Prestes a comemorar 26 anos de impacto no Brasil, Instituto Ronald McDonald reforça a importância do diagnóstico precoce e de políticas públicas voltadas para a oncologia pediátrica
“A cada dia, milhares de crianças no Brasil enfrentam a dura batalha contra o câncer, e o tempo pode ser o fator decisivo entre a vida e a morte”. A afirmação é do Dr. Renato Melaragno, oncologista pediátrico com mais de 40 anos de experiência e membro da Comissão Médica do Instituto Ronald McDonald, reflete uma realidade alarmante: o câncer infantojuvenil é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no país. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a cada ano, aproximadamente 8.000 novos casos são diagnosticados. Apesar disso, a falta de informação e o diagnóstico tardio ainda são os maiores desafios para a cura — que pode ultrapassar 80% quando a doença é identificada precocemente e tratada em hospitais especializados.
Especialistas defendem que a oncologia pediátrica deve ser tratada dentro das políticas de saúde infantil e adolescente, garantindo a atenção necessária para essa realidade específica.
Câncer Infantojuvenil: Um desafio para a saúde pública
Os tipos de câncer mais comuns na infância são leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas. Como os sintomas podem ser confundidos com doenças comuns, é essencial que médicos e pais estejam sempre atentos. Quando a doença é diagnosticada de forma precoce, as chances de cura podem ultrapassar 80%, como nos países de alta renda. Um dos fatores que contribui para o atraso na detecção da doença é a falta de informação direcionada aos profissionais de saúde.
“O câncer infantojuvenil deveria ser abordado dentro das políticas de saúde voltadas para a infância e adolescência, em vez de estar inserido na política geral do câncer. Como representa apenas 2% dos casos em adultos, acaba sendo menos valorizado”, explica Dr. Melaragno, reforçando que a atenção primária tem um papel essencial na identificação precoce do câncer infantil: “Capacitar profissionais da rede básica de saúde para reconhecer sinais de alerta e encaminhar os casos suspeitos para especialistas pode fazer toda a diferença na sobrevida e qualidade de vida das crianças”.
A desigualdade no acesso à saúde também impacta significativamente o tratamento do câncer infantil no Brasil. “A jornada de uma criança com câncer não pode ser determinada pelo local onde ela nasce. No Norte do Brasil, a taxa média de sobrevivência é de 50%, enquanto no Sul alcança 75%, evidenciando uma disparidade inaceitável. O Instituto se dedica incansavelmente a reduzir essas desigualdades”, afirma Bianca Provedel, CEO do Instituto Ronald McDonald.
Avanços no diagnóstico e tratamento
Nos últimos anos, houve um avanço significativo no diagnóstico e no tratamento do câncer pediátrico. Hoje, é possível realizar diagnósticos muito precisos com base em alterações genéticas e moleculares, permitindo tratamentos mais adequados e menos agressivos. “As novas terapias chamadas de terapia-alvo tratam essas anormalidades moleculares com menos efeitos colaterais, garantindo mais qualidade de vida às crianças”, destaca Dr. Renato.
Além disso, programas como o Diagnóstico Precoce do Instituto Ronald McDonald têm feito a diferença. “Uma pesquisa com centros apoiados pelo programa mostrou uma redução significativa no tempo de diagnóstico, de 13 para 5 semanas”, explica Danielle Basto, gerente da área de operações e impacto social do Instituto.
A partir de 2025, uma nova fase do programa permitirá um monitoramento ainda mais próximo dos casos suspeitos e confirmados, ampliando a análise do impacto da iniciativa. Com 26 anos de atuação e mais de R$ 422 milhões investidos na oncologia pediátrica, o Instituto Ronald McDonald já impactou mais de 15 milhões de vidas. O Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil capacitou mais de 44 mil profissionais e estudantes da saúde e sensibilizou professores de mais de 300 escolas, contribuindo diretamente para a detecção mais ágil da doença.
Acolhimento e suporte às famílias
O impacto do câncer infantojuvenil vai além da criança diagnosticada, afetando toda a família. Muitas mães precisam deixar o trabalho para acompanhar o tratamento dos filhos, e em muitos casos, as famílias precisam viajar longas distâncias para buscar atendimento especializado. Nesse contexto, iniciativas como os Programas Casa Ronald McDonald e Espaço da Família Ronald McDonald desempenham um papel essencial.
“Nas Casas Ronald McDonald, cerca de 72% das famílias vivem com até 1 salário-mínimo por mês. Nos Espaços da Família, essa média é de 53,7%. Muitas dessas famílias enfrentam grandes desafios, e proporcionar um ambiente acolhedor faz toda a diferença”, afirma Danielle Basto. Segundo ela, cerca de 95% das famílias atendidas afirmam ter se sentido acolhidas e mais seguras para seguir com o tratamento.
