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  • sáb. nov 23rd, 2024

Pessoas com deficiência são apenas 4,6% da força de trabalho em território nacional

Pessoas com deficiência são apenas 4,6% da força de trabalho em território nacional

Dados também revelam que profissionais com deficiência recebem, em média, 14% menos do que os demais trabalhadores

Um levantamento realizado entre junho de 2022 e julho de 2024 pela Diversitera – startup referência em dados para diversidade, equidade e inclusão (DEI) – através de sua plataforma SaaS proprietária, a Diversitrack, trouxe à tona dados importantes sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho no Brasil. A análise, que abrangeu 65 empresas nacionais de médio e grande porte, revela que pessoas com deficiência representam apenas 4,6% da força de trabalho ativa no cenário nacional e 3,4% dos trabalhadores em São Paulo.

Os dados contrastam com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam que 18,6 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. No estado de São Paulo, 8% da população – o que equivale a 3,3 milhões de pessoas – se identifica com algum grau de deficiência, indicando uma significativa sub-representação dessa parcela da população nas empresas.

Outro ponto de atenção revelado pelo levantamento é a diferença salarial. Profissionais com deficiência recebem, em média, 14% menos do que seus colegas sem deficiência, mesmo em cargos equivalentes. Essa disparidade reflete um dos maiores desafios na busca por uma inclusão mais efetiva no ambiente corporativo.

Além disso, o estudo mostrou que apenas 37% dos respondentes consideram seu local de trabalho como parcialmente acessível ou sem qualquer acessibilidade. Isso aponta para a necessidade de mudanças estruturais e culturais nas empresas, que vão além da contratação de pessoas com deficiência, para garantir ambientes realmente inclusivos.

Especialistas destacam que a criação de espaços de trabalho acessíveis e equitativos é um passo fundamental para a inclusão de todos. “As empresas precisam rever suas políticas de inclusão para criar ambientes onde a acessibilidade seja uma prioridade, e não apenas um complemento. Existem problemas que podem ser resolvidos de maneira rápida e eficaz, com grande impacto na qualidade de vida desses colaboradores. é comum encontrarmos situações em que o profissional com deficiencia não tem acesso a condições minimas de acessibilidade, por exemplo  uma pessoa cega não tem acesso a um software de leitura de tela, ou um colaborador surdo, que se comunica em Libras, trabalha em um ambiente onde ninguém compreende ou sabe se expressar na língua e não há ferramentas adequadas para garantir acessibilidade comunicacional. Acredite, solucionar essas questões é muito mais simples e barato do que se imagina”, afirma Marcus Kerekes, CEO da Diversitera que ainda reforça que a necessidade de garantir que essas pessoas tenham não só acesso a vagas de emprego, mas também oportunidades reais de desenvolvimento e crescimento profissional. 

Com esse levantamento, a Diversitera acende um debate crucial sobre o papel das empresas na inclusão e valorização da diversidade, mostrando que há um longo caminho a ser percorrido até que as pessoas com deficiência alcancem equidade no mercado de trabalho. “No mais, está mais do que comprovado que a diversidade gera resultados, pois ela integra uma ampla variedade de experiências, vivências e, consequentemente, diferentes perspectivas às organizações. Esse processo leva à diversidade de pensamento, que enriquece o repertório tanto criativo quanto analítico de qualquer equipe, seja na criação de novos produtos, na avaliação de riscos ou na otimização de processos. A trajetória de vida de cada indivíduo molda suas habilidades profissionais, e no caso das pessoas com deficiência, isso se torna ainda mais evidente, trazendo contribuições únicas e valiosas para o mercado”, complementa Kerekes.

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