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  • sex. nov 22nd, 2024

Maternidade atípica e a necessidade de cuidar de quem cuida

Maternidade atípica e a necessidade de cuidar de quem cuida

A maternidade atípica é vivida pelas mães de pessoas com síndromes, transtornos,  doenças raras ou deficiências. O termo foi criado pelas próprias mães com a intenção de serem reconhecidas pela sociedade, pois, atualmente há bastante foco nas pessoas, em especial, nas crianças que tenham algum diagnóstico, e quase nenhum nas mães e em suas necessidades, explica Mariana  Sotero Bonnás, que é psicóloga referência no atendimento de mães atípicas. 

Em um mundo ainda muito preconceituoso, capacitista e não preparado para lidar com as diferenças é necessário ampliar a visibilidade sobre o termo e as carências de mães, pais e cuidadores. Mariana  Bonnás dedica seus atendimentos psicológicos  exclusivos à maternidade atípica e comenta sobre o que a motivou a trabalhar com esse público . “Em meus atendimentos clínicos, o meu  foco estava na criança e meu tempo com a mãe era sempre para falar de seu filho (a). Porém, algo sempre me fez pensar nestas mães. Eu queria poder ouví-las e  saber como elas estavam. E foi assim, percebendo o quão invisíveis elas pareciam para a sociedade, que decidi atender somente este público. Se ninguém estava olhando para elas, eu olharia.”, explica Bonnás. 

A profissional enfatiza a importância destas mães receberem acompanhamento psicológico dedicado e explica que uma maternidade atípica apresenta maiores desafios do que uma maternidade típica, pois, essas mães precisam aprender a lidar com situações fora do esperado. Após o  diagnóstico de seus filhos, elas passam a lidar com uma intensa agenda na busca por médicos, terapias e conhecimentos especializados para atender seus filhos (as).

E é neste momento que o atendimento dedicado entra em ação. “É muito importante que a mãe, assim como a família como um todo, aprenda que se cuidar não é ser egoísta, pelo contrário, quando ela olha para si, isso reflete no bem estar de todos à sua volta”, reforça a psicóloga. Ela ainda comenta que nem sempre a mãe vai encontrar tempo ou ferramentas para poder fazer algo por si e a terapia poderá auxiliá-la a lidar com esses desafios, assim como os outros que aparecerão ao longo da vida. E neste momento que o atendimento exclusivo se torna uma ferramenta importante. 

Para Bonnás, o grande diferencial é que as mães não precisam ficar explicando sobre os diagnósticos dos filhos (as) ou questões de saúde. Assim, elas não se sentem envergonhadas quando admitem os seus sentimentos, porque sabem que já ouviram experiências parecidas com as delas. “Eu costumo dizer que um bom psicólogo fará um bom atendimento com as mães atípicas, mas um psicólogo que entende as particularidades dessas mães fará um trabalho ainda melhor”, explica. Outra diferença positiva deste perfil de atendimento, segundo Bonnás, é que essas mães sabem que não haverão frases preconceituosas ou capacitistas, e nem olhar com dó ou pena, porque há uma conduta para tratá-las.

As queixas mais comuns que Mariana recebe são: exaustão mental, falta de rede de apoio e medo do futuro. E contar com um profissional neste momento vai colaborar para que essas mães aprendam a ter um olhar diferente perante a vida e seus desafios. “Nem sempre é fácil, elas se sentem ‘engolidas’, sem saberem como encontrar tempo para realizar outras coisas. Uma das estratégias que recomendo é começar aos poucos, com pequenas mudanças na rotina, como por exemplo, ouvir uma música que gosta, se for o caso. Afinal, estar bem é algo mais que importante, é necessário para também cuidar melhor dos seus filhos”, comenta Bonnás. 

Com atendimento uma vez por semana e duração em média de 50 minutos, a conversa é realizada de forma online, assim, a profissional atende mães atípicas brasileiras que moram em diversos estados e outros países. “Meu trabalho é baseado em evidências científicas, utilizo a Terapia Comportamental Cognitiva, a ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso) e ferramentas da Psicoterapia Positiva, possibilitando o autoconhecimento. Assim como aprender a resolver os desafios que a vida apresenta, podendo auxiliar na diminuição da ansiedade e sentimentos de desesperança frente à vida”, explica Bonnás.  

O atendimento individual trabalha as questões específicas de cada mãe, aprofundando mais no que é conversado. O foco é na pessoa em sua totalidade, não apenas no papel de mãe. “Dessa maneira ela passa a ter maior clareza de seus sentimentos, pensamentos e comportamentos, sendo possível utilizarmos ferramentas específicas para cada caso”, diz Mariana. 

Além dos atendimento individual online, Mariana Bonnás também atende grupos de mães atípicas que trabalham temas específicos ligados à maternidade atípica. “O formato de grupo é muito rico, pois permite que as mães possam expor suas opiniões e sentimentos de forma respeitosa. Essa troca de experiências é bastante transformadora”, comenta a psicóloga.  

https://www.marianabonnas.com.br/

https://www.instagram.com/marianabonnas/

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