Reafirmando seu compromisso com a inclusão, acessibilidade, oportunidade para todos e conectado com as necessidades das pessoas com deficiência e baixo letramento, o Instituto Jô Clemente (IJC), referência nacional no tratamento das pessoas com deficiência intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e doenças raras, lança seu novo site, o primeiro no Brasil acessível a todos os públicos. O portal, que entrou no ar na semana da importante data de 21 de setembro, terá linguagem simples e de fácil entendimento, tornando-se um importante instrumento de inclusão digital.
A linguagem simples é um conjunto de práticas, instrumentos e sinais usados para transmitir informações de maneira simples e objetiva, a fim de facilitar a compreensão de textos. Isso facilita o entendimento de pessoas com deficiência e de baixo letramento. Isso não quer dizer que as palavras que são difíceis de entender serão excluídas; elas serão explicadas de forma fácil para a compreensão da pessoa. Uma comunicação é simples quando a pessoa que lê o texto ou escuta a mensagem, consegue entender o conteúdo de forma fácil, sem precisar reler o texto várias vezes ou pedir explicações para outra pessoa.
“Podemos considerar que um texto tem uma linguagem simples, quando ele apresenta suas ideias, palavras, frases e estrutura de forma organizada para quem lê. É importante lembrar que linguagem simples não é uma linguagem informal. É possível escrever de forma simples e acessível, sem ser informal”, destaca Priscilla de Arruda Camargo, gerente de Marketing, Comunicação e Voluntariado do IJC.
Para Stephanie Lima, assistente deAdvocacy do IJC e pessoa com deficiência intelectual, o lançamento reforça o compromisso do IJC com a inclusão, equidade e diversidade. “Com a iniciativa, estamos abrindo as portas do conhecimento e da informação, rompendo com as barreiras na comunicação das pessoas com deficiência e baixo letramento. A linguagem simples, além de uma técnica, é uma forma de autodefensoria, pois também garante o direito das pessoas com deficiência intelectual”, destaca Lima.
De acordo com a pesquisa realizada pela Getty Images & iStock, apenas 2% do conteúdo mais popular de imagens e vídeos inclui pessoas com deficiência. O estudo ainda revela que quase metade dos entrevistados sofreu preconceitos em relação a diferentes fatores de identidade. Por esse motivo, é fundamental que haja políticas de inclusão e representatividade nos conteúdos feitos e publicados na internet.
A partir dessa premissa, um dos grandes diferenciais da novidade do IJC é o foco na acessibilidade digital. Para isso, além da Linguagem Fácil, o site conta também com ferramentas que tornam a navegação mais inclusiva como a Hand Talk e a EqualWeb.
Por meio da tradutora virtual Maya, que estará alinhada com a identidade visual do IJC, a Hand Talk realiza a tradução de textos em libras (Língua Brasileira de Sinais), sendo que o avatar recorre a gestos que facilitam a comunicação com pessoas surdas ou com dificuldade auditiva, proporcionando a inclusão desse público. Além de traduzir, a Hand Talk também possui um aplicativo que funciona como um tradutor de bolso para Línguas de Sinais, inclusive disponibilizando uma seção para quem deseja aprender Libras.
Já a solução da startup israelense, EqualWeb, tem como objetivo oferecer acessibilidade digital, melhorando, ainda mais, a usabilidade do site do IJC. De acordo com Ricardo Hechtman, CEO da Equalweb Brasil, “elementos como cores contrastantes, fontes legíveis e uma estrutura clara de informações facilitam a compreensão e a navegação do usuário com deficiência”. Essa acessibilidade garante o direito das pessoas com deficiência, promovendo maior interação. A ferramenta Equalweb propicia que as pessoas tenham independência para realizar as tarefas sozinhas, resultando em uma experiência mais agradável para as pessoas com deficiência no acesso digital.
Para tornar essa jornada possível, a equipe do Instituto Jô Clemente (IJC) passou por uma capacitação em linguagem simples para garantir a aplicação da Linguagem Fácil no conteúdo do site e contou com o apoio da BlackID, empresa especializada no segmento que promove a diversidade em organizações.
“Contribuímos com o desenvolvimento do novo site do Instituto Jô Clemente (IJC) com recursos acessíveis digitalmente, fortalecendo a compreensão das mensagens. Valorizamos uma linguagem inclusiva e nosso trabalho foi pautado em melhorar a compreensão dos conteúdos com a aplicação de glossário (explicações) e também imagens ilustrativas de apoio”, destaca Renata Camargo, CEO da BlackID.
Com a chegada do novo site, o primeiro do Brasil com a Linguagem Fácil aplicada, o IJC contribui, mais uma vez, para a transformação da sociedade por meio de ações concretas de diversidade, equidade e inclusão. “O projeto representa um importante avanço para a inclusão digital no Brasil, dando exemplo e inspirando outras práticas inclusivas. Sabemos que o meio digital na maioria das vezes não é acessível e dificulta o entendimento. A tecnologia está sempre avançando e devemos estar abertos às mudanças, mas sempre garantindo o direito da acessibilidade da comunicação para todas as pessoas ”, reforça Stephanie Lima.
“Para nós do Instituto Jô Clemente (IJC) é uma grande conquista. É dar o exemplo e colocar em prática também no site pois já aplicamos a linguagem fácil em nossas comunicações internas e no BoletIn. O trabalho do site iniciou no segundo semestre de 2022, baseado nos 4 pilares da Organização: prevenção e promoção da saúde, inclusão social, defesa e garantia de direitos e pesquisa e inovação. A acessibilidade digital é essencial para garantir que todas as pessoas, independentemente de suas habilidades ou limitações, possam utilizar e se beneficiar plenamente da tecnologia e da informação online, promovendo a inclusão e oportunidade para todos” ressalta Priscilla.
A temática da Linguagem Fácil é tão relevante que, também agora em setembro, foi publicada a recomendação do Conselho Nacional da Justiça (CNJ), para os Tribunais e Conselhos, com exceção do STF, acerca “do uso, sempre que possível, de elementos visuais que facilitem a compreensão da informação e que a utilização de linguagem simples deve prevalecer em todos os atos administrativos e judiciais expedidos pelos Juízos, Tribunais e Conselhos. Esses poderão utilizar o código de resposta rápida (QR Code) para fornecer informações complementares relacionadas ao documento, bem como para possibilitar o acesso a formas alternativas de comunicação, como áudios, vídeos legendados e com janela de libras ou outras”, finaliza Priscilla.
Sobre o Instituto Jô Clemente (IJC)
O Instituto Jô Clemente (IJC) é uma Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que há mais de 62 anos promove saúde e qualidade de vida às pessoas com deficiência intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e doenças raras, além de apoiar a sua inclusão social e a defesa de direitos, disseminando conhecimento por meio de pesquisas científicas. Com o pioneirismo e a inovação como premissas, propicia o desenvolvimento de habilidades e potencialidades que favoreçam a escolaridade e o emprego apoiado, além de oferecer assessoria jurídica às famílias sobre os direitos das pessoas com deficiência intelectual.