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  • sex. nov 22nd, 2024
Doença rara é tema em congresso de neurologia

Especialistas se reuniram no XIV Congresso Paulista de Neurologia para discutir neuromielite óptica (NMOSD, da sigla em inglês), doença autoimune rara causada por uma inflamação no sistema nervoso central, resultando em surtos graves e recorrentes que podem levar à incapacidade permanente, como paralisia e perda de visão[1].

O evento foi realizado em Santos (SP) no começo de junho. Na ocasião, as neurologistas Ana Claudia Piccolo, da Faculdade de Medicina do ABC e da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, e Samira Apostolos, do Hospital Sírio-Libanês, apresentaram, por meio de um simpósio, resultados de um estudo a respeito da depleção (perda ou diminuição) de linfócitos B CD19+ no tratamento da NMOSD.

“O linfócito B (célula que constitui o sistema imunológico) é o vilão, o principal personagem da NMOSD. A melhor forma de controlarmos a neuromielite óptica é com uma molécula que possa interromper a sua ativação. Com esse objetivo, o inebilizumabe, um anticorpo monoclonal que age contra os receptores, se mostrou uma molécula muito eficaz, pois 89% dos participantes que foram tratados com ele ficaram livres de surtos em 28 semanas, e para aqueles que continuaram no estudo de extensão o número se manteve. Isso mostra que os surtos causados pela doença podem ser controlados e resultar em uma melhor qualidade de vida”, explica a Dra. Ana Claudia.

De acordo com a médica, o tratamento age diretamente na fisiopatologia. “Por mais de 2,5 anos houve uma redução de 97% na taxa anualizada de surtos quando comparado com aqueles que não estavam usando a medicação. Esse é um fator muito importante, uma vez que os pacientes com NMOSD têm surtos graves com perda visual e motora dos membros. Pode-se dizer que hoje nós temos a opção de um medicamento altamente eficaz com uma ação direta sobre o linfócito B, que é o grande protagonista da doença.”

O medicamento inebilizumabe foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no início do ano como monoterapia para o tratamento de pacientes adultos com distúrbio do espectro da neuromielite óptica que são soropositivos para imunoglobulina G anti-aquaporina-4 (AQP4-IgG+).

Arte no congresso

Além da discussão a respeito do tratamento da NMOSD, durante todos os dias de congresso, os participantes puderam visitar o stand do projeto Fazendo Arte com Gustavo Rosa, uma iniciativa do Instituto Gustavo Rosa (IGR) que tem o intuito de proporcionar momentos de bem-estar e qualidade de vida por meio da arte e do fazer artístico para pessoas com neuromielite óptica, seus familiares e comunidade médica.

Em média 400 especialistas coloriram o pássaro de Gustavo Rosa, arte escolhida como símbolo do projeto, por um aplicativo instalado em tablets e, também, em papel físico. “Como a arte não tem limites e possibilita sua expressão em diversas formas, no Congresso Paulista de Neurologia acrescentamos a arte digital na ação do IGR. O engajamento da comunidade médica na participação e divulgação das artes fortalece os vínculos com os parceiros e pacientes, pois as ações estarão sempre vivas, ainda que online”, avalia Roberta Gabriel, diretora executiva do IGR.

Tanto o simpósio como a ação Fazendo Arte com Gustavo Rosa contaram com o apoio da Horizon Therapeutics, empresa focada na descoberta, desenvolvimento e comercialização de medicamentos que atendem às necessidades críticas de pessoas afetadas por doenças inflamatórias raras, autoimunes e graves.


[1]Ajmera MR, Boscoe A, Mauskopf J, Candrilli SD, Levy M. Evaluation of comorbidities and health care resource use among patients with highly active neuromyelitis optica. J Neurol Sci. 2018;384:96-103.

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