Instituto Jô Clemente (IJC) reforça a autonomia, Defesa de Direitos e a inclusão das pessoas com Deficiência Intelectual na sociedade
Fiscalizar as calçadas das ruas da cidade, participar de mutirões de limpeza, acompanhar aulas de dança e teatro ou até mesmo fazer parte da política como representante da sociedade. Essas são algumas das atividades executadas também por pessoas com Deficiência Intelectual que, muitas vezes, passam despercebidas pela sociedade.
Talita Ferreira, 26 anos, cursa bacharelado em Filosofia e participa de ações voluntárias, como de comunicação e marketing, mutirões de limpeza e de plantios de árvores. Ao realizar essas atividades, ela conta que está ajudando a si e ao próximo. “Elas (as ações) englobam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) e são muito importantes para expandir horizontes da pessoa com ou sem deficiência. Ajudar causas que são de suma importância, agregam muito na sua vida e na vida das pessoas ao seu redor. As pessoas com deficiência podem agregar muito para a sociedade”, diz.
Lucas Bueno, 24 anos, acabou de se formar no curso Renova Br e almeja se tornar vereador. “Nós temos a capacidade de lutar pelos nossos direitos. E podemos fazer isso de diversas formas, como participando de discussões na nossa própria comunidade e também de conselhos de direitos como o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e o Conselho da Juventude, que são muito importantes para a construção de políticas públicas e garantia de participação efetiva das pessoas com deficiência na sociedade.”
Luiz Fernando, de 42 anos, escreve, atua e desenvolve outras atividades de expressão artística. “O canto, o teatro e a dança ajudam cada vez mais as pessoas a amadurecer a vida e as ideias na sociedade. E elas têm mais certeza do que querem, pois as pessoas têm que ter autonomia pelos seus direitos”, reforça Luiz, que tem Deficiência Intelectual e já publicou um livro em que fala sobre a sua vida.
Autodefensoria
Luiz, Talita e Lucas integram o grupo de Autodefensores do Instituto Jô Clemente (IJC), referência nacional na inclusão das pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras, e fazem parte dos mais de 2,6 milhões de brasileiras e brasileiros que declararam ter Deficiência Intelectual, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essas pessoas lutam por seus direitos como cidadãos e buscam formas de inclusão social, garantir a autonomia e combater a discriminação. Nesse sentido, entre os dias 21 e 28 de agosto será celebrada a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.
A data, criada em 1963, foi introduzida no calendário brasileiro por meio da Lei nº 13.585/2017 e suas comemorações tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância de políticas públicas para promover a inclusão social das pessoas com Deficiência Intelectual e combater o preconceito e a discriminação.
Há 13 anos o IJC atua no trabalho de Autodefensoria como forma de estimular e promover a participação e o protagonismo das pessoas com Deficiência Intelectual e/ou Autismo e ao longo dos anos, Autodefensores do IJC têm contribuído ativamente em assuntos relacionados à Defesa de Direitos e à inclusão das pessoas com Deficiência Intelectual e/ou Autismo.
Neste ano, a campanha tem como tema “Nossa história: quem somos e o que fazemos” e o IJC aproveita para destacar a importância dos Autodefensores. O grupo é formado por pessoas com Deficiência Intelectual que atuam em espaços de participação política e tem como objetivo promover a Autodefensoria para transformar a realidade em que vivem, muitas vezes, de exclusão social e superar as barreiras que impedem esse público de participar coletivamente em igualdade de condições com as demais pessoas.
Sobre o Instituto Jô Clemente (IJC)
O Instituto Jô Clemente (IJC) é uma Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que há mais de 63 anos promove saúde e qualidade de vida às pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras, além de apoiar a sua Inclusão Social e a Defesa de Direitos, disseminando conhecimento por meio de pesquisas científicas. Com o pioneirismo e a inovação como premissas, propicia o desenvolvimento de habilidades e potencialidades que favoreçam a escolaridade e o emprego apoiado, além de oferecer assessoria jurídica às famílias sobre os direitos das pessoas com deficiência intelectual.
Pioneiro no Teste do Pezinho no Brasil e credenciado pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Triagem Neonatal, o Laboratório do Instituto Jô Clemente (IJC) é o maior do Brasil em número de exames realizados e oferece, atualmente, 100% do Teste do Pezinho Ampliado na rede pública do município de São Paulo, contemplando o diagnóstico precoce de cerca de 50 doenças, incluindo dezenas de condições raras e quase 70% dos exames do Teste do Pezinho no Estado de São Paulo, contemplando 7 doenças (toxoplasmose, a sétima doença, em implantação). É também um centro de referência no tratamento de fenilcetonúria, deficiência de biotinidase e hipotireoidismo congênito, doenças detectadas no Teste do Pezinho que podem evoluir para a Deficiência Intelectual se não tratadas corretamente.
Além disso, o IJC produz e difunde conhecimento sobre Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras. Um dos nossos focos é apoiar e desenvolver projetos de pesquisa aplicada, tecnológica e de inovação, em parceria com órgãos públicos ou privados e instituições de ensino e pesquisa, com o objetivo de gerar conhecimento para estudos, informações para as pessoas, produtos, serviços e novos modelos de negócio para a Organização.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 5080-7000 ou pelo site do IJC, o 1º do Brasil com 100% de acessibilidade.