação, ele também sofre consequências emocionais. A perpetuação do conflito e o estremecimento da relação com o filho podem levar a sentimentos de solidão, culpa e arrependimento com o passar do tempo. Quando falamos em alienação parental, todos saem prejudicados”, revela.
Gevaerd alerta que a alienação parental é considerada uma forma de abuso emocional contra a criança, sendo condenada tanto pelo sistema jurídico, quanto pela comunidade psicológica. “A conscientização e a educação sobre os danos causados pela alienação parental são fundamentais para prevenir e combater esse problema. É necessário promover uma relação saudável, na qual ambos os genitores sejam valorizados e respeitados, priorizando sempre o bem-estar da criança acima de qualquer conflito pessoal”, finaliza.