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Dia Mundial da Prematuridade alerta e conscientiza sobre o problema

Dia Mundial da Prematuridade alerta e conscientiza sobre o problema

Aproximadamente de 330 mil bebês nascem prematuros no Brasil a cada ano, ou seja, 11,7% de todos os partos feitos no País ocorrem antes do tempo, de acordo com o Ministério da Saúde

Em 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial da Prematuridade. Desde 2008 a data tornou-se um movimento intercontinental no qual inúmeros indivíduos e organizações de mais de 100 países unem forças com atividades, eventos especiais e se comprometem com a ação para ajudar a abordar a questão do nascimento prematuro. 

No Brasil, o mês de novembro é conhecido como Novembro Roxo, um movimento de sensibilização para a prematuridade. A cor foi escolhida por representar a sensibilidade e a transformação. O objetivo do Dia Mundial da Prematuridade é conscientizar sobre as necessidades e direitos dos bebês prematuros e de suas famílias, além de chamar a atenção para os desafios do nascimento antecipado. 

Em todo o mundo, 15 milhões de crianças nascem prematuras todos os anos. De acordo com o Ministério da Saúde, 11,7% de todos os partos feitos no país ocorrem antes do tempo, o que corresponde, em média a 330 mil bebês ao ano que nascem antes das 37 semanas de gestação.

A médica otorrinolaringologista pediátrica Juliana Caixeta explica que é importante que as crianças prematuras tenham um acompanhamento pediátrico e otorrinolaringológico regular, principalmente os prematuros que nasceram abaixo de 35 semanas. Isso porque eles têm mais chances de desenvolver problemas auditivos. 

É importante os pais saberem que a observação deles no dia a dia é fundamental, mas não suficiente. Essas crianças devem ser avaliadas periodicamente, a cada seis meses, com exames audiológicos até os 2 anos de idade. Os pais devem ficar ainda mais atentos se a criança ficou em UTI, usou antibióticos ou foi intubada. 

Juliana Caixeta orienta que a audição deve ser observada constantemente. Se o bebê fica muito quieto ou não reage aos sons da casa, como quando batem palmas, ou não se assusta com barulhos de uma porta batendo, por exemplo, ele pode estar algum problema de audição e deve ser avaliado o mais rápido possível. 

Ela acrescenta que, além do risco de perda auditiva, bebês que nascem antes da hora podem ter problemas respiratórios e alterações orais que dificultam a alimentação. Muitas crianças que necessitaram de intubação evoluem com laringite, uma infecção na laringe; que podem evoluir para estenose, que no caso é o estreitamento ou constrição da laringe. “E essa é uma situação em que o otorrinolaringologista tem um papel fundamental”, esclarece a médica. 

Um outro quadro que pode ocorrer é a laringomalácia – uma anomalia congênita da laringe mais comum –, que atinge uma em cada 2000 crianças. “Em algumas situações, a criança pode ter dificuldades para respirar e se alimentar, apresentando problemas para ganhar peso e atrasando, assim, o seu desenvolvimento”, afirma Juliana Caixeta.

O bebê prematuro também tem mais dificuldade para mamar e engolir. A disfagia, que é a dificuldade de engolir alimentos ou líquidos, nessa população precisa ter acompanhamento de uma equipe mustidisciplinar, com otorrinolaringologista, fonoaudiólogo e fisioterapeuta. 

Diagnóstico

O exame de emissões otoacústicas ou teste da orelhinha, como é popularmente conhecido, que deve ser realizado nos primeiros 30 dias de vida, é capaz de detectar problemas de audição em recém-nascidos. No caso dos bebês prematuros, esse exame deve ser associado ao de Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico, conhecido como Bera, que é responsável por avaliar todo o sistema auditivo, verificando a presença de perda auditiva por lesões na cóclea, no nervo auditivo ou no tronco encefálico. 

Os bebês que apresentam um ruído respiratório chamado de estridor devem realizar o exame de nasofibrolaringoscopia, capaz de diagnosticar um quadro de laringomalácia, com sensibilidade de cerca de 88%. 

Sobre a prematuridade e os fatores de risco

Alguns fatores que podem aumentar o risco de parto prematuro, como histórico de parto prematuro, gravidez múltipla, má nutrição durante a gravidez, ausência de cuidados pré-natais regulares, infecções e hipertensão arterial. 

“Por isso, fazer um acompanhamento regular durante a gestação e avaliar a necessidade de programar o parto em um hospital com retaguarda de UTI neonatal pode fazer toda a diferença na assistência ao bebê”, destaca a otorrinolaringologista pediátrica. 

Ter um bebê prematuro pode gerar muita apreensão em toda a família. Mesmo após a alta hospitalar, os cuidados requerem um esforço muito grande para que todas as avaliações e terapias sejam realizadas. Felizmente, a taxa de sobrevivência de bebês prematuros é cada vez mais alta, mesmo entre os prematuros extremos e a assistência pós natal tem trazido cada vez mais qualidade de vida para essas crianças. 

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