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OMS lança CID 11 validada pela 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças

OMS lança CID 11 validada pela 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças

CID-11 é a mais recente edição da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, publicada em 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a ter validade em 1º de janeiro de 2025 no Brasil.

CID-11 é a mais recente edição da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, publicada em 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) depois de mais de 30 anos.

Devido ao seu longo processo de implementação, passou a ter validade no Brasil em 1º de janeiro de 2025 com a principal função de ajudar no estudo de doenças, monitorar e padronizar cada uma delas.

Um panorama sobre a CID

A CID é uma ferramenta essencial no mundo da saúde, usada para padronizar e organizar informações sobre doenças e condições de saúde em todo o mundo.

Criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa classificação serve para que todos falem a mesma língua quando o assunto é diagnóstico e tratamento, facilitando a comunicação entre profissionais de saúde, governos e organizações globais.

“A partir de 1/1/2025, passa a ser utilizado no Brasil a Classificação Internacional de Doenças, versão 11, CID-11. Há várias atualizações em comparação com o CID-10, em uso há 30 anos. O grupamento 6A02 transtorno do espectro autista irá facilitar a classificação de cada pessoa, considerando especialmente o nível intelectual e da comunicação. Cabe lembrar que as informações do DSM-5-TR, da Associação Americana de Psiquiatria, continuam a ser usadas como anteriormente. A substituição é do CID-10 pelo CID-11. É bom destacar que os laudos e relatórios emitidos até 31 de dezembro de 2024 com base no CID-10 não precisam ser trocados”, afirmou a doutora Izabel Maria Loureiro Maior, professora de medicina na UFRJ, foi a primeira pessoa com deficiência a comandar a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e é liderança há mais de trinta anos do Movimento das Pessoas com Deficiência.

Para que serve a CID?

A CID, Classificação Internacional de Doenças, não é apenas uma lista de doenças, ela tem um propósito muito maior. Sua principal função é categorizar doenças e condições de forma organizada, permitindo um registro preciso sobre o que os pacientes estão enfrentando.

Com a nova versão, a CID-11, houve um avanço significativo em termos de precisão e abrangência, incorporando novos conceitos e modernizando os códigos para acompanhar os avanços da medicina.

O que é CID-11?

A CID 11 é a 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças, lançada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela chegou para substituir a versão anterior, a CID-10, que já estava em uso há mais de 30 anos.

Ou seja, a nova versão é muito mais moderna, refletindo as mudanças e avanços na medicina, e foi pensada para facilitar o uso tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos sistemas digitais, como softwares médicos.

Além disso, a CID-11 tem uma estrutura mais flexível e digitalmente amigável, o que a torna muito mais prática para ser integrada em sistemas de gestão de saúde, como prontuários eletrônicos e plataformas de telemedicina. 

Uma mudança importante é que ela expandiu o número de códigos, permitindo um detalhamento ainda maior dos diagnósticos, o que ajuda a tornar o atendimento médico mais personalizado e eficiente.

Onde eu encontro a CID-11?

Em fevereiro de 2024, a OMS publicou a CID-11 em 10 idiomas diferentes, entre eles o português, já disponível no site da OMS.

Qual a importância da CID-11?

Já deu para perceber que essa não é apenas uma atualização rotineira, a CID-11 é uma evolução significativa na forma como doenças e condições de saúde são classificadas globalmente. Algumas razões pelas quais ela é tão importante incluem:

  • Acompanhamento dos avanços da medicina: nos últimos 30 anos, a medicina evoluiu muito, com o surgimento de novas doenças, tratamentos e descobertas. A CID-11 incorpora todas essas mudanças, incluindo novas condições, como distúrbios relacionados ao uso de videogames (gaming disorder) e outras questões de saúde mental.
  • Maior precisão nos diagnósticos: com mais códigos e maior flexibilidade, a CID-11 permite que os médicos façam diagnósticos mais detalhados. Isso é crucial para que os tratamentos sejam mais direcionados e eficientes, além de facilitar a comunicação entre médicos, pacientes e outras partes envolvidas, como companhias de seguro.
  • Integração digital: a CID-11 foi criada com a era digital em mente. Ela é otimizada para ser usada em sistemas eletrônicos de saúde, o que reduz erros, melhora a precisão no registro dos dados e facilita a troca de informações entre sistemas diferentes, como softwares médicos e plataformas de gestão de clínicas.
  • Melhor gestão de saúde pública: com dados mais detalhados e precisos, as autoridades de saúde conseguem monitorar melhor a incidência de doenças e identificar tendências. Isso permite a criação de políticas de saúde mais eficazes, seja para controlar uma pandemia, como a COVID-19, ou para planejar campanhas de vacinação.

Em resumo, a CID-11 traz uma série de benefícios para os profissionais da saúde, sistemas médicos e até para os pacientes, garantindo mais precisão e eficiência no atendimento e na gestão dos dados de saúde.

