OPINIÃO
Dia 29 de outubro é celebrado o dia mundial de combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre a importância da prevenção, tratamento e reabilitação dessa que é uma das mais relevantes causas de morte e incapacidade no mundo.
O AVC , é frequentemente associado a pessoas mais velhas, mas a triste realidade é que ele não faz distinção de idade. Como médica e paciente que vivenciou essa experiência devastadora, sei muito bem que essa condição pode afetar os jovens de maneira profunda e inesperada.
Nos últimos anos, temos visto um aumento alarmante de casos de AVC em pessoas com menos de 45 anos. Segundo dados da OMS, cerca de 10% dos casos de AVC ocorrem em indivíduos jovens. Isso é mais do que um número; são vidas interrompidas, sonhos desfeitos e um futuro incerto.
Os fatores que contribuem para o AVC em jovens são variados e muitas vezes surpreendentes. Hipertensão arterial, diabetes mellitus, uso excessivo de substâncias como álcool e tabaco, além de condições genéticas, podem ser gatilhos para essa emergência médica. É doloroso perceber que muitos jovens não estão cientes dos riscos que correm e dos sinais de alerta que não devem ignorar.
Quando um jovem sofre um AVC, a dor vai além do físico. Há uma perda súbita de autonomia, a sensação esmagadora de impotência e o medo do desconhecido. O futuro parece nebuloso e repleto de desafios. Como médica, meu coração se parte ao ver o impacto emocional que isso traz não apenas para o paciente, mas também para suas famílias, que enfrentam a angústia da incerteza.
É crucial que todos nós nos unamos na luta contra essa condição insidiosa. A educação sobre os sinais de alerta – como fraqueza súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender – é vital. Reconhecer esses sinais pode salvar vidas.
Devemos também promover um estilo de vida saudável entre os jovens: alimentação equilibrada, exercícios regulares e a prevenção do uso de substâncias nocivas são essenciais para reduzir o risco de AVC.
Como médica e sobrevivente, meu compromisso é espalhar essa mensagem: o AVC pode afetar qualquer um, mas juntos podemos fazer a diferença. Vamos conscientizar e proteger nossos jovens para que eles possam viver plenamente e realizar seus sonhos!
- * Dra. Elaine Luzia dos Santos é paranaense, filha, mulher, farmacêutica, médica, com formação básica em educação inclusiva, pós-graduanda em auditoria médica, atuante em clínica médica remota, sobrevivente de um acidente vascular cerebral, portadora de tetraparesia e afasia. Pessoa em desenvolvimento que aprende, ensina, inspira e baseia-se em experiências para viver oportunidades surgidas diariamente. Aos 21 anos me tornei farmacêutica e tive a oportunidade de dar asas a um antigo sonho; busquei aperfeiçoamento para entregar mais pessoalidade e soluções às mazelas enfrentadas pelo ser humano no decorrer da vida, voltando-me ao estudo da saúde, agora, através do curso de medicina. Assim pude aprimorar ainda mais o enfoque de ajudar as pessoas nas suas mais sensíveis vulnerabilidades.
Artigo originalmente publicado em www.soucatarina.com.br