• ter. abr 15th, 2025

Artista brasileira faz história como a primeira latino-americana a expor nas Space Stutter (EUA)

A artista e ativista brasileira Alexandra Martins é a primeira pessoa latino-americana a integrar uma exposição da SPACE STUTTER, plataforma internacional dedicada à arte produzida por pessoas que gaguejam. A mostra, intitulada “This Rhythm That’s Mine”, está em cartaz até 29 de junho no Woodland Pattern, nos Estados Unidos, e reúne obras de artistas que fazem da gagueira não um obstáculo, mas um campo fértil de criação, identidade e resistência. Participam da exposição os artistas Intisar Abioto, Willemijn Bolks, Alexandra Martins, Wendy Ronaldson e Olivia Simmons (autora do poema que dá nome à mostra), além de trabalhos do premiado JJJJJerome Ellis. Com um olhar sensível e potente, a curadoria — assinada por Ellis, Julia Leone e Aidan Sank — propõe reflexões sobre como a gagueira se conecta com temas como política, ancestralidade, meio ambiente, linguagem, espiritualidade e afeto. O projeto conta ainda com apoio da diretora de arte do Woodland Pattern, Marla Sanvick. A obra de Alexandra, intitulada “LÍNGUA AFIADA, LÍNGUA ALEIJADA”, parte da gagueira e da memória para propor uma investigação profunda sobre comunicação, subjetividade e ancestralidade. Ao evocar a gagueira como entidade viva e simbólica, a artista reinscreve essa experiência no imaginário social como parte do campo do sagrado, da beleza e da cura — rompendo com a lógica patologizante e capacitista. “Essa conquista não é só minha. É de todas as pessoas com deficiência que têm suas formas de existir silenciadas. Ao ocupar esse espaço internacional com minha arte, estou reafirmando: gaguejar também é linguagem. E toda linguagem merece ser escutada com respeito e presença”, afirma Alexandra. Essa é a segunda vez que Alexandra expõe sua arte em território internacional. Em 2023, ela foi convidada para participar da exposição “Wouldn’t You Rather Talk Like Us?” (“Você Não Preferiria Falar Como a Gente?”), realizada em Londres, com curadoria dos artistas gagos Paul Aston e Conor Foran. A mostra reuniu obras novas e existentes com o objetivo de criar um espaço físico para a arte e para discussões comunitárias, reforçando que as vozes gagas são válidas e que a produção artística pode inspirar mudanças na forma como pessoas com deficiências na fala se percebem e são percebidas socialmente. Sua participação representa um importante avanço para a visibilidade da comunidade de pessoas com deficiência no Brasil, especialmente das pessoas com deficiência comunicacional, que ainda enfrentam enormes barreiras sociais, atitudinais e simbólicas para existirem em plenitude.

Conquista marca avanço na visibilidade internacional das pessoas que gaguejam e fortalece a luta por visibilidade e acessibilidade de pessoas com deficiência.

A artista e ativista brasileira Alexandra Martins é a primeira pessoa latino-americana a integrar
uma exposição da SPACE STUTTER, plataforma internacional dedicada à arte produzida por
pessoas que gaguejam. A mostra, intitulada “This Rhythm That’s Mine”, está em cartaz até 29 de
junho no Woodland Pattern, nos Estados Unidos, e reúne obras de artistas que fazem da gagueira
não um obstáculo, mas um campo fértil de criação, identidade e resistência.


Participam da exposição os artistas Intisar Abioto, Willemijn Bolks, Alexandra Martins, Wendy
Ronaldson e Olivia Simmons (autora do poema que dá nome à mostra), além de trabalhos do
premiado JJJJJerome Ellis. Com um olhar sensível e potente, a curadoria — assinada por Ellis,
Julia Leone e Aidan Sank — propõe reflexões sobre como a gagueira se conecta com temas como
política, ancestralidade, meio ambiente, linguagem, espiritualidade e afeto. O projeto conta ainda com
apoio da diretora de arte do Woodland Pattern, Marla Sanvick.


A obra de Alexandra, intitulada “LÍNGUA AFIADA, LÍNGUA ALEIJADA”, parte da gagueira e da
memória para propor uma investigação profunda sobre comunicação, subjetividade e ancestralidade.
Ao evocar a gagueira como entidade viva e simbólica, a artista reinscreve essa experiência no
imaginário social como parte do campo do sagrado, da beleza e da cura — rompendo com a lógica
patologizante e capacitista.


“Essa conquista não é só minha. É de todas as pessoas com deficiência que têm suas formas de
existir silenciadas. Ao ocupar esse espaço internacional com minha arte, estou reafirmando: gaguejar
também é linguagem. E toda linguagem merece ser escutada com respeito e presença”, afirma
Alexandra.


Essa é a segunda vez que Alexandra expõe sua arte em território internacional. Em 2023, ela foi
convidada para participar da exposição “Wouldn’t You Rather Talk Like Us?” (“Você Não Preferiria
Falar Como a Gente?”), realizada em Londres, com curadoria dos artistas gagos Paul Aston e
Conor Foran. A mostra reuniu obras novas e existentes com o objetivo de criar um espaço físico
para a arte e para discussões comunitárias, reforçando que as vozes gagas são válidas e que a
produção artística pode inspirar mudanças na forma como pessoas com deficiências na fala se
percebem e são percebidas socialmente.


Sua participação representa um importante avanço para a visibilidade da comunidade de pessoas
com deficiência no Brasil, especialmente das pessoas com deficiência comunicacional, que ainda
enfrentam enormes barreiras sociais, atitudinais e simbólicas para existirem em plenitude.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *