O caso de Sônia Maria de Jesus tem repercussão mundial. No Brasil, até mesmo o Presidente da República já fez pronunciamento sobre o caso, mas mesmo assim, família de Desembargador de Justiça impede convívio familiar de quem viveu por décadas em possível situação análoga à escravidão
A família de Sônia Maria de Jesus – mulher negra e surda, que viveu por décadas na residência da família do Desembargador de Justiça de Santa Catarina José Luiz de Borba em possível situação análoga à escravidão, sofreu mais um duro golpe na última semana, quando foi informada que não podem estar com Sônia por alguns dias durantes as férias em Osasco, Grande São Paulo, onde reside irmãos e demais familiares biológicos.
Repercussão mundial
Organizações de direitos humanos de oito países latino-americanos, reunidas na Conversa sobre progressos e desafios dos direitos humanos, organizada pelo Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras ( COFADEH ), manifestaram solidariedade a Sônia Maria de Jesus e exigiram sua liberdade.
Sônia permaneceu por 40 anos em possíveis condições análogas à escravidão como empregada doméstica, sem salário e sem descanso na casa da família do desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Jorge Luiz Borba .
“Foram-lhe retirados o direito à alfabetização, aos cuidados básicos de saúde, aos documentos de identificação e a uma vida de relações sociais” afirmaram os participantes do Comitê .
Organizações de direitos humanos de oito países latino-americanos, reunidas na Conversa sobre progressos e desafios dos direitos humanos, organizada pelo Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras ( COFADEH ), manifestaram solidariedade a Sônia Maria de Jesus e exigiram sua liberdade.
Sônia permaneceu por 40 anos em possíveis condições análogas à escravidão como empregada doméstica, sem salário e sem descanso na casa da família do desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Jorge Luiz Borba .
“Foram-lhe retirados o direito à alfabetização, aos cuidados básicos de saúde, aos documentos de identificação e a uma vida de relações sociais” afirmaram os participantes do Comitê .
Pedido negado
Em nota divulgada pelas redes sociais, a família informou que “pedimos aos Borba para deixarem Sonia passar as férias escolares dela conosco para realizar o sonho da nossa mãe de ter um Natal com os sete filhos reunidos. Mas os Borba não autorizaram. Eles sempre insinuam que podemos ser um risco à integridade da Sonia, mas não somos nós os acusados de submeterem Sonia ao trabalho escravo, de ter deixado ela chegar aos 50 anos de idade com quatro dentes a menos na boca e sem possibilidade de se comunicar com o mundo. A proibição imposta pelos Borba de que Sonia passe as festas de final de ano e o aniversário dela conosco não tem nenhum respaldo na lei ou em decisões judicias. É pura arbitrariedade deles, é pura retaliação deles contra nossos esforços para reintegrar Sonia na família que é dela por direito e que esperou por esse reencontro por quarenta anos”.
Os familiares afirmam que “os advogados dos Borba mentiram para nossas advogadas dizendo que havia uma perícia pendente para avaliar se Sonia poderia ficar longe dos Borba. Mas é mentira. Existem perícias pendentes, mas nenhuma tem o objetivo de avaliar se Sonia pode ou não vir ficar conosco. Nós temos respaldo legal para ter Sonia conosco por alguns dias, há uma decisão do Ministro Mauro Campbell do STJ determinando que os Borba não podem nos impedir de ter Sonia conosco e eles violam essa decisão a todo momento. Não vamos desistir de ter Sonia reunida com todos os irmãos dela e todos os sobrinhos, cunhadas e cunhados. É um direito dela e é um direito nosso que os Borba não podem mais continuar violando”.