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  • seg. set 16th, 2024

Apelido de participante com deficiência em reality show é capacitista: “Cotinho”

Apelido de participante com deficiência em reality show é capacitismo: "Cotinho"

O reality show que começou nesta segunda-feira (8) em uma das emissoras de tv no Brasil e a primeira prova do líder já deu o que falar na internet.

Os participantes mal entraram na casa e precisaram enfrentar uma prova de resistência pela primeira liderança da edição e, durante a disputa, Maycon, integrante do grupo “Pipoca”, fez comentários polêmicos sobre o atleta paralímpico Vinícius, que teve uma de suas pernas amputadas. Em um vídeo que circula nas redes sociais, ele pergunta se pode batizar a perna mecânica do colega de “cotinho”. Visivelmente desconfortável, o esportista não chegou a responde.

No Brasil, a desigualdade, que é considerada um dos maiores problemas do país, atinge duramente pessoas com deficiência, ainda mais quando pensamos suas interseccionalidades, por exemplo, as mulheres negras com deficiência, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quando analisamos o mercado de trabalho, a taxa de participação dessa população é de 28%, com um rendimento médio mensal é de R$ 1.639, enquanto as pessoas sem deficiência recebem cerca de R$ 2.619.

Jenifer Zveiter, Head de DE&I na Condurú Consultoria, destaca que a luta pela diversidade, equidade e inclusão é diária, e, sem pessoas aliadas , a causa se torna cada vez mais difícil e combater o capacitismo recreativo e linguístico fica sempre muito distante. “Não podemos nos esquecer que esse tipo de preconceito se manifesta das mais diversas formas, não somente nas piadas, mas também em ações e expressões que muitas pessoas usam corriqueiramente. A invisibilidade destes corpos, a representação estereotipada e a ideia de que essas pessoas não se adequam à coletividade também são formas de capacitismo”, diz.

A especialista também destaca que expressões como “deu mancada”, “finge demência”, “determinada pessoa é meu braço direito” ou até mesmo “eu tenho dois braços e duas pernas e não consigo fazer o mesmo” são explícitos exemplos desse preconceito estrutural.

“Tratar pessoas com deficiências como heróis ou exemplos de superação não é o mesmo que ter empatia por elas. Esse tipo de postura ignora que a PCD não precisaria enfrentar certas questões. Se existisse investimento nos espaços públicos para que estes fossem acessíveis a todas as diversidade, não apenas para os corpos que são considerados dentro do padrão, os conceitos de acessibilidade e equidade já estariam sendo construídos de outra forma em nosso dia-a-dia”, comenta Zveiter.

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