A consulta pública nº 24, promovida pelo Ministério da Saúde, recebeu 969 contribuições sobre a incorporação do medicamento inotersena no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de pacientes com amiloidose hereditária por transtirretina com polineuropatia (hATTR-PN) que estão no estágio 2 da doença.
Hoje ainda não há uma opção terapêutica disponível no SUS para essas pessoas.
O que movimentou a sociedade, entre pacientes, familiares, cuidadores e profissionais da saúde, que puderam opinar sobre o oferecimento do tratamento pela rede pública de saúde. “Um único medicamento não resolve tudo. É necessário um arsenal terapêutico para que os médicos avaliem a terapia mais adequada para cada paciente”, afirma Barbara Coelho, presidenta da Associação Brasileira de Amiloidose Hereditária Associada à Transtirretina (ABPAR).
O relatório preliminar da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), publicado em 23 de maio, havia dado parecer desfavorável, destacando a importância dessa consulta pública para reconsideração do caso. “Esperamos que essa recomendação mude. Não temos mais tempo a perder. Quem tem hATTR-PN precisa de uma solução hoje”, conclui.
O inotersena é o primeiro silenciador gênico aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pacientes em estágio 2 da hATTR-PN, com eficácia comprovada por fortes e consistentes dados científicos para melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Sobre a hATTR-PN
A amiloidose hereditária por transtirretina com polineuropatia (hATTR-PN) causa a deposição de fibras insolúveis ou amiloides nos tecidos de vários órgãos, comprometendo suas funções. O primeiro estágio da doença é caracterizado por formigamentos e dormências nos pés e redução discreta da força – que não prejudica a capacidade da pessoa de andar. Já no segundo, há uma maior perda de força e, com isso, a necessidade de auxílio à locomoção, além de manifestações multissistêmicas. Quando a doença chega ao estágio 3, normalmente a pessoa já está cadeirante e/ou acamada, além de diversos sintomas que podem levar a acidentes vasculares e até complicações cognitivas.1 Para saber mais, consulte Link.
Referências
1 Pinto MV, Cavalcante M, Jr F, Vinicius M, Gonçalves M, Câmara Machado-Costa M, et al. Brazilian consensus for diagnosis, management and treatment of hereditary transthyretin amyloidosis with peripheral neuropathy: second edition Consenso brasileiro para o diagnóstico, manejo e tratamento da polineuropatia amiloidótica familiar associada à transtirretina: segunda edição. Arq Neuropsiquiatr [Internet]. 2023;81(3):308–21.