Influenciado pelo evento esportivo, crescimento reflete maior capilaridade do projeto do Comitê Paralímpico Brasileiro, que conta com parceria com Baccarelli para oferecimento de atividades em 12 centros educacionais da cidade
Escola Paralímpica de Esportes, projeto do Comitê Paralímpico de Esportes presente nos 12 CEUs sob gestão do Baccarelli, registrou um crescimento de 15% nas inscrições após os Jogos Paralímpicos de Paris. Além de refletir a grande atenção que as modalidades receberam da imprensa, o número também é resultado do aumento na capilaridade do projeto. Desde 2022, a parceria do Baccarelli com a Secretaria Municipal de Educação e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), tem como missão transformar esses poderosos equipamentos públicos em modelos de inclusão e acessibilidade, permitindo que centenas de alunos encarem o esporte como porta de entrada para adquirir hábitos saudáveis, socializar com novos amigos e, por que não, até sonhar em disputar os Jogos Paralímpicos.
Edilson Ventureli, diretor executivo do Instituto Baccarelli, conta que logo ao assumir a gestão das atividades de cultura, esporte e lazer dos CEUs, nomeou José Renato Borges como gerente de esportes. Ex-triatleta e professor de educação física com vasta experiência na inclusão por meio do esporte, Borges recebeu a missão de garantir que toda a área de esportes dos CEUs fosse desde cedo pensada para incluir pessoas com deficiência.
O projeto ganhou ainda mais força no ano seguinte, com a parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). O intercâmbio possibilitou que educadores da equipe de esportes dos CEUs recebessem treinamentos e cursos de capacitação no moderno Centro de Treinamento do CPB, que é atualmente o quarto maior complexo do mundo voltado ao esporte paralímpico. Além disso, profissionais do CPB também passaram a acompanhar de perto as atividades realizadas nos CEUs, garantindo a excelência no atendimento e observando o desempenho de crianças, adolescentes e jovens nas unidades.
Ramon Pereira, Diretor de Desenvolvimento Esportivo do Comitê Paralímpico Brasileiro, disse que a parceria com o Instituto Baccarelli tem entre seus objetivos identificar e desenvolver talentos no esporte. “Já estamos obtendo um resultado fantástico. Hoje nós atendemos mais de 650 crianças com deficiência nos CEUs, em várias modalidades. Esta expansão territorial do CPB é para nós uma virada de página. Percebemos em 2018 que, se a gente não fomentasse gerações mais jovens, a renovação ficaria muito difícil. Hoje, 18 alunos dos CEUs fazem atividade tanto neles como também no centro de treinamento paralímpico. Estamos com muita esperança de 2028 ter um aluno dos CEUs representando o Brasil em Jogos Paralímpicos”, afirmou.
Quem abraçou de cara a oportunidade foi a pequena Maria Raffaella Almeida dos Santos, de apenas 10 anos, que neste mês de outubro começará a praticar atletismo paralímpico no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro. Com uma má formação congênita no membro superior direito, ela vinha desde julho praticando natação no CEU São Pedro / José Bonifácio. Além da equipe capacitada para o atendimento de pessoas com deficiência, a unidade conta ainda com um elevador na piscina para acessibilidade.
“Além de ajudar fisicamente e psicologicamente, a natação tem me motivado a conhecer outros esportes”, conta Maria Raffaella. “Quero ser atleta paralímpica, sei que preciso me esforçar muito, mas agora tenho oportunidade de treinar”, revela a pequena moradora de Guaianases.
A mãe de Maria Raffaella, Juliane Pereira Almeida dos Santos, relata que as poucas semanas de aulas no CEU São Pedro / José Bonifácio já estão ajudando sua filha a ganhar confiança, força muscular, coordenação motora, agilidade e equilíbrio. “Ela, que vinha negligenciando a mão direita, agora já usa para escrever e ajudar nas tarefas domésticas”, afirma Juliane. “Praticar esportes sempre foi uma recomendação da médica dela, mas pagar aulas particulares por fora era inacessível para a gente. Tanto pelo preço quanto pela baixa oferta de modalidades adaptadas”, destaca.
