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  • sex. nov 22nd, 2024

Médico que defendeu direitos de pessoas com deficiência pode ser processado no Amazonas

Médico que defendeu direitos de pessoas com deficiência pode ser processado no Amazonas

As denúncias feitas nas redes sociais pelo médico do trabalho e ativista da inclusão social, doutor Cleverson Redivo, de que  que laudos médicos vêm sendo negados nos terminais de atendimento do Sinetram –   Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas, pode se tornar um processo judicial contra o profissional.

Desde 2010 ele realiza atendimentos as pessoas com deficiência que buscam o PASSE LIVRE e assina laudos médicos que dariam o direito ao benefício, mas afirmou ao DIÁRIO PcD que “no dia 25/05, um paciente me contou que foi tratado com desrespeito por uma funcionária do SINETRAM quando tentava obter sua carteirinha PASSA FÁCIL. Fiquei indignado e fui pessoalmente no local conversar com as funcionárias sobre o tratamento humilhante que meus pacientes têm recebido. Isso não foi a primeira vez que ocorreu”.

Redivo disse que “ao chegar no local, fui informado de que a pessoa responsável estava de férias e não havia substituto. Sinetram hoje não dispõe de uma estrutura para avaliar os laudos médicos. Eles estão sendo avaliados primariamente pelo pessoal da recepção que estão indeferindo de forma ilegal a concessão do Passa Fácil. E mesmo que houvesse um corpo médico, a legislação que preconiza a emissão do Passa Fácil é de 2011. E ele está fora do prazo, nós temos a Lei Brasileira de Inclusão que é de 2015 e temos a Lei de Acessibilidade Estadual (AM) nº 241 também de 2015 que versam sobre a realidade do PCD e os mecanismos necessários para essa adequação. A Lei Brasileira de Inclusão não existe para a Prefeitura de Manaus”.

Os vídeos ‘viralizaram’ e foram apresentados também no Canal do Diário PcD no YouTube.

“E tem mais, o IMMU emitiu uma nota condenando a agressão verbal sofrida por um de seus funcionários e ainda me ameaçaram de processo judicial. No entanto, essa nota revela a falta de atenção para com aqueles que precisam do Passe Fácil, devido a uma lei desatualizada e em conflito com o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Ou seja, essa lei está ilegal. Discordo fortemente dos argumentos apresentados na nota e agradeço o apoio recebido. É crucial defender os direitos dos cidadãos, especialmente das pessoas com deficiência”, afirmou o médico ao Diário PcD.

A Prefeitura de Manaus, por meio do IMMU, informou, em nota, que a todos os usuários necessitados da isenção do Passe Livre, é uma porta para o pleno acesso aos serviços de transporte coletivo urbano, Executivo e Alternativo e que os documentos obrigatórios estão especificamente expressos no artigo 6º, parágrafo 1º do referido decreto. E de que é responsabilidade do solicitante preencher um formulário de forma clara e legível, por um Médico Especialista filiado ao Sistema Único de Saúde (SUS) ou ao Serviço Médico Municipal. O formulário deve apresentar o carimbo do médico, contendo o número do CRM, uma indicação do tipo de deficiência e/ou patologia e a respectiva Classificação Internacional de Doenças (CID).

Relatou que a administração municipal está empenhada em investir e aprimorar o transporte público. “Esse compromisso se reflete não apenas na implementação do Passe Livre, mas também na expansão e modernização contínua da frota de ônibus, na melhoria da infraestrutura de paradas e terminais e na capacitação de funcionários para prestar um serviço de qualidade. A cidade está focada em desenvolver um sistema de transporte acessível, eficiente e confortável para todos os usuários”.

Já o Sinetram informou que foi citado pelo médico de forma equivocada, pois, não faz parte da competência do sindicato fazer a aprovação ou reprovação de laudo médico para quaisquer benefícios referentes ao transporte, sendo esta competência do órgão concessor.

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