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  • sáb. jul 6th, 2024

Ocupação de vaga PcD em estacionamento gera ameaça para mãe de criança autista

Ocupação de vaga PcD em estacionamento gera ameaça para mãe de criança autista

Mãe de autista é ameaçada após estacionar em vaga para pessoas com deficiência em Nova Friburgo, RJ

A mãe de um menino autista de 8 anos foi alvo de uma ameaça quando encontrou um bilhete no para-brisa do seu carro, depois de estacionar em uma vaga destinada para pessoa com deficiência em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio. O bilhete dizia: “Vergonha! Seu filho não é deficiente! Te filmei! Vou publicar você! Não pare mais aqui!”.

Juliana Eller, mãe de João Pedro, relatou que o bilhete foi colocado no carro mesmo com uma placa de identificação de pessoa com deficiência invisível no painel do veículo. Ela explicou que confrontou a pessoa que inicialmente ocupou a vaga, pois não possuía a credencial necessária, e só então estacionou seu carro. Ao retornar, encontrou o bilhete no para-brisa.

“Quando eu cheguei para estacionar, algo que é muito comum aqui, havia um carro sem a credencial de estacionamento. Eu vi a pessoa estacionando e tentei sensibilizá-la mostrando minha carteirinha no painel. Como não houve resposta, bati no vidro e perguntei sobre a credencial. Ela acabou saindo e eu estacionei. Depois de deixar João na escola, encontrei o bilhete no meu carro”, contou Juliana, que admitiu ter sentido medo diante da situação.

“A princípio, eu não reagi, mas fiquei com medo. Gravei um vídeo e mandei para meu marido. Minha vontade foi sair dali imediatamente, pensando no meu filho e na nossa segurança”, disse Juliana, expressando indignação com a acusação sem conhecimento da realidade de sua família e da luta diária com João Pedro, diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e com Síndrome de DiGeorge.

O direito às vagas especiais é garantido por lei federal e regulamentado pelo Contran, reservando 5% das vagas de estacionamento para idosos e 2% para pessoas com deficiência. O advogado William do Valle ressaltou a importância da fiscalização para evitar fraudes que prejudiquem quem realmente necessita dessas vagas.

A família registrou um boletim de ocorrência e, através das imagens das câmeras de segurança, identificaram a pessoa responsável pelo bilhete. O crime de intolerância ainda não possui uma definição específica na legislação brasileira, mas advogados como Célia Campos sugerem que analogias com outros tipos de crimes podem ser utilizadas para abordar casos de intolerância em diferentes contextos.

“A rede social não resolve o problema, apenas o evidencia. O desafio real começa quando buscamos a solução através dos meios judiciais”, concluiu Célia Campos.

Texto/Produção: Isabela Dib

IMAGEM/CRÉDITO: Foto: Pablo Pais

Fonte: https://g1.globo.com/

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