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  • sáb. nov 23rd, 2024

Brasil anuncia delegação histórica com maior número de mulheres nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024

As Paralimpíadas e a visibilidade das pessoas com deficiência OPINIÃO - * Por Daniel Dias

Delegação brasileira terá maior participação feminina da história nos Jogos Paralímpicos em Paris

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) já anunciou a delegação brasileira que vai competir em 20 modalidades nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que acontecerão entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro. Dos 253 atletas com deficiência convocados, 116 são mulheres, ou 45,85% do total dos competidores.

O número representa a maior convocação feminina brasileira na história dos Jogos Paralímpicos tanto em quantidade quanto em termos percentuais. Em números, as atletas que estarão na capital francesa vão superar a quantidade convocada na edição de 2016, no Rio de Janeiro, quando o Brasil teve 102 mulheres, o que representou 35,17% do total da delegação.

Já em termos percentuais, a maior representatividade de mulheres na delegação havia sido em Tóquio 2020, quando 41,03% do total dos convocados eram do sexo feminino – 96 ante os 138 homens. O aumento da participação das atletas em todas as modalidades paralímpicas é um dos pilares do planejamento estratégico do CPB, elaborado em 2017 e revisado em 2021.

O atletismo é a modalidade com mais mulheres convocadas para as provas na capital francesa, com 32 participantes. Entre elas, estará a acreana Jerusa Geber, que chegará a Paris como o status de ser a atleta cega mais rápida do mundo.

Medalhista em três edições de Jogos Paralímpicos (Pequim 2008, Londres 2012 e Tóquio 2020), a velocista é a atual recordista mundial dos 100m da classe T11 (deficiência visual), com o tempo de 11s83, anotados durante a 1ª Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa de atletismo, no CT Paralímpico, em 2023.

A modalidade ainda contará com nomes femininos como da paulista Beth Gomes (classe F53), da paraense Fernanda Yara (T47), da paranaense Lorena Spoladore (T11), da baiana Raissa Machado (F56), da maranhense Rayane Soares (T13) e da amapaense Wanna Brito (F32).

A natação é a segunda modalidade do Brasil que mais terá atletas femininas – são 16. A nadadora pernambucana Carol Santiago, da classe S12 (baixa visão) está entre elas. Na última edição do evento, Tóquio 2020, Carol foi a atleta do Brasil que mais vezes subiu ao pódio – cinco vezes (três ouros, uma prata e um bronze).

Desde então, a pernambucana participou de mais três missões internacionais: dois Mundiais (Ilha da Madeira 2022 e Manchester 2023) e o Parapan de Santiago 2023. Nessas competições, ela conquistou 20 medalhas, sendo que, na Inglaterra, foi a atleta que mais subiu ao pódio entre todos os 538 competidores. Foram oito no total – cinco ouros, uma prata e dois bronzes.

A Seleção Brasileira de natação também contará com nomes como da potiguar Cecília Araújo (S8), da fluminense Mariana Gesteira (S9) e da cearense Edênia Garcia (S3).

Das 20 modalidades em que o Brasil estará presente em Paris 2024, cinco têm maioria formada por mulheres. No halterofilismo, são sete mulheres e quatro homens, com a paulista Mariana D’Andrea, a mulher com baixa estatura mais forte do mundo, entre as convocadas.

A halterofilista é a atual recordista mundial da categoria até 79kg, com 151kg erguidos. A marca lhe garantiu o título de campeã do mundo em Dubai, em agosto do ano passado. Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, a atleta foi medalhista de ouro, em uma faixa de peso abaixo, até 73kg, ao suportar 137kg. Ou seja, em dois anos, Mariana aumentou em 14kg sua carga em competições internacionais.

No atual ciclo paralímpico, Mariana ainda conquistou a medalha de prata no Mundial de Tbilisi 2021.

No taekwondo, o Brasil terá seis atletas, sendo quatro mulheres e dois homens. Entre elas, está a paraibana Silvana Fernandes, que conquistou medalha de bronze em Tóquio e ouro nos mundiais da Turquia em 2021 e do México em 2023.

O remo contará com quatro mulheres e três homens em Paris. Entre as representantes, está a argentina naturalizada brasileira Alina Dumas que disputará os Jogos Paralímpicos pela primeira vez. Ela nasceu em Buenos Aires, na Argentina, mas vive no Brasil desde 2017.

No tênis de mesa, as mulheres são em nove atletas diante de seis homens. A modalidade terá a presença da catarinense Bruna Alexandre, 29, convocada para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024. É a primeira atleta paralímpica brasileira, entre homens e mulheres, a atingir tal feito.

Ao participar dos dois eventos, a catarinense ficará 49 dias direto na França. Nos Jogos Olímpicos, ela jogará por equipes ao lado das irmãs Bruna e Giulia Takahashi. Já nos Paralímpicos, a mesatenista disputará medalhas nas duplas femininas, mistas e no individual. Nas duas edições anteriores do evento, Bruna subiu ao pódio em quatro oportunidades – três bronzes (dois por equipes e um individual) e uma prata individual.

No triatlo, o país terá duas mulheres e um homem. Uma das mulheres é Jéssica Messali, que ganhou duas medalhas de bronze no Mundial de Pontevedra, na Espanha, em 2023.

A convocação da delegação brasileira foi dividida em três partes. A primeira aconteceu no dia 25 de junho, com 10 modalidades convocadas. A segunda lista, dia 11 de julho, contou com mais nove modalidades anunciadas. A terceira e última relação de atletas, com os nomes da equipe de tênis em cadeira de rodas, foi divulgada no último dia 18.

Na história dos Jogos Paralímpicos, o Brasil já conquistou 373 medalhas (109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze), ou seja, está a 27 do seu 400º pódio no evento. Na última edição, Tóquio 2020, o país fez a sua melhor campanha com 72 medalhas no total, a mesma quantidade obtida nos Jogos do Rio 2016. Destas, 22 foram de ouro, superando as 21 de Londres 2012. Ainda foram mais 20 pratas e 30 bronzes no Japão.

Fonte: https://cpb.org.br

CRÉDITO/IMAGEM: Foto: Washington Alves

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