A ausência de escolas técnicas bilíngues para surdos no Rio Grande do Sul tem levado famílias a buscar alternativas em outros estados. É o caso de Carla Brum, presidente da Associação de Crianças e Adolescentes Surdos do Rio Grande do Sul (ACAS-RS) e membro da Comissão Nacional de Educação Bilíngue de Surdos. Mãe de crianças surdas, Carla enfrentou a difícil decisão de enviar seus filhos para morar em Santa Catarina, onde têm acesso a uma educação especializada.
Enquanto seus filhos estudam no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Carla viaja semanalmente para visitá-los, equilibrando as demandas da maternidade com a luta por políticas públicas que ofereçam oportunidades iguais no Rio Grande do Sul.
“O acesso à educação técnica bilíngue é fundamental para que os jovens surdos possam se preparar para o mercado de trabalho e exercer sua cidadania de forma plena. Não é justo que famílias precisem se separar ou viajar constantemente para garantir esse direito”, afirma Carla.
O IFSC tem se destacado na oferta de cursos técnicos bilíngues, com turmas exclusivas para surdos, intérpretes de Libras e metodologias adaptadas. No entanto, a falta de estruturas semelhantes no Rio Grande do Sul revela uma lacuna que impacta diretamente a comunidade surda e suas famílias.
Carla Brum e a ACAS-RS continuam mobilizadas para que o estado invista na criação de escolas técnicas bilíngues, assegurando uma educação de qualidade e acessível para todos os jovens surdos sem a necessidade de deslocamentos para outros estados.