Potência mundial nos esportes adaptados, o Brasil entra na disputa dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile, a partir do próximo dia 17, pronto para fazer história novamente.
Composta por 323 atletas, a delegação reúne talentos de 17 modalidades, como a cadeirante maranhense Juscileia Silva, de 32 anos, convocada para representar a seleção de parabadminton. Entre a rotina de treinos e a jornada profissional na Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal, a jovem aprendiz da Demà Jovem by Renapsi alimenta o sonho de voltar dos Jogos Parapan-Americanos com um peso a mais na mala: uma medalha.
Quando criança, vivia nos campos de futebol na cidade de Santa Luzia do Paruá, no Maranhão, mas um grave acidente interrompeu os sonhos da futura jogadora. Ao desembarcar em Brasília, há 17 anos, ela encontrou novamente o incentivo para superar o trauma e se dedicar à paixão pelo esporte.
Na cadeira de rodas, passou a viver novas experiências em modalidades adaptadas, como basquete e atletismo, mas foi no parabadminton que passou a se dedicar há dois anos. O empenho levou a craque a superar grandes desafios e estimular o sonho de subir ao pódio no torneio das Américas.
“Vi que era algo que me preenchia e me completava. É um esporte que muita gente não conhece, mas que é fantástico. Com muito trabalho e suor a gente conseguiu um feito muito grande, porque em um tempo curto poder já ser convocada para o Parapan é algo único. Me sinto realizada. Não há nada mais prazeroso e gratificante”, celebra.
Ela desembarca em Santiago querendo repetir o feito de uma lenda recente de outros Parapan, o ex-nadador Daniel Dias, maior medalhista brasileiro do torneio. Curiosamente, os destinos da dupla se cruzaram em outro momento. A jovem é participante do projeto Olympism365 “Esporte, Educação e Meios de Vida”, do qual o atleta irá participar para conversar com a garotada em um evento em Palmas, no Tocantins, tratando sobre valores olímpicos e como o esporte mudou a vida dele.
O Olympism365 “Esporte, Educação e Meios de Vida” é uma iniciativa global em parceria com o Comitê Olímpico Internacional (COI), liderada pela Fundação SES da Argentina e no Brasil é realizada pela Demà Jovem by Renapsi, e busca promover os valores olímpicos na formação de jovens aprendizes para entrada no mercado de trabalho, além de exercer um papel importante para a inserção dos mesmos em modalidades esportivas.
“Fico feliz em poder ver que deixei um legado especial às novas gerações de atletas. Tenho muito orgulho de poder inspirar, por meio da minha trajetória, novas histórias de superação. Me emociona ver que toda a minha dedicação e esforço vai muito além de pódios e medalhas”, comenta Daniel Dias.
Juscileia revela ainda o encontro especial que teve com a ‘lenda’ das raias olímpicas. “Daniel é um dos maiores atletas que o nosso país tem, é um atleta completo. Eu tive a honra de poder conhecê-lo pessoalmente, me emocionei só em poder abraçar e estar ali junto com ele. Para mim, ele é inspiração, é luta, é garra, determinação. Não é à toa que é recordista mundial, então poder ter esse pequeno contato e aprender com ele é demais”, se emociona.
Aprendizados para além pódios e medalhas
As lições e o legado de Daniel, que inspiram histórias como a de Juscileia, vão além das piscinas, medalhas e pódios, estando presentes na essência do projeto inovador, Olympism365. Por meio do eixo “Educação, Esporte e Meios de Vida”, o projeto trazido ao Brasil pela Demà Jovem by Renapsi tem Daniel como um dos participantes e integra o poder do esporte na formação de mais de 10 mil alunos dos estados de Goiás, Tocantins e do Distrito Federal.
Com isso, esses jovens terão a oportunidade de vivenciar na prática os valores olímpicos nos programas de aprendizagem da organização. Acima de tudo, terão a oportunidade de conciliar educação e trabalho, aspecto mais valorizado pela iniciativa.
“No meu papel no Olympism365, quero ver jovens voarem cada vez mais alto. Um dia eu estive naquele lugar, olhando meus ídolos e querendo ser como eles. É uma honra poder ocupar este lugar hoje, então espero poder ajudar como puder, orientando e aconselhando. O esporte te ensina coisas para a vida, e juntar isso com os aprendizados de sala de aula te deixam ainda mais preparado para o que vier pela frente, dentro ou fora das competições”, opina Daniel.
Charlie Pereira, Coordenador de práticas esportivas da Demà Jovem by Renapsi, fala sobre o sentimento que move um projeto desta dimensão. “É gratificante ver jovens tão inspirados e engajados em um projeto tão importante. Educação e esporte fornecem oportunidades singulares para a vida. A combinação desses dois fatores é transformador e dá aos nossos jovens a chance de juntos construirmos uma sociedade melhor, com jovens, que serão os futuros cidadãos, com caráter e honestidade”, declarou.
O coordenador se junta à torcida brasileira no sonho de ver Juscileia subir ao pódio e cantar o hino brasileira. “A torcida pela Juscileia vai ser de todos por aqui. Mesmo ainda sendo participante do projeto do Olympism365, ela já desponta como um exemplo para a garotada. Seguimos em frente tentando fazer nossa parte para que daqui saiam mais Juscileias e Danieis, que no futuro brilhem não apenas nos grandes palcos esportivos, mas na vida e dentro da carreira que escolherem”, conclui Charlie.
Sobre a Renapsi | A Demà Jovem by Renapsi é uma organização que há 30 anos atua com Programa de Aprendizagem no Brasil, comprometida com o desenvolvimento de projetos sociais que promovem a educação, o trabalho e o bem-estar da juventude. Por meio de parcerias e programas inovadores, a Demà Jovem by Renapsi tem como missão criar um impacto positivo nas vidas dos jovens e inspirá-los a alcançar seu pleno potencial.
Sobre a Fundação SES | A Fundação SES é uma organização social que trabalha na Argentina e na América Latina desde 1999, promovendo e restaurando os direitos de adolescentes e jovens. Ela impulsiona a inclusão social, educacional, econômica, trabalhista e cidadã da juventude, levando em consideração suas trajetórias e contextos de vida. Essa missão é realizada por meio de parcerias e da construção de redes e alianças com organizações e instituições da sociedade civil, empresas, agências internacionais, Estados e a própria juventude.