• qua. fev 19th, 2025

Levantamento revela crescimento de 23% no número de traqueostomia entre crianças

Levantamento revela crescimento de 23% no número de traqueostomia entre crianças

Em 18 de fevereiro é celebrado o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada. Levantamento da ABOPe revela que houve um crescimento de 23% no número de traqueostomia entre crianças

O dia 18 de fevereiro foi escolhido pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe), para ser o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada. A celebração foi instituída pela Lei nº 14.249/2021, fruto de projeto de lei de autoria do deputado federal e médico goiano Zacharias Calil, para chamar atenção para as necessidades desses pacientes. 

A data tem por objetivo promover ações de conscientização e de esclarecimento sobre os cuidados necessários às crianças que passam por traqueostomias e sensibilizar profissionais da saúde, a sociedade e, principalmente, as autoridades sobre a importância do atendimento multidisciplinar e multiprofissional a essas crianças. 

O atendimento adequado é uma forma de diminuir o risco de complicações e morte, bem como estimular ações de assistência adequadas para sua proteção e tratamento. A conscientização é a maneira de permitir a inserção desses pacientes e de seus familiares de forma plena na sociedade.

O Dia Nacional da Criança Traqueostomizada pretende, ainda, contribuir para a criação de políticas públicas que visem ao cumprimento das recomendações oficiais sobre os cuidados e condutas para as crianças traqueostomizadas, bem como auxiliar na organização de centros de referência e na contratação de profissionais especializados. 

A traqueostomia é uma técnica médica que consiste na criação de uma abertura na traqueia, proporcionando uma via alternativa para a passagem de ar em direção aos pulmões. A cirurgia permite a passagem de ar do meio externo diretamente para a traquéia. Isso é necessário em situações em que a criança não tem a via aérea superior pérvia e, portanto, não consegue respirar de maneira adequada. 

Um levantamento de 2023, produzido pela Academia Brasileira de Otorrino Pediátrica (ABOPe) com 11 centros brasileiros especializados no atendimento e realização dessa cirurgia em crianças, revelou que houve crescimento de 23% no número de procedimentos em 2022, comparado a 2021, entre crianças de 0 a 3 anos. 

A médica otorrinolaringologista pediátrica Juliana Caixeta afirma que a notícia de que a criança necessita de uma traqueostomia geralmente é recebida com apreensão pelos pais, pois a maioria das pessoas não sabe quais os cuidados devem ser tomados com a cânula. 

“As famílias das crianças ficam apreensivas sobre o procedimento. É preciso superar a desinformação. Muitos pais contam já ter sofrido algum tipo de preconceito e mesmo dificuldade de acesso a alguns lugares, incluindo a escola”, explica a médica Juliana Caixeta.

Outra dificuldade enfrentada, muitas vezes, pelas famílias diz respeito à assistência em um centro especializado no atendimento dessas crianças. “Faltam equipes multiprofissionais e multidisciplinares, e os familiares, muitas vezes, se deslocam com as crianças por diversos locais para serem adequadamente atendidos. Ainda existem custos associados ao uso da cânula, luvas, sondas de aspiração e gases, que devem ser trocadas regularmente e, geralmente, são custeadas pelas próprias famílias. 

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