Um homem que teve a amputação das pernas, e que estava internado no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi largado na calçada da unidade por maqueiros da unidade e ficou, segundo pessoas que o socorreram, quatro horas na rua — ainda com uma sonda e de fraldas.
De acordo com o vigilante Mauro Novaes, que encontrou o homem, “quando cheguei para trabalhar vi que ele estava jogado no chão. Fui até ele e perguntei o que tinha acontecido. Ele falou que os maqueiros jogaram ele aqui”.
“Os lojistas que carregaram ele e botaram ele aqui (no hospital), quando ele estava só de fralda e sonda. (…) ele que pediu para ser colocado para fora do hospital, porque o hospital alegou que não tinha mais o que fazer para ele dentro do hospital, que ele não podia ocupar a vaga de outro paciente. Foram funcionários do próprio hospital que colocaram ele para fora”, contou a professora Tatiana Cristina Borges, que acompanhou a situação do homem amputado.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, o caso será investigado, mas mesmo antes do fim da apuração, a direção do Hospital Pedro II informou que os dois maqueiros que levaram o homem para fora da unidade de saúde foram demitidos.
Em nota, o órgão afirmou que “há um processo de apuração dos fatos em andamento e os dois funcionários que levaram o homem para fora do hospital foram demitidos. Este não é o procedimento da unidade”. A direção do Hospital Municipal Pedro II afirmou que os funcionários demitidos alegaram que o paciente solicitou a sua retirada do hospital, porque não queria ficar internado. A direção da unidade disse ainda que está colhendo os depoimentos e analisando as câmeras de vigilância para apurar detalhadamente o caso e que o paciente foi transferido para uma unidade de baixa complexidade, enquanto aguarda um abrigo social.
Ainda de acordo com a direção do hospital, o homem foi deixado na unidade de saúde por um abrigo de Búzios, na Região dos Lagos, sem nenhuma indicação de atendimento médico.
O órgão informou ainda que foi o próprio paciente que pediu para ser retirado da unidade de saúde. Segundo eles, o departamento de Serviço Social do hospital buscava uma instituição de acolhimento para receber o homem, quando o próprio pediu para ser levado para fora do hospital.
Foi nesse momento que dois funcionários atenderam ao pedido do paciente, porque ele se negava a permanecer no hospital, informando que teria alguém para buscá-lo.
“Eu achei um absurdo. Isso não se fez nem com um cachorro. A responsabilidade é do hospital Pedro Segundo, não interessa se o cara não queria ficar ali dentro ou não. Isso é desumano, um frio danado, 7h30 da manhã, com sonda. Absurdo”, comentou uma testemunha.
Fonte: https://g1.globo.com/