Dados do Atlas do Diabetes 2021, da Federação Internacional de Diabetes (IDF), mostram que em todo o mundo a incidência do diabetes aumentou em cerca de 16% desde 2019. Hoje, 537 milhões de adultos entre 20 e 79 anos apresentam a condição – ou 1 em cada 10. No Brasil, o diabetes afeta 15,7 milhões de adultos, segundo o último levantamento. É o caso de José Odair, 47 anos, caminhoneiro e natural da cidade de Ponta Grossa, no Paraná.
O diagnóstico do diabetes não foi uma novidade para José, que acompanhou seu pai e avô falecerem por conta de complicações da condição. Há oito anos, após fazer exames de sangue depois de ficar com a visão embaçada em uma viagem de carro, José recebeu o diagnóstico do diabetes tipo 1 – que ocorre quando o pâncreas não produz insulina, hormônio que controla o açúcar no sangue, e acomete cerca de 10% das pessoas com diabetes. O caminhoneiro iniciou tratamento com insulina e, até hoje, recebe orientações e acompanhamento pelo sistema público de saúde de Ponta Grossa, que usa tecnologias de gestão de dados para apoiar mais de 4 mil pacientes com diabetes que necessitam de reposição de insulina.
Em Ponta Grossa, existe um protocolo de tratamento para o paciente com diabetes, cuja classificação de risco define a periodicidade de atendimentos médicos e de enfermagem no decorrer do ano. O paciente insulinizado é atendido mensalmente pelo farmacêutico para dispensação de insulinas, insumos e verificação do histórico glicêmico. “A partir do histórico glicêmico dos usuários, a gestão consegue mapear o território, promover ações de educação em saúde e determinar estratégias para otimização dos processos de trabalho”, afirma Caroline Castro, gerente de assistência farmacêutica de Ponta Grossa. O monitoramento do fluxo e histórico de pessoas com diabetes é possível com o uso de software desenvolvido pela Roche. “Quando você consegue em detalhes o histórico do paciente e faz um uso racional dos insumos, é muito impactante para o sistema de saúde”, completa. Segundo estimativas do município, cerca de R$ 260 mil já foram economizados desde a implementação da plataforma.
O software da Roche auxilia gestores públicos na dispensação de quantidades mais precisas de tiras de glicemia para os pacientes, além de monitorar o controle glicêmico e produzir relatórios e gráficos sobre o perfil das pessoas atendidas. “O objetivo é criar uma gestão eficiente dos insumos, reduzindo custos e garantindo que o sistema de saúde possa auxiliar cada vez mais pessoas”, explica Mariel Ortiz, líder de Marketing da Roche. “Ao evitar o desperdícios dos insumos entregues, as prefeituras conseguem gerenciar de forma adequada o seu programa de saúde pública voltada aos pacientes com diabetes e garantir uma efetividade de custo capaz de possibilitar ao município, inclusive, ampliar o acesso a mais pessoas”, complementa.
Em conjunto com a prática de hábitos saudáveis, o monitoramento do diabetes é essencial para o gerenciamento adequado da condição. “A rotina de automonitoramento, como o uso dos monitores e tiras de glicemia, é fundamental para a pessoa com diabetes entender seus níveis glicêmicos diários e para que o tratamento seja ajustado de acordo com isso”, esclarece Mariel.
Atualmente, a gestão de Ponta Grossa é capaz de quantificar e compilar o perfil dos pacientes atendidos, utilizando filtros por idade, condição socioeconômica, região e outros fatores, para entender onde é necessário maior foco e assistência. “Com o auxílio do software, conseguimos destinar política pública de qualidade e capacitar os servidores para ter melhoria na ponta, para os pacientes”, explica Caroline Castro. O município também consegue entender a adesão dos pacientes ao tratamento e a porcentagem de pessoas dentro e fora da meta terapêutica. Na Unidade de Saúde Adam Polan, que foi uma das primeiras a utilizar o software, a prefeitura observou um aumento dos pacientes dentro da meta terapêutica, que até o momento beira um terço dos usuários atendidos.
O caminhoneiro José Odair atesta ser um dos beneficiados pelo sistema de saúde do município. “Nunca fui deixado de lado, as pessoas que me assistem são bons profissionais e se preocupam com a gente”, conta José, lembrando da orientação de reforçar os hábitos saudáveis como parte do tratamento. “Faço dieta balanceada, não sou de comer muito doce, nem de tomar refrigerante ou álcool”.