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Todos sabemos que o mundo da tecnologia está sempre em constante evolução, trazendo novos softwares de IA e hardwares a cada semana. É difícil acompanhar as inovações que afetam todas as áreas do nosso cotidiano, desde a implementação de um simples código QR em um cardápio até os revolucionários carros autônomos

Na área de acessibilidade e inclusão, o avanço das ferramentas é ainda mais evidente e necessário, pois elas facilitam a integração de pessoas com deficiência. Neste artigo, separamos algumas dessas inovações tecnológicas para você ficar por dentro das tendências do mercado de acessibilidade e inovação, tanto no mundo dos apps quanto dos hardwares.

Esta matéria foi feita com a curadoria e colaboração de Isabelle Utsch, UX Research especialista em acessibilidade. Acompanhe!

O que é tecnologia assistiva?

De forma, se definem como ferramentas que auxiliam e permitem a inclusão de pessoas com diversas deficiências específicas nas atividades do cotidiano. Essas tecnologias se apresentam de várias maneiras, tanto no mundo da eletrônica quanto nos softwares e hardwares, como leitores de tela e outros recursos mais famosos, tais quais bengalas ou cadeiras de rodas.

No mundo da acessibilidade as gambiarras e a criatividade são sempre bem-vindas. Por conta disso, sempre estamos ouvindo falar de inovações extraordinárias que na prática não chegam de forma material ao acesso do público. Veja algumas delas:

1 – WeWalk

As bengalas de forma geral são vistas sendo utilizadas por pessoas cegas ou com baixa visão e têm função de alertar os obstáculos no caminho principalmente nas subidas, descidas e paredes que normalmente não contêm componentes eletrônicos.

Porém para as pessoas com deficiência visual que estão cansadas de cair em buracos e trombar em placas, as bengalas inteligentes podem ser uma solução.

A WeWalk é uma bengala inteligente que tem GPS e pode ser integrada com a assistente de voz. Ela se conecta à internet e ao smartphone do usuário e usa o Google Maps para ajudar o usuário a chegar em locais, possui sensores para entender os arredores e alertar sobre os obstáculos. Além do mais, ela vibra na alça quando detecta obstáculos acima do nível do peito,  que é muito importante, pois as bengalas comuns não tem como detectar se existe algo que pode atingir o usuário, como um galho de árvore ou uma placa.

Essa bengala pode ser comprada no Brasil pelo site da WeWalk e custa cerca de R$ 5.400. O preço pode variar conforme a época, pois se trata de um produto importado sendo sujeito a variação do dólar.

2 – MouthPad

O MouthPad é um dispositivo que  foi criado por uma empresa americana MIT Media Lab, permite controlar o mouse de um computador ou celular usando apenas a língua. Ele se parece com um aparelho dental, mas tem um sensor no céu da boca que capta os movimentos da língua e os envia por Bluetooth para o dispositivo conectado. Ele é uma tecnologia assistiva para pessoas com deficiência motora que não conseguem usar mouse tradicionais.

O MouthPad foi lançado em 2023 e ainda não está disponível para compra, mas quem tiver interesse pode se inscrever em uma lista de espera no site da empresa.

3 – NuEyes

NuEyes é uma empresa americana especializada em óculos de realidade aumentada para pessoas com baixa visão. Com uma câmera de alta definição, esses óculos captam e ampliam as imagens do ambiente e as projetam na tela dos óculos. Além de leves e confortáveis, os óculos da NuEyes são sem fio e podem se conectar a celulares, tablets ou PCs.

Para adquirir os óculos da NuEyes, você pode acessar o site oficial da empresa. O preço depende do modelo escolhido e da taxa de câmbio do dólar. Os valores variam entre R$ 16.300 e R$ 19.800 na cotação atual.

4 – Colibri

O Colibri é um dispositivo inovador que funciona como um mouse de cabeça sem fios. Ele foi criado pela TiX Tecnologia Assistiva – uma startup mineira que desenvolve soluções para pessoas com deficiências motoras severas. Com o Colibri, pessoas que não podem usar as mãos conseguem controlar celulares, tablets e computadores apenas com movimentos da cabeça e piscar dos olhos.

