ONG em São Paulo oferece suporte integral a crianças, adolescentes e famílias afetadas pela transmissão vertical do HIV
Apesar dos avanços na prevenção da transmissão vertical do HIV, o Brasil ainda registra casos de crianças infectadas ao nascer, principalmente em contextos de extrema vulnerabilidade social. Longe dos holofotes da mídia, essas famílias enfrentam uma dura realidade marcada por pobreza, preconceito e abandono. Há 34 anos, o Projeto Criança Aids (PCA) atua exatamente neste ponto cego da sociedade — acolhendo, cuidando e garantindo dignidade a quem mais precisa.
No próximo dia 4 de junho, o PCA completa 34 anos de atuação ininterrupta, oferecendo apoio emocional, social e material a crianças e adolescentes que convivem com o HIV e a seus familiares. Sediado em São Paulo, o projeto foi criado em 1991 e, desde então, se mantém fiel à sua missão: cuidar com afeto e responsabilidade de uma população muitas vezes invisibilizada.
“O HIV ainda carrega muito preconceito e desinformação, especialmente quando falamos de crianças. Nosso propósito é mostrar que por trás de cada diagnóstico existe uma história, uma família e um futuro possível. Não é só sobre saúde, é sobre dignidade e amor”, conta Adriana Galvão Ferrazini, presidente do Projeto Criança Aids (PCA).
Com uma equipe interdisciplinar formada por psicólogos, assistentes sociais, profissionais da saúde e voluntários, o PCA atende atualmente pouco mais de 20 famílias. Muitas dessas crianças perderam os pais para a Aids e hoje vivem sob os cuidados de avós, irmãos ou outros parentes — alguns também vivendo com o vírus.
O projeto mantém parcerias com instituições de referência, como o Hospital Emílio Ribas e outros centros do SUS, promove palestras, encontros e rodas de conversa que orientam sobre adesão ao tratamento, saúde mental, alimentação e autocuidado — tanto para os pequenos quanto para seus cuidadores.
Além disso, realiza uma ação assistencial contínua, com a entrega de cestas básicas, roupas, itens de higiene e limpeza. Um dos principais pilares de sustento da ONG é o seu bazar beneficente, que funciona com doações da comunidade e ajuda a manter as atividades da sede.
Durante a pandemia de COVID-19, o PCA não interrompeu suas ações — reforçando, ainda mais, seu papel como rede de proteção em um momento de total desamparo para muitas famílias.
Apesar do impacto social, o projeto ainda tem pouca visibilidade. “Por sermos pequenos, muita gente não nos vê. Mas o que fazemos muda a vida de quem ninguém enxerga”, reforça a equipe.
Neste aniversário de 34 anos, o PCA convida a imprensa e a sociedade civil a conhecerem sua história e fortalecerem a rede de apoio a essas famílias. Porque cuidar de quem vive com HIV é cuidar de todos nós.