- Por Ana Sofia Gala – Hand Talk
De acordo com Mary Pat Radabaugh, Diretora do IBM National Support Center for Persons with Disabilities em 1993, a tecnologia torna as coisas mais fáceis para pessoas sem deficiência. Para pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis.
Essa fala se mantém atual até os dias de hoje, principalmente em um cenário composto por mais de 17 milhões de pessoas com deficiência só no Brasil. As tecnologias assistivas, focadas em promover a acessibilidade e inclusão, desempenham um papel muito importante para a comunidade com deficiência mundial. É sobre elas que vamos falar hoje, então prepare seu cafézinho e bloco de notas, e vamos nos aprofundar no universo da tecnologia assistiva!
O que é tecnologia assistiva?
A tecnologia assistiva pode ser descrita como um conjunto de recursos e serviços criados com o intuito de promover mais acessibilidade e autonomia para as pessoas com deficiência. Seu objetivo é fazer com que essa parcela da população esteja mais incluída na sociedade e seja capaz de realizar suas atividades diárias de maneira equitativa às outras pessoas sem deficiência.
De um modo geral, a tecnologia assistiva atua como um auxílio para ampliar as habilidades das pessoas com deficiência. Podemos encontrá-la tanto na forma de softwares e equipamentos tecnológicos, quanto em serviços de medicina, educação e até design. Mas não se preocupe, ainda vamos nos aprofundar em mais exemplos do que é uma tecnologia assistiva mais para frente.
O que diz a lei sobre tecnologia assistiva?
Aqui no Brasil, esse termo foi usado legalmente pela primeira vez só em 2016, com a portaria nº 142 do CAT (Comitê de Ajudas Técnicas). Essa legislação fez da tecnologia assistiva um instrumento obrigatório de inclusão social em empresas e escolas.
Atualmente, o CAT não existe mais, mas ainda temos a Lei Brasileira de Inclusão para proteger os direitos das pessoas com deficiência e garantir a acessibilidade em todos os espaços, sejam eles físicos ou digitais.
Para que serve a tecnologia assistiva?
A tecnologia assistiva existe para promover mais inclusão, autonomia e equidade para as pessoas com deficiência. No geral, o objetivo é garantir uma maior qualidade de vida para essas pessoas, fazendo com que existam menos barreiras para realizar atividades cotidianas e do âmbito profissional.
Vale dizer também que as tecnologias assistivas, além de serem essenciais para quem tem uma deficiência permanente, também são bastante úteis para pessoas com deficiências temporárias ou situacionais.
Para você entender melhor a diferença entre elas, imagine uma pessoa surda. Ela possui uma deficiência permanente. Agora pense em alguém com uma infecção no ouvido, que não consegue ouvir por alguns dias. Essa é uma deficiência temporária. Por fim, imagine uma pessoa que está em um lugar muito barulhento e não consegue entender nada do que está ouvindo. Ela está passando por uma deficiência situacional.
Quais as categorias de tecnologias assistivas?
Segundo algumas definições acordadas a nível mundial, existem 12 categorias de tecnologias assistivas. É bastante importante que essas categorias existam, porque é só com essa organização que esta área do conhecimento poderá ser aprofundada, em termos de pesquisa, desenvolvimento e até promoção de políticas públicas.
Que tal então conferirmos quais são elas?
- Auxílio para a vida diária: essas são ferramentas relacionadas às tarefas mais básicas de uma pessoa, como comer, tomar banho, se vestir e cuidar da casa.
- Comunicação aumentativa e alternativa: as tecnologias deste grupo permitem a comunicação autônoma e completa por parte de pessoas mudas ou com limitações de fala, como vocalizadores e pranchas de comunicação.
- Recursos de acessibilidade ao computador: aqui encontramos os mais diversos equipamentos que possibilitam o acesso ao computador pelas pessoas com deficiência, como teclados modificados, softwares de leitores de tela e reconhecimento de voz, por exemplo.
- Sistemas de controle de ambiente: esses sistemas são voltados para pessoas com mobilidade reduzida, para que possam controlar aparelhos remotamente, seja acendendo as luzes ou abrindo portas.
- Projetos arquitetônicos para acessibilidade: essas talvez sejam as mais conhecidas das tecnologias assistivas, por aparecem mais no dia a dia da sociedade. Elas consistem em reformas e adaptações estruturais dos espaços, construindo rampas e adaptando banheiros, por exemplo, para reduzir barreiras físicas e facilitar a locomoção.
- Órteses e próteses: são um tipo de recurso ortopédico, que podem ajustar ou substituir partes do corpo com membros artificiais, auxiliando na locomoção.
- Adequação postural: todos os produtos e equipamentos que buscam o conforto das pessoas que precisam passar a maior parte do tempo sentadas ou deitadas, como encostos anatômicos para cadeiras de rodas e posicionadores que dão uma maior estabilidade.
- Auxílios de mobilidade: já falamos um pouco das cadeiras de rodas, mas é nessa categoria que elas se encaixam. Além delas, também temos andadores, scooters e qualquer outro tipo de veículo que ajude na mobilidade da pessoa com deficiência.