A história de Maria Raffaella se repete em relatos de outras famílias espalhadas por São Paulo. No CEU Carrão / Tatuapé, o jovem Gilbert Sousa Santos, de 19 anos, também vem aprimorando a coordenação motora com as aulas de natação. Paciente de um traumatismo cranioencefálico (TCE), Gil vem aproveitando o apoio de dois professores para trabalhar o equilíbrio, o movimento dos braços e mãos, além de aspectos cognitivos. “Tem uma cadeira especial para entrar na água e um banheiro espaçoso com barras. Essa inclusão nos deixa mais à vontade, por saber que meu filho está dividindo o espaço com pessoas com as mesmas patologias e dificuldades”, diz a mãe Lucimeire Bispo de Sousa.
Já no CEU São Miguel, quem dá as primeiras braçadas é Giovanna Bueno da Silva, de 16 anos. A mãe, Fernanda Bueno da Silva, conta que a filha, que tem uma deficiência intelectual, já superou o medo de entrar na piscina, e vem mostrando uma evolução surpreendente na coordenação motora, postura e socialização. “Um filho com deficiência precisa da gente diariamente, mas para ajudá-los também dependemos desse tipo de apoio que vem sendo oferecido no CEU”, conta Fernanda.
De acordo com Edilson Ventureli, o projeto de acessibilidade nos CEUs é um novo passo de uma filosofia já há muitos anos colocada em prática pelo Instituto Baccarelli no núcleo Heliópolis, onde o Instituto atende 1.400 crianças e jovens com aulas de música e dança. Segundo o diretor, crianças com deficiência são recebidas desde 2016 no curso de musicalização transformadora, criando um ambiente inclusivo que fortalece tanto o desenvolvimento dos alunos quanto o apoio às suas famílias.
Sobre o CPB
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é a entidade que rege o desporto adaptado no Brasil. Representa e lidera o Movimento Paralímpico no país e busca a promoção e o desenvolvimento do esporte desde a iniciação até o alto rendimento para pessoas com deficiência. O CPB é o responsável pela participação do país em competições continentais, mundiais e em Jogos Paralímpicos, além de promover o desenvolvimento dos diversos esportes adaptados no Brasil, em articulação com as respectivas organizações nacionais.
Sobre o Instituto Baccarelli
O Instituto Baccarelli é uma das organizações sem fins lucrativos mais respeitadas no Brasil por proporcionar ensino de excelência combinando três eixos de grande importância: social, educacional e cultural. É responsável por formar a primeira orquestra sinfônica do mundo em uma favela, a Orquestra Sinfônica Heliópolis, que conta com o maestro Isaac Karabtchevsky como diretor artístico e regente titular, quebrando diversas barreiras e incentivando o surgimento de outros projetos similares no país.
Sua sede está instalada na comunidade de Heliópolis, São Paulo, onde opera como agente de transformação social há 27 anos, mostrando um futuro com mais perspectivas a centenas de crianças e jovens. Ali, beneficia anualmente 1.400 alunos em situação de vulnerabilidade por meio de programas de ensino de excelência que se dividem em: Musicalização Infantil, Canto Coral, Aulas de Instrumentos (classes coletivas e individuais) e Prática Orquestral, com reais oportunidades de profissionalização na música para aqueles que desejam construir uma carreira.
A instituição também assiste as famílias dos beneficiados com a distribuição de alimentos e outros itens de primeira necessidade, além de disponibilizar atendimentos de uma equipe de assistentes sociais.
Em 2022, assumiu a gestão de 12 unidades dos CEUS, em contrato firmado com a Secretaria Municipal de Educação, e ampliou seu campo de atuação, levando esta consistente trajetória de transformação social em Heliópolis para outras regiões da cidade, em conformidade com os objetivos, planos e políticas estabelecidas pela SME para as áreas de educação, cultura, esporte, lazer, recreação e tecnologia da cidade de São Paulo.
Para mais informações, acesse: www.institutobaccarelli.org.br