“É fundamental que reconheçamos as habilidades e potencialidades das pessoas com autismo; elas têm muito a oferecer”, ressalta André Naves
Nesta terça-feira, 18 de junho, celebramos o Dia Mundial do Orgulho Autista, marcando um momento de reflexão e celebração das diferenças. Iniciada em 2005 pela organização Aspies for Freedom e rapidamente adotada em diversos países, inclusive no Brasil, a comemoração desta data tem como principal objetivo redefinir a percepção do autismo, de uma “doença”, para uma “diferença”. Também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), o autismo é um distúrbio que afeta o desenvolvimento neurológico e, por consequência, a comunicação, a interação social, o comportamento e o processamento sensorial.
André Naves, Defensor Público Federal especialista em Direitos Humanos, destaca a importância do Dia do Orgulho Autista no combate ao estigma e na promoção da inclusão. “O autismo não deve ser visto como uma limitação, mas como uma expressão única do ser humano. É fundamental que observemos e reconheçamos as habilidades e potencialidades das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Elas têm muito a oferecer, desde a sua capacidade de concentração até o seu pensamento lógico e a criatividade excepcionais”, afirma Naves.
No entanto, a inclusão de crianças autistas em escolas regulares continua sendo um desafio. No ambiente escolar, o aluno com TEA pode desenvolver inúmeras habilidades e uma delas é a socialização, o que vai ajudá-la ao longo de toda a vida. Mas alunos com autismo não devem frequentar a escola apenas para socializar-se, pois são também capazes de aprender os conteúdos pedagógicos.
E apesar das garantias legais de acesso à educação, muitas escolas ainda resistem à matrícula desses alunos, muitas vezes por falta de preparo ou de recursos. André Naves reitera a necessidade urgente de políticas públicas mais efetivas e da capacitação e formação adequada dos educadores. A conscientização é crucial, não apenas para melhorar a vida dessas pessoas, mas para enriquecer a sociedade como um todo.
“Precisamos reconhecer a importância da convivência entre pessoas diferentes e do respeito às diferenças individuais, estimulando-as a desenvolver suas habilidades e talentos, de acordo com suas capacidades e limitações. Todos somos diferentes! Ao promovermos a aceitação e compreensão das diferenças, avançamos coletivamente na emancipação de todos, sendo autistas ou não”, enfatiza o Defensor Público.
O Dia Mundial do Orgulho Autista é uma oportunidade para todos refletirem sobre como podem contribuir para uma sociedade mais inclusiva e respeitosa, que valoriza e celebra as diferenças, ao invés da postura recorrente de afastamento e discriminação.