• qui. maio 8th, 2025

Encontro no Senado Federal expõe desafios de pessoas com paralisia cerebral

Encontro no Senado Federal expõe desafios de pessoas com paralisia cerebral

As pessoas com paralisia cerebral precisam de mais reconhecimento e ampliação das políticas públicas em seu apoio, destacaram os debatedores ouvidos em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) no Senado Federal.

O evento atendeu a requerimento (REQ 59/2024 – CDH), do senador Flávio Arns (PSB-PR), com o fim de debater a criação do Dia Nacional da Conscientização sobre a Paralisia Cerebral, a ser celebrado em 6 de outubro — data que já é dedicada à luta mundial por direitos e oportunidades para essa população.

Presidindo a audiência, o senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou que, de acordo com o Ministério da Saúde, a paralisia cerebral ocorre em dois ou três casos entre mil nascidos vivos, o que torna necessário o combate aos preconceitos e o reforço das políticas públicas voltadas para essas pessoas.

— Milhares de pessoas convivem com essa condição no Brasil, muitas das quais precisam de apoio especial para realizar atividades cotidianas. (…) Instituir uma efeméride dedicada à conscientização sobre a paralisia cerebral é fundamental para sensibilizar a sociedade quanto aos desafios enfrentados por essas pessoas e suas famílias — declarou.

O gerente institucional da Apae Brasil, José Marcos Cardoso do Carmo, chamou a atenção para o estigma social sobre as pessoas com paralisia cerebral, que seriam tratadas como “incapazes”, e a falta de políticas públicas de acompanhamento leva essa população a uma condição de exclusão e invisibilidade.

— A deficiência não impede o exercício da cidadania. O que impede é a ausência de oportunidade. Assim, defender a criação do Dia Nacional da Conscientização sobre a Paralisia Cerebral é conhecer o valor dessas vidas, é dar um nome à luta.

Atleta paralímpico de tênis de mesa, Marcos Vinicius Araujo do Amaral afirmou que sua entrada no esporte, aos 13 anos de idade, proporcionou inclusão na sociedade e um meio de mostrar às pessoas do que ele era capaz.

— Eu consegui participar de jogos paralímpicos, consegui estar atuando nesse esporte. Eu gostaria de ressaltar a importância da conscientização sobre a paralisia cerebral nas escolas. (…) Todos têm lugar nesse ambiente maravilhoso que é o esporte.

A campeã mundial paralímpica de arremesso de peso, Wanna Brito, salientou os desafios das pessoas com deficiência, que demandam acesso, cuidado e reconhecimento. Ela disse esperar que o Dia Nacional da Conscientização sobre a Paralisia Cerebral seja mais que uma data simbólica.

— É um passo estratégico no compromisso que este país precisa firmar com a inclusão plena.

Wanna ainda comentou a situação das famílias de pessoas com deficiência, que em sua maioria sofrem com gastos elevados, sobrecarga de trabalho e desgaste psicológico.

Coordenador-geral da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde, Arthur de Almeida Medeiros mencionou o compromisso do governo federal na garantia dos direitos das pessoas com deficiência e destacou o acordo de cooperação técnica com o Ministério do Esporte, que incluiu práticas esportivas nos processos de reabilitação.

— Quando a gente fala da integralidade do cuidado, é pensar essa pessoa e todo o meio social que há em torno dela, consequentemente, seus familiares, acompanhantes e cuidadores. Esse tem sido um aspecto extremamente importante que o Ministério da Saúde tem trabalhado.

Fonte: Agência Senado

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