Livro Fragmento da Flor é uma coletânea de poemas autobiográficos que retratam os principais momentos da vida da autora
A poetisa Eva Leite lançou na última semana o livro Fragmento da Flor, uma coletânea de poemas autobiográficos que retratam os principais momentos da vida da autora.
Tetraplégica desde os 20 anos, ela encontrou na arte uma forma de ir além dos limites impostos pelo acidente rodoviário que sofreu naquela época. Além de escritora, Eva também é artista plástica e pinta com a boca. A publicação conta, ainda, com ilustrações de sua autoria.
Este é o quarto livro da poetisa, que busca na vida cotidiana a inspiração para suas obras. Em Fragmento da Flor, ela não mostra pudor para falar da dor, da vida pulsante, dos afetos, dos desejos, dos vazios que permeiam os espaços de sua existência, nos dando a observar seu universo particular – diz a sinopse da publicação. “Eva Leite cria jardins imaginários nos quais passeia com sua mente veloz e seus poemas trazem as flores e as cores da paisagem. Ela planta e colhe com o mesmo espírito que tem desde menina, e traz à lume um pouco da magia desse caminhar.”
“Apesar de estarmos vivendo um tempo de valorização da leitura virtual, eu acredito muito no potencial do velho amigo, do companheiro, o livro. O cheiro das páginas recém impressas faz diferença e muda a vida de quem se abre para essa experiência”, pondera Eva Leite.
Além de ressaltar a importância do livro impresso em um cotidiano muito tecnológico, a autora pretende dar visibilidade à mulher na literatura, inspirando outras mulheres a se tornarem leitoras e, principalmente, autoras. “72% dos escritores no Brasil são homens e, apesar de termos autoras incríveis, muitas mulheres temem se expor em um mercado que ainda traz os mesmos preconceitos de décadas atrás, de que os escritos femininos são vazios, frívolos e bobos, e que essa também é sua preferência de leitura”, argumenta Eva.
Fragmentos da Flor foi realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF e parceria da Agenda Cultural Brasília.
O livro foi adaptado e impresso em Braille e será disponibilizado nas duas versões para bibliotecas do Distrito Federal. “Muitas crianças nunca viram um livro em Braille e achamos importante e inclusivo que eles possam conhecer e manusear uma obra adaptada”, conclui Eva.