Alexsandra Menaguali Lima foi à academia Fórmula, na Praça do Lido, em Copacabana, nesta terça-feira fazer a matrícula do filho Augusto Menaguali Lima, diagnotiscado com autismo, mas foi surpreendida com a recusa do atendente, que teria explicado a ela que a unidade não aceita pessoas com o espectro na unidade, e que só o supervisor poderia autorizar o contrato. O caso foi registrado por Alexsandra na 12°DP, responsável pelas investigações.
A mãe de Augusto perguntou ao funcionário sobre os planos e mensalidades, sendo atraída por uma promoção para jovens com menos de 29 anos. Quando estava revirando a carteira em busca dos cartões para finalizar a matricula do filho, ela teria perguntado ao atendente se havia professores no salão da academia. Ela justificou a pergunta explicando a condição do filho e diz ter sido interrompida pelo atendente, que teria lhe explicado que a unidade já teve “problemas com autistas”.
O funcionário falou “a gente não vai poder fazer a matrícula”. Na hora, eu fiquei surpresa, perguntei o porquê e ele afirmou que “já tivemos problemas com autistas aqui, só podemos fazer com a autorização do gerente”.
Alexsandra disse que “fiquei muito nervosa na hora, falei que era discriminação, que ia contra a lei. Foi como se tivessem dito que meu filho não prestava para eles. Eu nunca tinha passado por isso. Meu filho anda sempre com o cordão de girassol no pescoço, indicando sua condição. Ele fica em filas prioritárias, algumas pessoas olham de cara feia sem entender, mas nunca tinha sido tão velado. É muito duro, é como se tivessem repelido ele. Quem quer ver o filho passar por isso? “
Depois da recusa da matrícula, Alexsandra voltou para casa e depois, acompanhada por uma advogada foi 12°DP, em Copacabana, fazer o registro contra a academia. De acordo com ela, foi a primeira vez que negam a ela um direito para seu filho.
Augusto, de 22 anos, é formado no ensino médio e trabalha como recepcionista de shows de artistas como Anitta e Mumuzinho. Atualmente, está se preparando para conseguir a habilitação.
Em casa, após o registro de ocorrência, Alexsandra chamou o filho para conversar, até então, não havia compartilhado com ele o ocorrido.
“Eu estava muito emocionada. A voz presa. Não queria deixar transparecer nenhuma posição de vítima ali, meu filho não tem culpa. Sentei ao lado dele e disse: filho, o lugar que não aceitar você é porque ele não o merece, não está preparado para você. Você é muito especial, ninguém pode fazer você sentir o contrário”, comentou a mãe.
A academia de ginástica Fórmula, unidade Lido, pediu desculpas pelo ocorrido e afirmou, em nota, que “em nenhuma circunstância a matrícula foi negada” e que o intuito foi de “oferecer um melhor suporte ao aluno”.