Neste Dia 22, comemora-se o Dia Nacional do Atleta Paralímpico, e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) celebra a data com os recordes mundiais dos atletas do Brasil neste ano. A data foi instituída a partir do decreto de lei nº 12.622, de 8 de maio de 2012, mas começou apenas a ser comemorada em 2014.
O Dia Nacional do Atleta Paralímpico dá sequência às comemorações ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (comemorado em 21 de setembro), que existe desde 2005 com o objetivo de conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.
Outra ação prevista pelo CPB para celebrar o Dia do Atleta Paralímpico será a realização da segunda edição do Festival Paralímpico em 2023, evento que acontecerá neste sábado, 23, em 117 localidades espalhadas pelas 27 unidades federativas do país.
O Festival proporciona a crianças com e sem deficiência (até 20%) a vivência em modalidades paralímpicas, de maneira recreativa e lúdica, bem como difunde o Movimento Paralímpico por todo o território nacional.
A primeira vez que o Festival foi realizado, há cinco anos, ocorreu em 48 locais com a participação de mais de 7 mil crianças. Em 2019, o evento teve 70 sedes e recebeu mais de 10 mil inscritos. No ano seguinte, a ação foi cancelada devido à pandemia de Covid-19 e retornou em 2021, com 8 mil participantes em 70 núcleos.
O Festival ocorre em setembro por causa da celebração ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21) e ao Dia Nacional do Atleta Paralímpico (22). Em 2021, devido à pandemia de Covid-19, o evento foi adiado e realizado em 4 de dezembro para acompanhar o Dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência (3 de dezembro).
Relembre cinco recordes mundiais que os atletas paralímpicos do Brasil conseguiram no ano até o momento:
Jerusa Geber posa no pódio ao lado de guia Gabriel Garcia durante Mundial de Paris 2023 | Foto: Alexandre Schneider / CPB
A velocista acreana Jerusa Geber, 40, da classe T11 (cegas), quebrou o recorde mundial dos 100m durante a 1ª Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa de atletismo, realizado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, no último dia 25 de março. Medalhista em três edições de Jogos Paralímpicos (Pequim 2008, Londres 2012 e Tóquio 2020), Jerusa completou a distância em 11s83 e melhorou sua própria marca de 11s85, feita também no CT Paralímpico, em setembro de 2019.
Havia quatro anos nenhuma velocista cega fazia os 100m em menos de 12s. Na história, além da acreana, apenas as chinesas Cuiqing Liu e Guohua Zhou, além da britânica Libby Clegg conseguiram tal feito. Outras duas atletas do Brasil chegaram perto: a paranaense Lorena Spoladore, que registrou o tempo de 12s02, em 2019, e a mineira Terezinha Guilhermina, que terminou a distância em 12s10, nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016.
Gabriel Araújo posa com medalha em Manchester | Foto: Douglas Magno / CPB
O nadador mineiro Gabriel Araújo bateu o recorde mundial dos 50m borboleta, pela classe S2 (comprometimento físico-motor), em 22 de junho, primeiro dia do Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de natação, que aconteceu no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. O campeão paralímpico e mundial completou a distância em 52s96 e superou os seus 53s80, registrados no World Series de Sheffield, Inglaterra, no mês de março.
Este foi o oitavo recorde mundial quebrado por Gabriel na piscina do CT Paralímpico. Em 2023, Gabrielzinho, como é conhecido, também quebrou a melhor marca do mundo em outra prova da classe S2. Na sua estreia do World Series na Inglaterra, nadou os os 150m medley em 3min23s83 e superou a sua própria marca de 3min35s44, registrada no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, em abril do ano passado.
Beth Gomes comemora vitória durante Mundial de atletismo em Paris | Foto: Alessandra Cabral / CPB
Durante o Mundial de atletismo, que ocorreu em Paris, na França, no mês de julho, a paulista Beth Gomes quebrou dois recordes mundiais no mesmo dia. Logo na sua primeira prova na competição, bateu a marca anterior e conquistou a medalha de ouro no arremesso de peso pela classe F53 (que competem em cadeiras), com a marca de 7,75m. O recorde anterior, de 7,16m, também era da atleta que foi foi diagnosticada com esclerose múltipla nos anos 90.
Beth fez seu segundo recorde mundial no lançamento de disco F53 ao cravar 17,12m. A marca anterior era dela também, de 16,80m, feita no Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de atletismo, em junho, no CT Paralímpico.
Em março, Beth passou por uma reclassificação funcional em março, em Marrakech, Marrocos, durante o Grand Prix Internacional de atletismo. A banca de classificação internacional que avaliou a funcionalidade dos seus membros entendeu que Beth teria tônus muscular no tronco, portanto, deveria ser reclassificada para uma classe acima – passou de F52 para F53.
E, logo na competição no Marrocos, já fez história na nova classe. Quebrou o recorde mundial que durava quase 30 anos ao realizar um arremesso de peso em 6,51m. A marca anterior, de 5,88m, era da neozelandesa Cristeen Smith, registrada em 1994, na Alemanha.
Carol Santiago posa para foto com oito medalhas do Mundial de Manchester | Foto: Alessandra Cabral / CPB
Outra atleta a quebrar um recorde em pleno Campeonato Mundial foi a pernambucana Carol Santiago, da classe S12 (baixa visão). Ela bateu a melhor marca mundial dos 50m livre em 2 de agosto, dia do seu 38º aniversário, durante as eliminatórias do Mundial de natação paralímpica de Manchester, Inglaterra. Nadou para 26s65 e superou seu prório tempo, de 26s68, estabelecido no World Series de Lignano, Itália, em março deste ano.
No Mundial, Carol conquistou oito medalhas, ao todo: ouro nos 100m costas, 100m borboleta, 50m livre, 100m livre e no revezamento misto 4x100m medley 49 pontos, prata nos 100m peito, e bronze nos 200m medley e no revezamento misto 4x100m medley 49 pontos.
Mariana D’Andrea
A campeã paralímpica Mariana D’Andrea, 25, conquistou o primeiro ouro do Brasil em um Campeonato Mundial de halterofilismo em Dubai 2023, no último mês de agosto. Ela também se tornou dona da maior marca do mundo na categoria até 79kg, ao suportar 151 kg em seu terceiro movimento.
A disputa final teve ao todo três quebras do recorde mundial, que era da nigeriana Bose Omolayo, responsável por levantar 145 kg no Egito, em outubro de 2022. Durante a prova, Mariana estabeleceu novas marcas ao suportar 146 kg e 151 kg, enquanto a própria nigeriana, por um momento, também chegou a recuperar o posto de recordista mundial ao erguer 150 kg.
Mariana D’Andrea se emociona com recorde e medalha de ouro no Mundial de Dubai 2023 | Foto: Hiroki Nishioka / WPPO
A campeã paralímpica Mariana D’Andrea, 25, conquistou o primeiro ouro do Brasil em um Campeonato Mundial de halterofilismo em Dubai 2023, no último mês de agosto. Ela também se tornou dona da maior marca do mundo na categoria até 79kg, ao suportar 151 kg em seu terceiro movimento.
A disputa final teve ao todo três quebras do recorde mundial, que era da nigeriana Bose Omolayo, responsável por levantar 145 kg no Egito, em outubro de 2022. Durante a prova, Mariana estabeleceu novas marcas ao suportar 146 kg e 151 kg, enquanto a própria nigeriana, por um momento, também chegou a recuperar o posto de recordista mundial ao erguer 150 kg.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro