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  • sex. nov 22nd, 2024

OPINIÃO: Capacitismo Algorítmico

OPINIÃO: Capacitismo Algorítmico. * Por André Naves
  • * Por André Naves

A era digital tem testemunhado uma acelerada evolução tecnológica, com a proliferação de algoritmos em várias esferas da vida humana. Embora a tecnologia prometa ser uma força democratizante, permitindo maior inclusão social, é crucial reconhecer que os algoritmos ainda são produzidos em ambientes pouco diversos.

Essa falta de diversidade resulta na reprodução de vieses inconscientes e preconceitos da sociedade, constituindo-se como as principais barreiras estruturais à inclusão social. Tanto é assim que a Lei Brasileira de Inclusão, em seu Artigo 2, nos lembra que a deficiência não é uma característica relativa à pessoa em si, mas sim uma consequência da estrutura social excludente.

Todos nós somos únicos, com identidades e personalidades singulares, e nossa interação com o ambiente social determina nossa inclusão ou exclusão. Em outras palavras, a individualidade pode facilitar a inclusão ou aprofundar as barreiras sociais, dependendo de como a sociedade se estrutura.

A avaliação da deficiência, portanto, deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar, que leve em conta as peculiaridades individuais em relação ao ambiente social em que a pessoa está inserida. Muitas deficiências, inclusive, não são visíveis ou perceptíveis. Esse fato, por exemplo, levou à edição da “lei do cordão de girassol”, enfatizando que deficiente é a sociedade que não permite a inclusão de todos, com toda a sua pluralidade e diversidade.

A diversidade deve ser celebrada em todas as suas formas. Em um ambiente inclusivo, as características únicas de cada indivíduo são estimuladas e valorizadas, permitindo o pleno desenvolvimento de sua autonomia. É fundamental promover a inclusão nas áreas da Educação, do Trabalho e do empreendedorismo, para que cada pessoa tenha a oportunidade de contribuir com seus talentos e habilidades tendo em vista o bem-estar coletivo. Além disso, a criatividade floresce em ambientes inclusivos, gerando inovação social e individual.

Ao abraçar a diversidade rompemos com os vieses arraigados nos algoritmos e nas estruturas sociais, permitindo que novas perspectivas e ideias sejam ouvidas e consideradas. Essa diversidade de pensamento e experiências é essencial para enfrentar os desafios contemporâneos e criar soluções inovadoras para problemas complexos.

Podemos resumir dizendo que os algoritmos ainda carecem de diversidade em sua produção, refletindo os preconceitos e vieses inconscientes presentes em nossa sociedade. Mais do que isso, para alcançar a verdadeira inclusão social, é fundamental reconhecer a individualidade de cada pessoa e garantir que as barreiras estruturais sejam rompidas. A Lei Brasileira de Inclusão nos lembra que a deficiência não é uma característica pessoal, mas sim uma consequência da sociedade excludente.

Portanto, é nosso dever criar ambientes inclusivos, que valorizem e estimulem a diversidade, a criatividade e a inovação. Somente assim poderemos alcançar uma sociedade mais justa, igualitária e verdadeiramente inclusiva, onde todos possam contribuir plenamente e desfrutar dos frutos do progresso tecnológico e social.

  • André Naves é Especialista em Direitos Humanos e Sociais.
    Defensor Público Federal. Escritor e Professor. Conselheiro do Chaverim, grupo de assistência às pessoas com Deficiência. Comendador Cultural.
    Colunista de diversos meios de comunicação.
  • www.andrenaves.com

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