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  • sex. nov 22nd, 2024

Expectativa de novas medalhas brasileiras no Parapan no Chile

Expectativa de novas medalhas brasileiras no Parapan-Americano no Chile

Nos Jogos Panamericanos de Santiago 2023, no Chile, que terminaram no último dia 5 de novembro, o Brasil fez história com a melhor participação desde a primeira edição do evento, em 1951.

Mas as disputas multiesportivas do continente não terminaram. Isso porque até o dia 26 de novembro acontece o ParaPan, também em Santiago, que está reunindo milhares de atletas com alguma deficiência dos diferentes países da região. De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro, são 324 paratletas de 17 modalidades que concorrem pelo país. O Brasil busca se manter na liderança do quadro de medalhas, posto no qual permanece desde a edição do Rio de Janeiro, em 2007.

Um exemplo de esperança de medalhas nos próximos dias é Sabrina Custódia da Silva, de São Paulo, paratleta do ciclismo, que participa das provas de pista e de estrada, nos dias 23, 24 e 26 de novembro. Ela teve parte da perna direita amputada, além das duas mãos, em decorrência de uma descarga elétrica. Por isso, utiliza uma prótese para caminhar e outra para os treinos com a bicicleta.

Com isso, de segunda a sábado, ela tem uma rotina puxada: treina até quatro horas por dia, com atividades alternadas para as duas modalidades em que compete. “Tem dias que faço treinos mais longos, específicos para estradas, que duram de três a quatro horas, e tem dias que foco em curta distância e com mais velocidade para as pistas, com cerca de duas horas”. E não para por aí: duas vezes por semana, a paratleta faz fortalecimento e treinos de mobilidade.

O empenho da competidora fez com que ela chegasse em 2022 ao vice-campeonato mundial de ciclismo de pista. Com isso, sua expectativa no ParaPan é alta. “Estou confiante e contente com os resultados que eu tenho conquistado, e permaneço treinando muito. Acredito que tenho grandes chances de medalhas, especialmente nas provas de pista”, comenta.

Natação dourada

Outra paratleta que está esperançosa para a competição é Mariana Gesteira Ribeiro, da natação, que vive em Vitória (ES) e compete na classe S9 do esporte paralímpico. Ela tem Síndrome de Arnold-Chiari, uma má formação no cérebro que pode causar dificuldade de equilíbrio, de coordenação motora e problemas visuais. Por isso, ela utiliza uma cadeira de rodas e uma scooter para se locomover até o local treinos.

Mariana participou em 2023 do mundial paralímpico de natação e ganhou a medalha de ouro nos 50 metros nado livre. Para atingir esse feito, o trabalho é pesado: de segunda a sábado faz treinamentos nas piscinas, além de academia, pilates, fortalecimento e treino de core (que trabalha os músculos do abdome). “Normalmente minhas manhãs e tardes são ocupadas com os exercícios”.

Quanto ao ParaPan, a atleta já havia participado da edição de Toronto em 2015, mas em Lima 2019 não conseguiu atingir seus objetivos, pois a doença progrediu. No ParaPan de Santiago, o objetivo é conquistar os melhores resultados. “Aconteceram vários desafios no caminho, mas continuo lutando da melhor forma. Acabei de vir de um mundial com bons resultados. Então eu quero brigar muito para medalhar em todas as provas em que eu competir”, comenta a atleta que compete nos dias 22, 23 e 24 em busca de medalha para o País.

Tecnologia: aliada dos treinos e das conquistas

A rotina de muitos atletas do ParaPan não seria possível sem tecnologias que possibilitem o alcance de índices de campeões. É o que considera a ciclista Sabrina Custódia. “Sem as próteses eu não seria atleta. Quem é amputado depende delas para o esporte. A prótese específica para o ciclismo me ajuda a evoluir no meu rendimento, garantindo segundos importantes nas competições”.

Mariana precisa de sua cadeira de rodas e da scooter para treinar devido aos problemas que enfrenta com equilíbrio em decorrência da Síndrome de Arnold-Chiari. “Quando eu saio dos treinos, principalmente dos mais fortes, às vezes tenho que sair no colo, pois não consigo ficar em pé. Então a cadeira de rodas e a scooter são importantes para alguém me colocar sentada e eu me locomover”, afirma.

As duas atletas recebem a tecnologia e a assistência técnica para os equipamentos por parte da Ottobock. Marcelo Cuscuna, CEO da empresa na América Latina, destaca que o desenvolvimento de tecnologias para os competidores requer sempre o foco nas demandas para o esporte. “Atletas de alto rendimento que usam esses equipamentos precisam de estruturas que permitam sua evolução nas modalidades. Quanto mais eles evoluem, mais a tecnologia precisa caminhar um passo à frente para que seus objetivos sejam alcançados”, destaca.

O desenvolvimento desses equipamentos passa sempre por um processo de avaliação, com diferentes testes até chegar ao atleta para a competição. “Investir em uma nova tecnologia é também ter uma visão de futuro de uma sociedade mais inclusiva. Isso é muito importante por parte de empresas que trabalham nesse nicho, como uma contribuição em busca de inclusão, autonomia, mobilidade e representatividade para tantas outras pessoas deficientes que assistem a competições como o ParaPan”, afirma o CEO da empresa.

Marcelo destaca também o acompanhamento por parte de equipes multiprofissionais como aliadas para a adaptação e suporte aos atletas. “O paciente que usa esses equipamentos depende de uma rotina de fisioterapias e de assistência mais técnica para possíveis ajustes. Sem isso, um atleta não teria por completo as necessidades atendidas para seus treinos. É sempre bom olhar para o todo, para garantir bem-estar e qualidade de vida aos atletas”, completa.

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