As Seleções Brasileiras de goalball que disputarão os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 aterrissaram no aeroporto Charles de Gaulle, França, na quinta-feira, 15, e nesta sexta-feira, 16, já realizaram os primeiros treinos no Centro Esportivo de l’Aube, em Troyes, cidade que fica a cerca de 160km da capital francesa.
Os atletas da modalidade se juntaram aos esportistas do remo, vôlei sentado e tênis de mesa, que chegaram na terça-feira, 13, na aclimatação em solos franceses. Agora, as equipes de goalball vão finalizar a preparação para o megaevento, que começará daqui a 12 dias em uma cerimônia de abertura inédita.
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Atual campeã paralímpica e única tricampeã mundial, a Seleção masculina chegará a Paris com a missão de defender o título conquistado nos Jogos de Tóquio 2020. Jogador remanescente da campanha vitoriosa, o brasiliense Leomon Moreno afirmou que o time está ciente da responsabilidade, mas que, ao mesmo tempo, a pressão não deverá atrapalhar o desempenho dentro da quadra.
“Tentamos tratar este protagonismo da melhor maneira possível, com tranquilidade, para isso não se tornar um fator de risco para gente. Estamos trabalhando em um novo ciclo. O título de Tóquio foi muito importante, mas ficou para trás. Agora, para Paris, nos preparamos para buscar o ouro da mesma forma que fizemos em Tóquio “, disse o jogador do Santos-SP, que fará 31 anos no próximo dia 21 e que perdeu a visão quando ainda era um bebê, por conta de uma retinose pigmentar. Além de Leomon, Parazinho, Romário Marques e Emerson da Silva foram campeões na capital japonesa há três anos.
A percepção de Leomon é compartilhada pelo técnico Jônatas Castro, que assumiu o comando da Seleção masculina no meio do ciclo, após ser campeão das Américas com a feminina, em 2022. No final do mesmo ano, já na liderança do time masculino, ele foi campeão mundial em Matosinhos, Portugal.
“Temos que assumir a responsabilidade de ser um dos favoritos, mas diminuir o peso sobre nós. Sei que recebi uma Seleção muito vencedora e pronta. o que eu precisava era ajustá-la ao meu estilo de entender goalball. É uma modalidade muito dinâmica e que muda muito rápido de um ciclo para outro”, analisou o treinador. A Seleção masculina começa a defesa do título no dia 29 de agosto, às 12h30 (de Brasília), contra a anfitriã França.
Seleção feminina
A equipe feminina busca uma medalha inédita nos Jogos Paralímpicos. Na última edição, o time ficou na quarta colocação, ao perder a disputa do bronze contra o Japão. Para os Jogos de Paris, a Seleção, que está na competição por um convite da Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, na sigla em inglês), também tem uma novidade no comando técnico. Alessandro Tosim, campeão com a equipe masculina em Tóquio, está à frente do time feminino desde dezembro do ano passado.
A pivô brasiliense Ana Gabrielly, conhecida como Gabi, afirmou que está muito grata pela oportunidade de representar o Brasil mais uma vez nos Jogos Paralímpicos. A atleta também destacou que a Seleção está pronta para o desafio. Já na estreia, a equipe vai enfrentar a Turquia, atual campeã paralímpica. “Vamos jogar de igual para igual contra qualquer time. A gente admira as turcas, mas também temos as nossas qualidades. Temos feito grandes confrontos contra elas”, analisou a jogadora, que fez 34 anos nessa quinta-feira, 15, e é do Sesi-SP.
“Temos que agradecer ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) pela estrutura que proporcionou aqui na França. É um complexo esportivo muito bacana. A nossa quadra é silenciosa e própria para o goalball. Eu acredito muito nas jogadoras que estão com a Seleção. Foram sete meses de preparação e elas evoluíram muito, tanto dentro como fora das arenas. Acredito que coisas boas estão por vir”, completou o treinador Alessandro Tosim.
O Brasil será representado por 280 atletas, sendo 255 com deficiência, de 20 modalidades nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Nesta sexta-feira, as equipes de badminton, natação e taekwondo chegaram a Troyes. No sábado, 17, será a vez da Seleção de atletismo se acomodar na cidade francesa.
É a maior delegação brasileira já anunciada para uma edição dos Jogos fora do Brasil. Antes, a maior equipe nacional era de 259 convocados ao todo em Tóquio 2020. Já o recorde de participantes do país foi nos Jogos do Rio 2016, ocasião em que o Brasil sediou o megaevento e contou com 278 atletas com deficiência em todas as 22 modalidades já classificadas automaticamente.
Na região de Aube, serão 216 atletas de 13 modalidades (atletismo, badminton, canoagem, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, judô, remo, natação, taekwondo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado) que farão suas preparações para os Jogos Paralímpicos. No período, os atletas do Brasil terão disponíveis grandes centros de treinamentos, com acomodações acessíveis e operações exclusivas com chef e equipe de cozinha brasileira.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro
FONTE/CRÉDITO: Leomon Moreno ergue o braço durante treino em Troyes | Foto: Alessandra Cabral/CPB