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Alergia a medicamentos pode afetar até 6% dos brasileiros

Alergia a medicamentos pode afetar até 6% dos brasileiros

Semana Mundial da Alergia ocorre de 23 a 29 de junho. Especialista do HSPE que é um dos principais centros de pesquisa na área, fala sobre os mecanismos da alergia a remédios sintomas e tratamentos.

A alergia a medicamentos é uma reação adversa que ocorre quando o sistema imunológico reage exageradamente a uma substância da formulação do fármaco, que o identifica erroneamente como nocivo ao organismo. Isso leva à produção de anticorpos, que são células do sistema imunológico. Na presença do medicamento, elas liberam substâncias químicas como a histamina, que causam os sintomas da alergia. A Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) estima que aproximadamente 14 milhões de brasileiros tenham alergia a algum tipo de medicamento, o que representa 6% da população.

O HSPE é um dos principais centros públicos de referência no tratamento e pesquisa de alergias no país. De 23/06 a 29/06 é celebrada a semana mundial de alergia.

Os sintomas mais frequentes deste tipo de alergia são a urticária, que envolve coceira e vermelhidão no corpo, erupções na pele, inchaço nos olhos, lábios, dificuldades respiratórias devido à broncoespasmos e até mesmo anafilaxia, que é uma reação severa que pode ser fatal, caracterizada por queda de pressão arterial, dificuldade extrema de respirar e perda de consciência. 

“No Brasil, as alergias a anti-inflamatórios não esteroides (Aine) e antibióticos são as que causam reações alérgicas mais frequentes, mas outras classes, como a dos quimioterápicos, também podem desencadear crises”, afirma a médica Adriana Rodrigues, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), principal unidade do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, órgão ligado à Secretaria de Governo e Gestão Digital (SGGD). 

A especialista comenta que há estudos que associam o fator genético para desenvolver sensibilizações com a predisposição para a alergia a medicamentos com reações tardias graves, como, por exemplo, a Síndrome de Stevens Johnson e à Reação Medicamentosa com Eosinofilia e Sintomas Sistêmicos (DRESS). Nestes casos, nas manifestações clínicas há o comprometimento da pele e também alterações hepáticas, renais, além do risco de óbito.  

Mas, como diferenciar a alergia a medicamentos das reações adversas? A médica explica que as reações adversas normalmente são previsíveis e estão na bula, como a sonolência causada pelo uso de anti-histamínico ou a dor no estômago devido ao anti-inflamatório. 

As reações alérgicas a medicamentos são tratadas de diferentes maneiras, mas geralmente há indicação de uso de corticóides e anti-histamínicos, além da recomendação da exclusão da medicação que estava sendo utilizada: “Infelizmente não há cura, mas é reversível com tratamento na grande maioria dos casos”. Nas reações anafiláticas, que são mais raras, o uso de adrenalina é a principal medicação utilizada, com capacidade de salvar a vida do paciente. 

“Apenas um médico especialista pode diagnosticar e indicar qualquer tipo de tratamento”, afirma a alergista, que reforça a importância de tomar medicamentos somente com prescrição médica e, em caso de suspeita de alergia ou reação adversa, suspender o uso e procurar um serviço de saúde imediatamente.

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