Quais são as principais mudanças da CID-11?

A CID-11 traz atualizações importantes para melhorar a CID-10. Entre essas mudanças, podemos destacar:

Gaming disorder

Quando a CID-10 foi oficializada, o acesso a computadores e dispositivos móveis estava dando seus primeiros passos. Hoje a realidade é bem diferente. 

É muito difícil encontrar um jovem que não tenha computador pessoal, tablet, smartphone ou qualquer outro aparelho que possa ser utilizado para jogar.

Por isso, a CID-11 inclui transtornos relacionados ao uso excessivo de jogos eletrônicos, também conhecidos como gaming disorder, que em português significa distúrbio em jogos eletrônicos.

A OMS definiu essa patologia como “Padrão de comportamento persistente ou recorrente”. A Organização também considera uma doença grave, que pode comprometer o indivíduo em vários níveis. 

Autismo

Na CID-11, todos os transtornos que fazem parte do espectro autista estão reunidos: autismo infantil, Síndrome de Rett, Síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo da infância e transtorno com hipercinesia.

Agora todos esses transtornos estão agrupados em um único diagnóstico: o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Apesar dessas mudanças, todos os comportamentos que antes faziam parte de cada uma das categorias, ainda fazem parte dos sintomas que os médicos devem observar. O que muda agora são as separações, que são avaliadas com base na frequência ou intensidade de cada característica de cada transtorno. 

Nesse sentido, a CID-11 leva em consideração o nível intelectual e a linguagem da criança, se ela tem algum déficit intelectual ou não, se tem algum comprometimento grave ou leve. Já na CID-10, as classificações eram genéricas, o que não permitia um diagnóstico preciso.

Síndrome de Burnout

A CID-11 passou a tratar a Síndrome de Burnout como uma doença de trabalho. Ela determina a doença como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”.

Antes, já constava na CID-10 como um problema de saúde mental, então o que muda na prática é seu efeito direto em processos trabalhistas e na Justiça do Trabalho, que receberá questões relacionadas ao esgotamento profissional por problemas de gestão da empresa.

Essa mudança atribui a culpa à empresa, uma vez que a doença é identificada como do trabalho e não do trabalhador.

Em outras palavras, a CID-11 está afirmando que a culpa pelo estresse mal administrado não é do colaborador ser exigente demais, perfeccionista ou mais propenso ao estresse, mas sim da má organização da empresa quanto à saúde dos trabalhadores.

Havendo laudo médico comprovando a doença, a justiça poderá responsabilizar a empresa pelo fator que causou a Síndrome de Burnout no trabalhador. Pode ser assédio moral, metas irreais, cobranças excessivas e outras situações.

Resistência antimicrobiana

O uso inadequado de medicamentos antibióticos e a produção de medicamentos falsificados preocupam os médicos há um bom tempo. Olha só alguns dados da ANVISA que comprovam como isso é um problema de saúde grave:

  • 6 milhões de pessoas morrem anualmente por resistência antimicrobiana.
  • A falsificação também é aliada da resistência antimicrobiana. Segundo a OMS, entre 72 mil e 169 mil crianças morrem anualmente de pneumonia devido a antibióticos falsificados.
  • 35% das infecções humanas comuns já são resistentes aos medicamentos atualmente disponíveis.

Por esse motivo, a CID-11 alinhou seu texto com a própria OMS, que determinou a resistência antimicrobiana como uma das dez maiores ameaças à saúde pública global. A partir da nova Classificação Internacional de Doenças, é possível mapear esse problema ao redor do mundo com mais facilidade.

Transexualidade

Outra importante decisão da OMS foi remover do texto anterior da Classificação Internacional de Doenças o que era chamado de “transtorno de identidade de gênero”, já que a CID-10 definia a transexualidade como uma doença mental. 

Com a chegada da CID-11, passou a existir um novo capítulo no documento, dedicado especificamente à saúde sexual. Neste capítulo, foi incluída a transexualidade. 

Essa decisão foi muito importante tanto para a saúde pública quanto para os direitos humanos, uma vez que a definição anterior gerava uma percepção errada para muitas pessoas de que diversidade de gênero pode ser uma patologia e, principalmente, feria os direitos de pessoas transexuais.

Certamente, a CID-11 vai colaborar para reduzir o estigma sobre essas pessoas e também garantirá acesso às intervenções que possam vir a ser necessárias.

A nova CID classifica a transexualidade como incongruência de gênero. Isto é, um sentimento de angústia vivido por uma pessoa que não se identifica com seu gênero biológico. 

Dessa forma, o esperado é que essa atualização diminua a discriminação e amplie o acesso a vários serviços de saúde pública, como tratamento para HIV, testagem e outros.

Fonte: https://clinicweb.com.br

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