Um desses exemplos é Larissa Santos, que veio de Emboguaçu, no Paraná e utiliza o Espaço da Família Ronald McDonald localizado no hospital do ITACI, em São Paulo. “A gente senta, conversa, fala um pouco da família, toma café, tenho acolhimento. O espaço é muito importante para mim e para outras mães”. O espaço, com capacidade para 18 pessoas, oferece sala de estar, copa, espaço para refeições, cadeiras de massagem, computador para uso dos familiares, além de livros e jogos como dominó, dama, tabuleiro e mais. Ao todo, em operação no Brasil, o Instituto Ronald McDonald conta com 9 unidades do Programa Espaço da Família Ronald McDonald em vários estados.
Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Ronald com os atendidos revelou que 84,7% das famílias hospedadas nas sete unidades do Programa Casa Ronald McDonald afirmam que não teriam alternativa de moradia durante o tratamento. “Muitas famílias que atendemos vivem em situação de vulnerabilidade e não teriam condições de custear estadias prolongadas em outra cidade. Nosso compromisso é garantir que nenhuma criança abandone o tratamento por falta de condições”, reforça Danielle.
A inspiração para esse acolhimento vem da Dra. Audrey Evans, oncopediatra americana que foi pioneira na criação das Casas Ronald McDonald na década de 70. “Ela chegou a abrir as portas da própria casa para abrigar famílias que não tinham onde ficar enquanto seus filhos recebiam tratamento”, lembra Danielle. “Seu legado continua vivo aqui no Brasil. No último ano, conseguimos atender cerca de 9.500 famílias, proporcionando apoio em um momento tão difícil.”
O futuro da Oncologia Pediátrica
Embora o câncer infantil tenha hoje altas taxas de cura – ultrapassando 80% dos casos -, garantir acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado ainda é um desafio. Para os especialistas, é essencial que as políticas públicas da oncologia pediátrica sejam elaboradas de forma independente da oncologia geral e com a participação ativa dos oncologistas pediátricos de todo o Brasil, considerando as diferenças regionais.
“O câncer infantil, que no passado era visto como uma sentença de morte, hoje tem chances de cura cada vez maiores. Mas para isso, precisamos continuar avançando em políticas públicas que valorizem a oncologia pediátrica, capacitar profissionais e garantir que todas as crianças tenham acesso ao tratamento adequado no tempo certo”, conclui Dr. Renato.
Danielle Basto reforça a importância do Instituto Ronald McDonald nessa luta. “Nosso trabalho não se limita apenas ao diagnóstico precoce e acolhimento. Buscamos constantemente inovação para ampliar o impacto positivo na vida das crianças e famílias atendidas. Acreditamos que, ao fortalecer essa rede de suporte e conhecimento, podemos contribuir significativamente para aumentar as taxas de cura e qualidade de vida dos pacientes.”
Fique atento aos sinais de alerta do câncer infantil:
- Palidez e cansaço excessivo
- Febres persistentes
- Dores ósseas
- Caroços pelo corpo
- Manchas roxas sem explicação
- Alterações no comportamento
A luta contra o câncer infantil exige rapidez, conhecimento e solidariedade. O tempo é um fator determinante — e cada diagnóstico precoce representa uma nova chance de vida.
Sobre o Instituto Ronald McDonald
Organização sem fins lucrativos, o Instituto Ronald McDonald há mais de 25 anos atua para promover a saúde e bem-estar de crianças e adolescentes, aumentando as chances de cura do câncer infantojuvenil. Para atingir esse objetivo, o Instituto Ronald McDonald trabalha promovendo programas ligados à capacitação de profissionais e estudantes de saúde ao diagnóstico precoce, estruturação de hospitais especializados, a hospedagem para famílias que residem longe dos hospitais, e projetos que visem a disseminação de conhecimento sobre a causa. A ONG faz parte do sistema beneficente global Ronald McDonald House Charities (RMHC), presente em mais de 60 países, coordenando os programas globais: Casa Ronald McDonald, voltado para a hospedagem, transporte e alimentação dos pacientes; e o Programa Espaço da Família Ronald McDonald, que torna menos desgastante o dia a dia das famílias durante o tratamento. No Brasil, há ainda outros dois programas locais: Atenção Integral e Diagnóstico Precoce, com ações específicas de combate ao câncer infantojuvenil. O Instituto conta com o apoio de diversas empresas e pessoas físicas para desenvolver e manter seus programas. Saiba mais sobre os programas e as instituições beneficiadas em www.institutoronald.org.br.
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