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  • sex. set 20th, 2024

Estratégias para reduzir sobrecarga sensorial em festas de fim de ano para crianças autistas

Estratégias para reduzir sobrecarga sensorial em festas de fim de ano para crianças autistas

À medida que as festas de final de ano se aproximam, a alegria e a apreensão permeiam as famílias atípicas diante dos típicos barulhos festivos, luzes cintilantes, cheiros intensos e estímulos táteis. Para algumas crianças autistas, essas celebrações representam desafios significativos devido à sobrecarga sensorial, gerando desconforto. A sensibilidade sensorial é uma característica comum em pessoas com autismo, influenciando diretamente suas experiências diárias. Pode manifestar-se de diversas formas, desde desconforto causado por estímulos excessivos até preferências sensoriais relacionadas a atividades prazerosas, estimulantes ou calmantes.

Segundo Cristiane Oliveira, Terapeuta Ocupacional da Clínica Médica MedAdvance, as diferenças sensoriais abrangem uma ampla gama, incluindo hipersensibilidade a odores, sabores, texturas de alimentos, toques, ruídos altos, luzes intensas e até mesmo sensibilidade à luz solar ao ar livre. “As festas de final de ano representam um desafio para os pais atípicos e crianças autistas com hipersensibilidade auditiva. Os fogos, característicos do Réveillon, podem causar desconforto, levando a criança a mostrar-se assustada e até apresentar dores físicas devido ao barulho”, ressalta a especialista.

As ramificações dessas diferenças são tão variadas quanto suas manifestações. É crucial destacar que, dada a singularidade de cada pessoa com autismo, as formas de vivenciar estímulos sensoriais e seus impactos diários variam consideravelmente. “A intensidade dessas influências depende do grau de autismo e da rotina individual de cada pessoa. Crianças com autismo frequentemente experimentam essa sensação de desregulação, episódios de sobrecarga sensorial, que podem ser intensos. É preciso atenção a isso, especialmente no final do ano, pois muitas vezes, isso pode ser confundido com as famosas ‘birras'”, explica a terapeuta ocupacional.

Miguel Ferreira, 5 anos, tem autismo moderado e é hipersensível a sons específicos, como fogos de artifício e eletrodomésticos. Sua mãe, Auricélia Ferreira, compartilha que, para as festas de fim de ano, as comemorações ocorrem dentro de casa ou na casa de amigos, onde o barulho é menor. “Mas já houve momentos em que ele ficou extremamente desconfortável, agitado, passou mal, sem conseguir expressar o que estava sentindo, pedindo para parar com o som de uma furadeira, por exemplo”, relata.

Para possibilitar a participação das crianças autistas na temporada festiva, a especialista sugere estratégias simples para reduzir estímulos excessivos e criar um ambiente mais acolhedor, tais como: usar máscara para os olhos, tampões ou fones de ouvido em situações de muito barulho; fornecer óculos escuros e bonés para momentos de muita claridade; escolher lugares mais tranquilos para festejar, evitando aglomerações, e oferecer a opção de afastar a criança, por alguns instantes, para um ambiente mais sossegado, permitindo que ela se autorregule.

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