- Auxílios para pessoas cegas ou com deficiência visual: esses recursos incluem lupas, equipamentos em Braille, leitores de tela e até mesmo animais de serviço treinados para apoiarem a pessoa com deficiência no dia a dia.
- Auxílios para pessoas surdas ou com deficiência auditiva: aqui achamos diversos aparelhos, como implantes cocleares, sistemas de alerta visuais, telefones com teclado e também tradutores para Línguas de Sinais.
- Adaptações em veículos: todos os acessórios e adaptações que possibilitam pessoas com deficiência a acessarem e guiarem veículos, como rampas para cadeiras de rodas e arranjos de pedais.
- Esporte e lazer: aqui estão os recursos e serviços que contribuem para uma maior acessibilidade em atividades de recreação e esportivas, como bolas que emitem sons para pessoas com deficiência visual.
Quais os exemplos de tecnologia assistiva?
Já citamos alguns exemplos acima, dentro de cada uma das categorias da tecnologia assistiva, mas vamos adentrar ainda mais nesse universo!
Leitores de tela e ampliadores de imagem
Esses são softwares focados em pessoas com deficiência visual e/ou baixa visão. Os leitores de tela são responsáveis por traduzir todo o conteúdo em texto presente na tela para voz, inclusive imagens, desde que elas tenham uma descrição alternativa. Enquanto isso, ampliadores de imagem estão relacionados às ferramentas de zoom in e zoom out das páginas na web.
Hand Talk
A Hand Talk é a maior plataforma de tradução em Línguas de Sinais do mundo. Ela oferece duas soluções de tecnologias assistivas: o Hand Talk App e o Hand Talk Plugin. Com a ajuda dos tradutores virtuais 3D Hugo e Maya e da Inteligência Artificial, o primeiro realiza traduções de português para Libras (Língua Brasileira de Sinais) e de inglês para ASL (Língua de Sinais Americana), servindo como um tradutor de bolso. Enquanto isso, o segundo traduz todo o conteúdo em texto de sites do português para Libras.
Be My Eyes
O Be My Eyes é uma plataforma que conecta pessoas com deficiência visual com pessoas que enxergam, chamadas de videntes. Então, elas podem “emprestar seus olhos” para ajudar em tarefas do dia a dia, como conferir a data de validade de um produto ou a cor de uma roupa em uma loja.
Bengala eletrônica
Essas bengalas são mais tecnológicas do que a média, sendo capazes de alertar a pessoa se ela está se aproximando de algum obstáculo no seu caminho, como uma árvore no meio da rua, ou uma cadeira no escritório. Elas funcionam emitindo alertas sonoros ou de vibração, ajudando a pessoa com deficiência visual a se locomover de forma mais independente.
Pernas robóticas
Dentro da categoria de próteses, elas ajudam as pessoas com deficiência física a se locomover de maneira mais livre e autônoma, inclusive ajudando na prática esportiva.
Stand table
Stand tables funcionam como apoios para pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida a se locomoverem em pé, melhorando a circulação do corpo e diminuindo o inchaço nas pernas, muitas vezes causados por várias horas seguidas em uma cadeira de rodas.
Por que é importante investir em tecnologias assistivas?
É essencial continuarmos promovendo a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade com autonomia, e as tecnologias assistivas são grandes aliadas nessa missão! Com mais investimentos, vem a possibilidade de desenvolver e construir produtos e ferramentas mais focados nas dores e necessidades das pessoas com deficiência.
Ah, mas não se esqueça que também é muito importante contar com as próprias pessoas com deficiência nesse processo, além de profissionais especialistas em tecnologia e acessibilidade.
Como sua empresa pode implementar tecnologias assistivas?
Ainda há um longo caminho a percorrer em relação a implementação de tecnologias assistivas no ambiente de trabalho. Você sabia que em 2018 existiam 7 milhões de pessoas com deficiência aptas ao mercado de trabalho? Essa é uma informação de um estudo da RAIS, a Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho. Ainda, a pesquisa diz que desse grupo de pessoas, apenas 6%, ou 486 mil, tinham um emprego formal.
Mas nem tudo está perdido! Existem várias ações, das mais simples às mais complexas, que você pode começar a implementar na sua organização para garantir mais acessibilidade para sua equipe e clientes. Confira algumas ideias!
- Espaços adaptados, como corredores, banheiros e escadas;
- Mobílias ergonomicamente adaptadas;
- Sinalização por luzes;
- Rampas de acesso;
- Pisos táteis;
- Sinalização em Braille;
- Intérpretes de Libras e tradutores de Libras para sites;
- Computadores adaptados;
- Softwares de leitura;
- Telefones adaptados.
Conclusão
Implementar tecnologias assistivas no seu negócio, além de ser parte da legislação, também é um investimento estratégico. Então já comece a aprender mais sobre elas, entendendo o que mais faz sentido para a sua empresa. Uma dica de um ótimo primeiro passo nessa jornada de acessibilidade é contar com o Hand Talk Plugin no seu site. Fale com especialistas da Hand Talk para saber mais!