O Colibri é leve, tem bateria recarregável e se conecta aos dispositivos via Bluetooth, sem precisar de instalação. Além disso, ele é personalizável, podendo ser escolhido entre diferentes cores e se adaptar a qualquer armação de óculos.

O Colibri foi lançado em 2021 e pode ser adquirido pelo site da TiX, com planos de assinatura de R$ 119/mês ou compra definitiva por R$ 2.990.

5 – Matraquinha

Matraquinha é um aplicativo que ajuda crianças e adolescentes com autismo não verbais a se expressarem de forma intuitiva e lúdica. O aplicativo utiliza o método tradicional de comunicação aumentativa alternativa, baseado em cartões com figuras que representam objetos, ações, sentimentos e necessidades.

Ao tocar nas figuras, a criança ouve uma voz que reproduz o que ela quer comunicar. O aplicativo abrange diversos temas, como emoções, necessidades básicas, saudações, roupas, animais, números e vogais.

O Matraquinha foi criado em 2018 pela família de Gabriel, um menino com autismo. Seu pai, Wagner Yamuto, sua mãe, Grazyelle, e seu tio, Adriano, desenvolveram o aplicativo para facilitar a comunicação do filho com o mundo. O app se tornou um sucesso. Ele está disponível gratuitamente para Android e iOS. O aplicativo também permite a personalização dos cartões, adicionando fotos, textos e áudios próprios da criança ou da família.

6 – HandTalk

O HandTalk é um aplicativo que funciona como um tradutor e um dicionário de bolso para línguas de Sinais. Ele facilita a comunicação entre pessoas surdas que usam Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) ou American Sign Language (Língua Americana de Sinais) com pessoas ouvintes, especialmente em situações cotidianas ou de emergência que não contam com um intérprete. O aplicativo traduz a palavras de forma bem parecida com o google tradutor.

HandTalk funciona como um tradutor para língua de sinais.Fonte:  HandTalk.com.br 

O aplicativo é gratuito e permite traduzir texto ou áudio para Libras ou ASL. Basta digitar ou falar uma palavra ou frase e os avatares Hugo e Maya vão mostrar o sinal correspondente.

7 – Sound Shirt

Desenvolvida pela empresa CuteCircuit, a Sound Shirt é uma camiseta inteligente que permite que pessoas surdas ou com deficiência auditiva possam sentir a música através de vibrações no corpo. A camiseta usa sensores e atuadores que se sincronizam com uma fonte de áudio, como um concerto ao vivo ou uma gravação musical, e transformam as diferentes frequências sonoras em estímulos táteis nas diversas partes do corpo do usuário.

A Sound Shirt foi criada em parceria com a Orquestra Sinfônica de Jovens de Hamburgo, na Alemanha, com o objetivo de proporcionar uma experiência musical inclusiva. A invenção foi reconhecida como uma das 100 melhores invenções de 2020 pela revista TIME.

A camiseta pode ser comprada no site da CuteCircuit por £550, que equivale a cerca de R$ 4.000,00 na cotação atual. No entanto, não há informações sobre a entrega no Brasil ou os custos de envio e impostos.

De certa maneira as evoluções tecnológicas chegam com o intuito de facilitar as nossas vidas. Mas no caso das inovações citadas nesse artigo, posso dizer que literalmente conseguem mudar completamente a vida de pessoas com necessidades diversas. Mesmo que em alguns casos esses equipamentos não sejam exatamente acessíveis financeiramente falando, o investimento em inclusão tecnológica se traduz na maior participação de pessoas, tendo autonomia e trazendo diferentes vozes e diversidade para a rotina.

A vida de quem depende de recursos tecnológicos para ter uma rotina independente nunca foi exatamente fácil, mas com a democratização dos smartphones nas casas dos brasileiros esses itens podem se tornar apps acessíveis ao invés de serem equipamentos que custam milhares de reais.

Além disso, não podemos esquecer que algumas dessas engenhosas criações são tupiniquins, então temos que ter muito orgulho dos nossos programadores e engenheiros nacionais e não achar que criatividade e inovação vem só lá de fora. O que precisamos para fomentar esse tipo de iniciativa por aqui é mais e investimento, tanto público quanto privado, para esse tipo de projeto experimental de equipamentos que proporcionam uma rotina mais acessível.

Fonte: Tecmundo

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